O mercado do petróleo tem características distintas da maioria dos outros mercados.
O petróleo tem pouca elasticidade tanto do lado da oferta quanto do lado da procura. Isto significa que quando, por alguma razão, há uma variação brusca de um dos lados, o outro não consegue se adaptar e o preço reage abruptamente.
Por exemplo, durante os anos 90 e início da nova década o consumo aumentou progressivamente e os preços dispararam exponencialmente. Em 1998, o consumo caiu e o preço caiu de 174 para menos de 40 dólares o barril.
Mas tal não quer dizer que os dois lados não tenham capacidade de se adaptar, apenas quer dizer que não o conseguem fazer rapidamente. Ou seja, a maioria dos condutores não altera os seus hábitos nem muda de automóvel porque o preço do combustível teve uma variação de 30%. Nem uma empresa passa a transportar os seus produtos por comboio de uma semana para a outra.
Também do lado da produção, não se pode abrir ou fechar uma base petrolífera no espaço de um mês.
Todas estas adaptações demoram tempo. Qualquer infra-estrutura relacionada com produção ou consumo de energia demora tempo a ser construída ou desactivada.
Então se a reacção demora tempo, o que devemos esperar da estabilização do preço é também algum atraso o que justifica as flutuações enormes que temos observado. Qualquer pico para cima ou para baixo do preço, será resultado de um aumento ou redução da produção ou consumo, mas com o tempo a contra-parte deverá ajustar e desta forma trazer o preço a um ponto de equilíbrio.
À partida diria que o preço de equilíbrio andará por volta dos 80 dólares o barril. Mas poderemos nunca chegar a ver este valor estabilizado. Pois se do lado da oferta existe a tendência para contrair a oferta e especular o valor de marcado, do outro, existe a vontade de encontrar fontes de energia alternativas reduzindo progressivamente o consumo e a dependência desta fonte de energia.
Os países importadores de petróleo sabem hoje que a sua dependência energética traz consequências muito graves para a economia e também para o ambiente e estão mais dispostos a fazer grandes esforços para a reduzir.
domingo, 12 de abril de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário