quinta-feira, 31 de julho de 2008

PlayBoy – uma profissão com futuro

Diz o estereótipo que são as mulheres que casam ou se tornam amantes por dinheiro e estilo de vida. Mas tal está longe de ser verdade e cada vez mais.

Numa época em que os homens é que ganhavam dinheiro e toda a preocupação da beleza e sensualidade incidia sobre as mulheres, esta afirmação podia ser verdade. Mas hoje está longe de ser algo exclusivo do sexo feminino.

Uma tendência crescente em todos os países desenvolvidos ou em desenvolvimento é a ascensão profissional e financeira das mulheres. Cada vez mais, há mulheres que enriquecem com o seu próprio talento.

Mas muito mais que os homens, as mulheres são normalmente obrigadas a escolher entre uma família e a ascensão profissional.
As mulheres de elevada ascensão profissional tornam-se assim vítimas fáceis de burlas emocionais.

Por outro lado, cada vez mais os homens têm preocupações com a sua imagem e sabem como se tornar atraentes para o sexo oposto.

Homens cuja única actividade é a sedução de mulheres ricas, conseguem facilmente “exigir” dinheiro ou ofertas em troca de promessas amorosas.
Não sou sexista ao ponto de achar que as mulheres apenas querem satisfação emocional e não sexual. Mas a meu ver, uma pessoa desperdiçar a sua riqueza a satisfazer desejos sexuais é muito menos grave que a satisfazer necessidades afectivas que são muito mais complexas.

Espero não encorajar nenhum homem a seguir esta carreira, mas quem sabe, há um aviso a dar às mulheres.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O “step back” na usabilidade dos vídeo-jogos

Seguindo a ideia do post abaixo, este post vai falar de como a indústria dos vídeo-jogos deu um passo atrás.

Se olharmos para a Playstation ou para as antigas Nintendo e sega, percebemos que houve uma evolução nos níveis de jogabilidade. Os controles passaram a ter cada vez mais botões, as realidades são cada vez mais complexas e o mundo dos vídeo-jogos foi-se tornando como uma actividade de culto.

Os viciados dos jogos procuram cada vez coisas mais complexas, mas que não deixam de beber dos jogos antigos que eles já conhecem. Chegamos a um ponto em que se pode dividir as pessoas entre aquelas que jogam vídeo-jogos e aquelas que não jogam.

O problema é que uma pessoa que não estivesse habituada a jogar e fosse pegar num jogo recente como o Solid Metal Gear 4 ia achar o jogo demasiado complexo e fartar-se-ia dele rapidamente. Mas à medida que a geração dos vídeo-jogos foi crescendo surgiu a necessidade de criar jogos para adultos; pessoas que gostam de jogar, mas que não se querem “viciar” em jogos.

A resposta foram jogos que não necessitam de controlos complexos e também jogos para dinâmicas de grupo.

A PlayStation, que já era líder nos vídeo-jogos, fez apostas humildes mas com grande sucesso: SingStar, Eyetoys, guitar hero e buzz. Conceitos de jogo muito virado para festas e animações de grupos de adultos. Mas a base manteve-se. A PlayStation 3 é uma evolução natural da PlayStation2 que mantém os jogos para os adeptos dos jogos complexos.

Já a Nintendo, porque não estava tão bem colocada no mercado, teve que apostar numa medida mais audaz. Assim sendo, apostou fortemente no segmento dos jogadores ocasionais, criando para eles toda uma nova tecnologia, com um aparelho que simula movimentos. Muito utilizado por crianças e adultos em ambientes de convívio a Wii demonstrou-se como um verdadeiro sucesso enfrentando a rival que durante anos se manteve imparável.

Tal como tinha sido abordado no post anterior, o “step back” mostra verdadeiras vantagens comerciais, sendo que nem sempre a tecnologia mais avançada e orientada para os que mais percebem é a que tem sucesso comercial.

A importância do “step back” na informática

Desde o surgimento do PC até há bem pouco tempo, os computadores cresciam a uma velocidade enorme sem descerem os preços. O computador mainstream rondava os 300 contos o que deixava de fora uma grande quantidade de pessoas. Os computadores mais antigos que desciam de preços ficavam rapidamente obsoletos, tornando-se uma má compra.

A Microsoft teve alguma responsabilidade neste acontecimento com a sua política, que não considero de forma alguma errada. A MS queria colocar as tecnologias mais modernas o mais rapidamente possível no mercado. Como o mundo inteiro reclama, esta filisofia implicava que muitas vezes que os produtos acessíveis eram altamente falíveis e que só com muitos plugins e alguns anos depois do seu lançamento se começavam a tornar minimamente fiáveis e pela altura que tal acontecia, rapidamente eram substituídos por outros.

Outra das razões para esta rápida evolução era a atenção colocada nos adolescentes, viciados na informática. Achava-se que tudo o que os “cróms da informática” faziam, seria mais tarde utilizado por toda a gente.
Esta visão foi abandonada com o tempo e é hoje considerada como algo ultrapassado.

Hoje ao analisarmos que tecnologias têm mais potencial preferimos olhar, por exemplo, para mulheres de 35 anos. A mulher de 35 anos representa alguém que tem capacidade para utilizar tecnologias, mas que apenas vai utilizar aquilo que tiver vantagens palpáveis e com um esforço mínimo. Então uma empresa prefere ao conceber uma tecnologia prefere pensar se essa tecnologia será utilizada por mulheres de 35 anos em vez de miúdos de 16 anos que passam a vida em frente a um computador.

Por outro lado, os computadores já têm uma grande capacidade e oferecem muito mais do que a maioria de nós precisa. O que os computadores ainda não oferecem que todos nós queremos é fiabilidade.

Se juntarmos a necessidade de as empresas de informática alcançarem novos mercados, com a necessidade de oferecer fiabilidade existem fortes razões para a indústria informática abrandar ou pelo menos começar a produzir equipamentos e software que possuam e requeiram menos capacidade de processamento.

E este passo atrás é o que já está acontecer. As grandes superfícies divulgam fortemente os portáteis que rondam os 600 euros e existem já computadores a preços muito inferiores. O projecto Magalhães, entre outros, visam a verdadeira massificação da informática fazendo com que quase toda a população tenha acesso à informatização. A este objectivo dá-se o nome de combate à info-exclusão.

Tudo isto não implica que deixe de existir uma preocupação com a tecnologia de ponta, ou que o desenvolvimento informático tenha um abrandamento efectivo. Pois ainda existe um grande público que continua a exigir mais e mais.

Mas o dinheiro a ser ganho está na massificação e nos grandes mercados. Enquanto a tecnologia de ponta é mercado para poucas empresas o mercado de massificação tem espaço para muito mais.

Desenvolvimento de Portugal versus EUA

Para comparar o desenvolvimento destes dois países, utilizei dois factores:
A mortalidade infantil e o rendimento percapita.

O nível da mortalidade infantil, embora não seja percebido pela maioria como um indicador do desenvolvimento é dos indicadores mais poderosos. Concordo com Hans Rosling, quando diz que a mortalidade infantil é o indicador de desenvolvimento por excelência.

E o rendimento percapita, que indica o desenvolvimento da Economia. Claro que o rendimento per capita não nos diz nada sobre a distribuição da riqueza. Apenas sobre a existência desta.

A leitura destes dois factores combinados permite-nos não só a ver a “adição” dos dois factores, mas também a comparação e a relação entre os dois. A globalidade dos países que conseguiu diminuir a mortalidade infantil, fê-lo através do desenvolvimento económico. Mas apesar dos dois estarem correlacionados, é nítida a diferença entre os países que deram prioridade às condições de vida e os que deram prioridade à economia.
Para Portugal, tenho valores desde 1910 e para os EUA desde 1933.
Entre 1910 e 1936, as coisas não eram famosas para as crianças portuguesas. Embora se notasse claras melhorias económicas, a mortalidade infantil variava de forma irregular e até com aumentos consideráveis.
A partir de 1937, a MI em Portugal começou a descer mas a comparação com os EUA era desastrosa. Apesar de ambos os países estarem a evoluir a ritmos acentuados, só em 1968 Portugal atingiu os valores de MI e rendimento percapita que os EUA tinham em 1933.
Portugal tinha 35 anos de atraso. Curiosamente, estes dois momentos dos dois países coincidem tanto em MI como em Rpc.

Os EUA tiveram desde 1933 a 2006 um mantiveram um desenvolvimento relativamente estável. Apenas durante a 2ªGG tiveram um maior desenvolvimento económico, que depois recuaram no pós-guerra. Fora isso, foi sempre estável, mas sempre “do lado do dinheiro”. Ou seja, com melhores indicadores económicos, que os de mortalidade infantil, quando comparado com as outras economias mundiais.

Portugal, até 1974 (25 de Abril) andou sempre atrás dos EUA. Seguindo o mesmo equilíbrio entre mortalidade infantil e desenvolvimento económico, mas com um atraso de vários anos. (Não me venham com histórias que o Salazar fez muitas coisinhas boas para o povo)
Depois da revolução houve uma clara inversão de prioridades que os números não escondem. O desenvolvimento económico abrandou mas não parou. Mas por outro lado, a diminuição da mortalidade infantil acelerou deixando para trás os EUA.

Os valores mais recentes são de 2006, onde Portugal tem um nível de MI muito mais baixo que os EUA.
O nível de MI que os EUA têm em 2006 equivale aos portugueses de 2000, que em anos pode parecer pouco mas a descida foi de 6/1000 para 3/1000. Já o rendimento de percapita de Portugal em 2000, equivale ao americano de 1965/66.

fonte: Gapminder
origem dos dados: ONU

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A ameaça do reconhecimento de imagem

Tecnologias utilizadas actualmente em computadores domésticos de capacidades médias são já capazes de reconhecer caras.
Por enquanto ainda são mecanismos algo rudimentares que demoram alguns segundos a fazer a comparação entre duas imagens.
Se quiserem comparar uma imagem com uma lista de 10 imagens dez vezes mais, se for de uma lista 100 vezes maior, demora 100 vezes mais e por ai em diante.

Mas com a evolução natural das tecnologias em breve em poucos segundos será possível comparar uma imagem com uma listagem de milhares ou milhões em poucos segundos.

A acumular a este factor está o constante aumento de câmaras de filmar em todas as áreas públicas e semi-públicas. E uma grande quantidade destas câmaras está acessível na internet ou por entidades governamentais. Inglaterra é o país onde a febre das câmaras atinge níveis mais preocupantes ao ponto de qualquer cidadão aceitar a ideia de que está constantemente a ser filmado. Mas mesmo em países como Portugal, o número de câmaras é assustador.
Estradas, centros comerciais, lojas e parques de estacionamento são filmados. Mesmo ruas onde supostamente não há câmaras estão frequentemente no espaço de visão de câmaras de lojas que apanham o exterior através das montras.

A combinação destas duas evoluções tecnologias permitirá no futuro que a polícia coloque uma fotografia num software e em poucos segundos, um webcrawler ou um pequeno algoritmo percorra todas as câmaras à procura de uma correspondência da pessoa procurada informando sobre a localização do mesmo.

Numa fase mais avançada, um algoritmo não muito mais complexo poderá fazer um desenho do percurso de uma pessoa seguindo e registando tudo o que essa pessoa faz ao longo do tempo.
No limite um servidor central, com uma incrível capacidade de computação para os dias de hoje, será capaz de registar tudo o que todas as pessoas fazem.

Para além do ataque óbvio às liberdades individuais estas tecnologias oferecem um poder exagerado ás autoridades, que devido a esse desequilíbrio tendem a ser utilizadas de forma imprópria.

sábado, 19 de julho de 2008

2 países na luta da independência energética

Esta semana dois países diferentes ouviram discursos fortes sobre a sua independência energética.
Um deles foi Portugal, onde VItor Constância veio reabrir o debate sobre a energia nuclear.
O outro são os EUA, onde Al Gore veio apresentar o desafio de serem energeticamente independentes através do uso maioritário de energias alternativas.
Curiosamente, estes dois países representam dois terços dos países que apostam nos carros elétricos como transporte num futuro próximo.

A pergunta é: O que é que estes dois países têm em comum para além de centros comerciais e uma febre por franchisings?
A resposta é: dependência energética.

Quando um analista financeiro olha para as contas nacionais Portuguesa ou Americanas, fica chocado com o dinheiro que cada país gasta em energia. Ou seja, os dois países importam muita energia, especialmente sob a forma de petróleo.
O preço do petróleo no futuro apresenta algumas incógnitas, mas enquanto existir uma forte dependência não há razões para descer. E o preço do gás natural tende a acompanhar as variações do petróleo, visto que é um bem alternativo.
A análise financeira continua e continuará assim a ser o maior motor de desenvolvimento das energias alternativas.

Mas como em tantas outras situações, é a necessidade que estimula a evolução e os países que hoje apresentam maior dependência são os que têm mais possibilidade de desenvolvimento nestas áreas.
E tanto Portugal como os EUA apresentam capacidades para desenvolver e inovar na área das energias alternativas.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Upgrade ao cérebro das próximas gerações

Desde a massificação da Televisão que fomos submetidos a um aumento constante de informação. Com a massificação da internet, tv cabo e telemóveis o nível de informação que recebemos por minuto ou por dia continua a aumentar de forma exponencial.

Consequentemente, também a nossa capacidade de absorver informação tem vindo a aumentar. Uma simples análise dos gostos de uma criança e de um adulto ou até de duas pessoas da mesma idade em alturas diferentes, demonstram que a nossa capacidade de absorver informação aumenta com os anos.

Como em tudo o resto, a necessidade e o hábito aumentam as nossas capacidades naturalmente e sem um esforço consciente. As leis da genética tratam do resto.
Facilmente podemos afirmar que também as nossas redes neuronais estão a sofrer um upgrade no sentido de acompanhar os sucessivos upgrades tecnológicos.

Um exemplo claro são as imagens muito rápidas dos filmes de acção onde os planos são demasiado rápidos e até realizadores como o Spielberg dizem “os planos de hoje são demasiado rápidos para mim. Mas penso que isto acontece porque eu sou de outra geração e não estou preparado para os filmes de hoje.”*

Também a complexidade das associações feitas de uma imagem com outras referências aumentou. Um exemplo disto é o filme “Moulin Rouge” que bebendo de um conjunto de referências musicais, históricas e culturais fez uma mistura inovadora numa história dramática, cómica e cheia de acção, que faz um adepto de música clássica arrancar cabelos.

À partida poderá existir a ideia de que esta evolução irá ser travada pelas capacidades humanas. Mas temos que ter presente que também as capacidades humanas estão a evoluir neste sentido.
Podemos assim concluir que esta evolução não tem um fim natural. Poderá ser abrandada ou travada por eventuais factores externos como o “Slow Movement”, mais preocupação da qualidade de vida, alterações nos sistemas educativos e até no papel da famíla.
Mas a evolução que temos no âmbito cultural, artístico e especialmente áudio-visual é de uma continuidade quase espiral que aumentará para níveis incompreensiveis hoje.
Será de esperar que o ensino daqui por algumas décadas seja feito por audiovisuais onde passem 10 ou 20 ideias por segundo ?

Será vantajosa a introdução destes métodos no ensino universitário e pré-universitário ?

*esta afirmação foi retirada de um documentário, mas a tradução não é literal.