O preço do petróleo poderá nunca voltar a subir para os valores astronómicos a que já nos estávamos a habituar. Podemos afirmar com um grau elevado de certeza que não voltaremos a ver o valor de 147 dólares, como assistimos anteriormente.
O preço varia sobretudo em função das duas variáveis: oferta e procura. E como sabemos o preço do petróleo subiu vertiginosamente numa altura em que a procura aumentava de forma exponencial e caiu estrondosamente com a crise e com algum efeito dos ambientalistas.
Mas esta crise está a dar a hipótese a muitos governos de colocar medidas ambientais. Observe-se com especial atenção o exemplo dos EUA.
Já antes da crise os EUA estavam a ganhar uma preocupação para a sua dependência do petróleo importado. Neste momento querem reduzir o seu consumo de petróleo para que nunca mais tenham de importar. É de especial importância o factor de que o mais provável futuro inimigo dos EUA é o Irão, que é também o 2º maior exportador de petróleo do mundo.
Mesmo que os EUA não comprem petróleo ao Irão fazem subir o preço do precioso líquido o que beneficia todos os exportadores. Naturalmente, os EUA não têm nenhum interesse em fazer enriquecer um possível inimigo.
A esta preocupação junta-se a ambiental, que já ninguém com dois dedos de testa, ignora.
É preciso ainda ver que também o elevado custo do petróleo foi um impulsionador para a actual crise. A subida do custo de vida de muitas famílias foi um dos factores que contribuiu para o crédito mal parado, que viria a fazer com que rebentasse a crise.
E a preocupação mais simples e linear de todas é a balança comercial, onde nenhum país gosta de estar a perder. E a energia é sem dúvida um recurso fundamental que desequilibra a balança.
À medida que a economia for recuperando será de esperar um aumento da procura, mas esta crise também está a ajudar a ganhar tempo para aplicar as energias alternativas. E também a forma como consumimos energia está a mudar. Cada vez mais há uma preocupação na eficiência energética. Claro que a esmagadora maioria dos indivíduos está mais preocupado com o que vai gastar em combustível do que com o ambiente, mas isso não o impede de escolher o carro mais ecológico.
Importa também ver que algumas economias habituadas a consumos desregrados vão demorar a recuperar. A Islândia onde o SUV era visto como uma comodity é o maior exemplo disso.
Entretanto vão também entrando em cena cada vez mais impostos ambientais e outras medidas políticas como melhores transportes públicos e mais portagens. Esta época de preços baixos no petróleo e necessidade de medidas keynesianas está a ser útil para a construção de infra-estruturas mais verdes. Para além dos transportes estou também a falar de centrais de energia solar e eólica e formas inovadoras de produzir energia, como por exemplo em biodiesel.
Enquanto antes da crise a preocupação com o ambiente parecia estar sempre do lado oposto ao da economia, agora vemos as preocupações com o ambiente e com a economia do mesmo lado.
energia estão a mudar drasticamente.
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2 comentários:
Uma observação semelhante para o comportamento da oferta poderia fortalecer, ou enfraquecer, o argumentado. A extração de Petroleo esta cada vez mais cara (as novas descobertas são normalmente em alto mar)o que vai com certeza pressionar o aumento de preços nos proximos anos. Resumindo: a diminuição da procura terá que ser mais rapida que a diminuição da oferta para que a hipotese se verifique.
em primeiro lugar, obrigado pelo comentário
com o qual concordo.
O aumento do custo da procura é crescente e poderá fazer com que suba o preço sem haver um aumento de consumo, o que seria péssimo para as nossas economias.
PAra além das questões ambientalistas, penso que se tornam cada vez mais importantes as energias alternativas como medida económica.
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