Desde o surgimento do PC até há bem pouco tempo, os computadores cresciam a uma velocidade enorme sem descerem os preços. O computador mainstream rondava os 300 contos o que deixava de fora uma grande quantidade de pessoas. Os computadores mais antigos que desciam de preços ficavam rapidamente obsoletos, tornando-se uma má compra.
A Microsoft teve alguma responsabilidade neste acontecimento com a sua política, que não considero de forma alguma errada. A MS queria colocar as tecnologias mais modernas o mais rapidamente possível no mercado. Como o mundo inteiro reclama, esta filisofia implicava que muitas vezes que os produtos acessíveis eram altamente falíveis e que só com muitos plugins e alguns anos depois do seu lançamento se começavam a tornar minimamente fiáveis e pela altura que tal acontecia, rapidamente eram substituídos por outros.
Outra das razões para esta rápida evolução era a atenção colocada nos adolescentes, viciados na informática. Achava-se que tudo o que os “cróms da informática” faziam, seria mais tarde utilizado por toda a gente.
Esta visão foi abandonada com o tempo e é hoje considerada como algo ultrapassado.
Hoje ao analisarmos que tecnologias têm mais potencial preferimos olhar, por exemplo, para mulheres de 35 anos. A mulher de 35 anos representa alguém que tem capacidade para utilizar tecnologias, mas que apenas vai utilizar aquilo que tiver vantagens palpáveis e com um esforço mínimo. Então uma empresa prefere ao conceber uma tecnologia prefere pensar se essa tecnologia será utilizada por mulheres de 35 anos em vez de miúdos de 16 anos que passam a vida em frente a um computador.
Por outro lado, os computadores já têm uma grande capacidade e oferecem muito mais do que a maioria de nós precisa. O que os computadores ainda não oferecem que todos nós queremos é fiabilidade.
Se juntarmos a necessidade de as empresas de informática alcançarem novos mercados, com a necessidade de oferecer fiabilidade existem fortes razões para a indústria informática abrandar ou pelo menos começar a produzir equipamentos e software que possuam e requeiram menos capacidade de processamento.
E este passo atrás é o que já está acontecer. As grandes superfícies divulgam fortemente os portáteis que rondam os 600 euros e existem já computadores a preços muito inferiores. O projecto Magalhães, entre outros, visam a verdadeira massificação da informática fazendo com que quase toda a população tenha acesso à informatização. A este objectivo dá-se o nome de combate à info-exclusão.
Tudo isto não implica que deixe de existir uma preocupação com a tecnologia de ponta, ou que o desenvolvimento informático tenha um abrandamento efectivo. Pois ainda existe um grande público que continua a exigir mais e mais.
Mas o dinheiro a ser ganho está na massificação e nos grandes mercados. Enquanto a tecnologia de ponta é mercado para poucas empresas o mercado de massificação tem espaço para muito mais.
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