Conspiração Espontânea é um fenómeno social que, apesar do nome aparentemente contraditório, é algo que já todos conhecemos bem.
O medo do terrorismo, a gripe das aves ou a doença das vacas loucas são alguns dos exemplos mais famosos de conspiração espontânea.
Quando uma eventual possibilidade tem a oportunidade de criar alarmismo ou reacções fortes, há sempre quem esteja interessado em potenciar essa oportunidade.
Os primeiros interessados são sempre os jornalistas.
Ávidos do dramatismo transformam qualquer pequeno sinal de ameaça num anúncio de catástrofe.
A seguir aos jornalistas vêm os bloguers que procuram assunto para abordar e manter o seu espaço dinâmico.
Por último vêm os políticos, cuja agenda anda geralmente a seguir a agenda mediática
Mas para cada fenómeno existem interessados específicos.
Um tratador de vacas terá interesse na gripe das aves, enquanto que um proprietário de aviários terá interesse na doença das vacas loucas.
Já o farmacêutico gostará de fazer propaganda a todas as doenças que possam vir a ter medicamentos associados.
Um caso curioso de conspiração espontânea foi a corrida aos enlatados durante a guerra do Kuwait. Com o medo que os abastecimentos de comida acabassem houve uma corrida aos supermercados para armazenar a dispensa. Claro que se houve alguma escassez, esta deveu-se a um aumento de procura e não a uma diminuição da oferta.
Curiosamente, o mesmo fenómeno não se repetiu durante a guerra do Iraque 10 anos depois.
Simplesmente, porque ninguém se lembrou, ou porque não houve várias pessoas a lembrarem-se umas às outras.
O importante para um foresighter é ter em consideração que estes fenómenos existem e que podem ter consequências gravíssimas, especialmente ao nível de sentimentos negativos como o pânico ou o ódio.
Contudo, uma antecipação destes fenómenos, com pré-campanhas de sensibilização podem anular o efeito especulativo dos mesmos.
Será também importante analisar se estes são weak-signals de um fenómeno recorrente, ou se por outro lado, estes fenómenos têm tendência a diminuir de impacto.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
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