A actual ameaça do arroz serve de exemplo para dois fenómenos que descrevi em textos anteriores: o efeito espiral (ou bola de neve) e o de conspiração espontânea.
Devido sobretudo ao consumo dos biocombustíveis, a produção de arroz diminuiu consideravelmente a nível mundial. Por outro lado, o consumo manteve-se ou até aumentou ligeiramente.
À partida, este não teria um efeito muito significativo, mas acontecendo o fenómeno de conspiração espontânea e uma reacção em espiral esta variação poderá tornar-se numa catástrofe.
Os jornalistas criaram já algum pânico dizendo que poderá haver escassez do arroz e muitas pessoas terão a tendência de correr para o supermercado para se abastecer em vários kilos de arroz, para que não falte em casa nos próximos tempos.
As produtoras de arroz teriam todo o interesse em agitar ainda mais este pânico. Assim em vez de aumentar, por exemplo, em 3% poderão aumentá-lo em 10%. Os consumidores assustados não sabendo que se trata de especulação irão comprar muito mais com medo de futuras subidas.
E claro que com o aumento de consumo, irá haver ainda mais escassez, o que irá aumentar ainda mais o pânico,consequentemente o consumo e por aí em diante.
Claro que senão fizermos nada disso, o mais provável é que nunca venhamos a sentir um aumento significativo na nossa factura por causa do arroz.
Os únicos que irão sofrer por causa deste fenómeno são as pessoas de países muito mais pobres, onde o arroz é um bem essencial insubstituível e em quantidades àquem das necessárias.
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