quarta-feira, 29 de abril de 2009

As consequências de uma epidemia a nível mundial

Nos últimos anos tivemos a sensação que as ameaças de uma epidemia de consequências catastróficas a nível mundial têm sido cada vez mais frequentes.
Recentemente foram a doença das vacas loucas, a gripe das aves e a peste suína. Todas elas de origem em animais, mas com consequências ao nível de contágio para o ser humano.

Mas este aumento pode ter duas explicações. A primeira, é que tal como já foi explicado neste blog, o pânico é útil a muita gente.
A outra explicação é que a globalização combinada com hábitos constantemente mutáveis são condições óptimas para micróbios e parasitas se desenvolverem.

O mais provável é que estas duas hipóteses estejam correctas e se verifiquem. Por tanto, a frequência de alarmes de epidemias deverão ser cada vez mais frequentes.

Importa assim analisar o potencial de uma epidemia mundial. Primeiro é preciso ter em consideração que uma epidemia pode, no limite, levar a população do planeta a uma mera fracção daquilo que é hoje. Por outro lado, seria quase impossível uma epidemia desenvolvida pela natureza levar à extinção da espécie humana já que para todas as doenças há pessoas que desenvolvem imunidade e os meios de comunicação permitem reacções relativamente rápidas.

O elemento mais determinante para evitar a proliferação de uma epidemia é a antecedência do aviso quanto à sua propagação. Este poderá levar à descoberta de uma cura ou vacina, como poderá ajudar a evitar o contágio.

Nesta última possibilidade, será natural que a maioria das pessoas fuja das cidades, mas tente de alguma forma, manter a sua vida o mais normal possível.
Devido às vias de comunicações (transportes e telecomunicações) terem atingido o elevado patamar em que se encontram hoje, a sociedade poderá manter-se funcional, promovendo apenas o distanciamento entre as pessoas.

Contudo, não podemos de forma alguma achar que este é um cenário desejável. Este afastamento significaria o falhanço de muitos serviços, nomeadamente o da educação. Os transportes públicos perderiam quase toda a sua expressão e sofreríamos um forte atraso social.

Também as trocas culturais, a economia e o turismo sairiam fortemente debilitados.

Mas é importante que os vários países, nomeadamente os mais desenvolvidos tenham planos de emergência para reagir em casos de epidemias.

As possibilidades de epidemias são um forte argumento para que os países mais desenvolvidos ajudem o desenvolvimento de países menos desenvolvidos.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Análise de Necessidades Futuras - 60 minutos semi-radicais

Uma técnica que utilizo com alguma frequência no foresight da área de Marketing é a análise de necessidades.
Não se trata de nenhuma grande técnica, ou de algo já documentado. Trata-se simplesmente de uma simples técnica que criei tendo em consideração os princípios básicos do Marketing.

Segundo o Marketing todas as necessidades são satisfeitas, ou pelo menos, todas terão respostas.

Mas importa perceber que as necessidades de hoje não são as necessidades de amanhã.

Por um lado, numa perspectiva Maslowiana e optimista, podemos partir do princípio (não da certeza) que as necessidades de hoje estarão respondidas amanhã. Pelo menos dentro de uma certa medida as respostas vão sendo respondidas à medida que os mercados evoluem. Mas claro que nem sempre os mercados evoluem e nem todas as soluções são possíveis.

A outra componente da análise de necessidades reside na análise de necessidades das realidades futuras. Como qualquer aluno de Marketing saberá, necessidades existem sempre, sejam elas mais básicas ou secundárias, sejam elas mais produndas ou superficiais.

Mas necessidades existem em todos os cenários e consoante as mudanças surgirão necessidades específicas. E concerteza muitos se preocuparão em encontrar formas de satisfazer as necessidades dos outros.

Assim a análise de necessidades futuras, devidamente elaborada e aprofundada, em conjunto com outras técnicas de prospectiva poderá nos dar uma imagem sobre os prováveis negócios com sucesso do futuro.

Vejamos então um exemplo:

O desporto, a cultura de bem estar, a preocupação com a qualidade de vida, o desenvolvimento pessoal através da cultura, os hobbies e mestrias diversas e a preocupação com o stress são tudo tendências crescentes na nossa sociedade.
Por outro lado, o excesso de objectivos, a cultura de mudança e a falta de tempo livre estão também cada vez mais presentes.

Podemos assim esperar que actividades que antes eram de pessoas dedicadas quase com exclusividade se tornem como actividades de entretenimento esporádico e de curta duração.

Actividades como danças, esgrima, combates de laser, ginásticas de teor semi-acrobático, andar de patins, karts eléctricos ou malabarismo podem vir a substituir as idas ao ginásio e à piscina, ou até mesmo a happy hour no pub.

Não é difícil de imaginar que um andar de um edifício de escritórios seja destinado a um parque de patinagem ou o terraço a uma pista de karts elétricos, ou um armazém contenha uma arena para combates de laser e salas para lutar com imitações de espadas e sabres japoneses.

Mas o mais interessante será transformar estas actividades em algo esporádico. Estes pequenos centros de actividades semi-radicais ao optarem por terem modalidades de práticas esporádicas conseguirão atingir um público muito mais vasto do que os praticantes assíduos.

A forma ou o timming como se dará esta mudança é que levantará outras dúvidas, mas para isso já se requerem outras técnicas.

Pessoalmente, estou ansioso por ir libertar stress em qualquer uma destas alternativas.

domingo, 12 de abril de 2009

O Preço do Petróleo

O mercado do petróleo tem características distintas da maioria dos outros mercados.

O petróleo tem pouca elasticidade tanto do lado da oferta quanto do lado da procura. Isto significa que quando, por alguma razão, há uma variação brusca de um dos lados, o outro não consegue se adaptar e o preço reage abruptamente.

Por exemplo, durante os anos 90 e início da nova década o consumo aumentou progressivamente e os preços dispararam exponencialmente. Em 1998, o consumo caiu e o preço caiu de 174 para menos de 40 dólares o barril.

Mas tal não quer dizer que os dois lados não tenham capacidade de se adaptar, apenas quer dizer que não o conseguem fazer rapidamente. Ou seja, a maioria dos condutores não altera os seus hábitos nem muda de automóvel porque o preço do combustível teve uma variação de 30%. Nem uma empresa passa a transportar os seus produtos por comboio de uma semana para a outra.
Também do lado da produção, não se pode abrir ou fechar uma base petrolífera no espaço de um mês.

Todas estas adaptações demoram tempo. Qualquer infra-estrutura relacionada com produção ou consumo de energia demora tempo a ser construída ou desactivada.

Então se a reacção demora tempo, o que devemos esperar da estabilização do preço é também algum atraso o que justifica as flutuações enormes que temos observado. Qualquer pico para cima ou para baixo do preço, será resultado de um aumento ou redução da produção ou consumo, mas com o tempo a contra-parte deverá ajustar e desta forma trazer o preço a um ponto de equilíbrio.

À partida diria que o preço de equilíbrio andará por volta dos 80 dólares o barril. Mas poderemos nunca chegar a ver este valor estabilizado. Pois se do lado da oferta existe a tendência para contrair a oferta e especular o valor de marcado, do outro, existe a vontade de encontrar fontes de energia alternativas reduzindo progressivamente o consumo e a dependência desta fonte de energia.

Os países importadores de petróleo sabem hoje que a sua dependência energética traz consequências muito graves para a economia e também para o ambiente e estão mais dispostos a fazer grandes esforços para a reduzir.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Falta de água

Já não deverá ser novidade para a maioria de vós, mas a ameaça da escassez de água ganha cada vez mais força.

Espera-se que dentro de 20 anos metade da população mundial sofra gravemente de escassez de água e que dentro de poucos anos este se torne o tema mais importante nas discussões económicas internacionais.

Para além das mortes directas que a escassez de água pode causar, espera-se que, ficando fora de controle, seja causa de vários conflitos a níveis nacional e internacional.

Portugal deverá ser dos países mais afectados. A maioria dos portugueses tende a achar que temos muita abundância de água e que nunca sentiremos falta, mas é exactamente esse conceito que nos faz ter hábitos de desperdício tornando-nos assim mais vulneráveis.

São de esperar medidas de prevenção no curto-prazo como aumento de taxas sobre a água, incentivos para processos de dessalinização da água e medidas de racionalização.

Acrescento eu que uma medida para combater esta e outras necessidades prementes do ambiente e da economia global seria um imposto sobre a carne. Recordo que ao ingerirmos carne estamos a consumir 10 a 13 vezes mais vegetais do que se ingeríssemos vegetais. Do consumo abusivo de carne resulta falta de água, falta de energia, aquecimento global, desflorestação e fome.