O Experiencialismo (em falta de um nome melhor) é uma tendência cultural muito forte e que ao longo das últimas décadas tem mudado a forma como vemos o significado da vida.
As últimas gerações atribuem a maior importância às experiências que têm na vida. Muito próximo do conceito de viver a vida ao máximo, não basta viver a vida intensamente, mas com uma elevada diversificação de experiências e sensações.
O Sucesso sempre foi medido de várias formas. Actualmente muitas pessoas medem o sucesso em experiências vividas. Não é tanto a pessoa que tem mais dinheiro que é considerado bem sucedido, mas aquele que passou por mais experiencias marcantes: os países que visitou, os empregos que teve, as pessoas que conheceu, os namorados ou namoradas que teve, os desportos que praticou, as vitórias conquistadas e tudo aquilo que tenha marcado a sua vida.
A frase recorrente de “não quero morrer estúpido” que serve de justificação para experimentar tudo, mesmo o que é mau para nós, demonstra a inferioridade de estatuto que por vezes se atribui a quem tem menos experiências.
O experiencialismo nasceu num conceito de intensa competitividade. Nas culturas urbanas existe uma forte competitividade que surge na infância e se prolonga ao longo da nossa vida. Seria injusto chamar a esta competitividade de infantil já que os adultos passam pelas mesmas rivalidades.
Nesta cultura de competitividade, o que interessa não é ser muito bom numa coisa. O que interessa é ser bom em tudo, ou pelo menos no máximo de coisas. E como vivemos numa sociedade em que tudo muda a uma velocidade estonteante, dificilmente alguém explora exaustivamente uma área de saber. O indivíduo que consome demasiado tempo da sua vida num certo tipo de experiência é por vezes visto como tendo “morrido para o mundo” ou “estagnado”. É a diversidade de saberes que confere estatuto ou diferenciação.
Já as consequências que esta tendência tem sobre as nossas vidas são enormes. Em primeiro lugar confere-nos um estilo de vida aventureiro que nos leva a ser conhecedores e inovadores, ainda que o conhecimento tenha tendência para ser superficial e extremamente emotivo.
Ao nível das empresas e do Marketing a oferta de experiências é a nova moda. A seguir aos health-clubs veio a venda de experiências. Entre venda específica de experiências como a famosa empresa “A Vida é Bela” e a associação de uma experiência a um determinado produto ou serviço como a corrida Nike ou o Starbucks várias são as formas de integrar o conceito de experiêncialismo na oferta de valor ao cliente.
Este fenómeno é consequência e também causa da velocidade de mudança que não pára de aumentar.
domingo, 13 de dezembro de 2009
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