A Universidade de Lisboa lançou um curso à semelhança das melhores Universidades do Mundo.
Neste regime, pioneiro em Portugal, não existe um plano curricular pré-determinado com um conjunto de cadeiras. É o aluno que constróri o seu plano curricular dentro de um conjunto de optativas que a Universidade oferece.
Tal como em outros países há um conjunto de Majors e Minors. O Aluno escolhe uma Major e completa o seu curso com as várias Minors.
As vantagens deste sistema são várias.
A primeira razão prende-se com o facto de as licenciaturas não servirem para ensinar os alunos a fazer uma determinada função. Num mundo em constante mudança onde as profissões são constantemente re-inventadas, as licenciaturas como são entendidas não fazem qualquer sentido perante a realidade.
A segunda razão é transmitirem para o aluno a responsabilidade de construir o seu curso. Ao imputarem desde a raíz a responsabilidade no aluno, isto cria no próprio um sentido de conduzir o seu futuro. Ou seja, aumenta o locus interno. Algo que falta na nossa cultura profundamente influenciada pelo socialismo, onde somos levados a crer que o responsável pelo nosso futuro é o Estado e não nós.
A terceira grande vantagem incide sobre os professores que não se podem mais encostar como é normal e vêem-se assim obrigados a competir com os seus colegas pelo cliente interno. A raiz do nosso atraso no Ensino Superior é exactamente a falta de noção de cliente interno e ausência total de competitividade. Quando um professor se vê obrigado a pensar “Como é que eu posso tornar a minha cadeira mais apelativa para os alunos” tem um imperativo para melhorar constantemente os seus conteúdos e métodos e genéricamente esforçar-se para chegar aos alunos.
A partir daqui se existir uma avaliação dos professores, mesmo que esta não tenha um impacto directo sobre a sua remuneração, são os próprios alunos que a irão considerar. Se por outro lado, a remuneração do professor estiver dependente da afluência dos alunos às cadeiras, então a preocupação com a melhoria contínua torna-se intensiva.
Por enquanto, apenas uma Universidade está a seguir este método em Portugal. E abrangendo as áreas científica, artística e de Humanidades, deixando de fora as áreas Económicas e empresariais, que certamente teriam muito a ganhar com esta metodologia. No mínimo, cadeiras orientadas para o empreendedorismo serão da maior importância para estes alunos que concerteza terão vantagens para a inovação pela diferença académica.
A Universidade de Lisboa, responsável por esta iniciativa irá abrir no próximo ano lectivo apenas 35 vagas para esta modalidade, mas podemos considerar este um Weak Signal e esperemos que se torne numa prática comum.
No resto da Europa, onde esta prática costumava ser vista com maus olhos por tranferir do Estado para o Aluno um conjunto de responsabilidades, começam a surgir um conjunto de projectos com as mesmas características.
Entre as Deep Causes desta mudança estão a ameaça que as economias emergentes representam para a Europa, a incapacidade dos modelos Marxistas agirem perante a turbulência e a elevada turbulência no mercado profissional.
Nota: Por Modelos Marxistas e/ou socialistas, refiro-me a todos os que derivam do conceito “Cada um consoante as suas capacidades e a cada um consoante as suas necessidades”. Este modelo é aplicado mais ou menos à letra consoante os governos e ministérios da educação determinam a formação dos indivíduos.
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segunda-feira, 8 de março de 2010
segunda-feira, 1 de março de 2010
A importância de sair da Zona de Conforto para o Povo Português
Segundo o investigador Pedro Moreira, especialista na área de Liderança, Portugal à semelhança dos demais povos latino-católicos sofre de uma dificuldade de trabalhar em equipa devido à sua incapacidade para confiar em pessoas fora do seu laço familiar.
Por questões históricas, os povos de herança católica confiam apenas na sua família e como tal são competitivamente prejudicados face a outros povos como os de herança protestante. O facto de não termos dificuldade em confiar, não nos permite trabalhar em rede o que trava fortemente a nossa capacidade de inovar ou até mesmo de construir grandes empresas. Daí o tecido familiar português ser constituído especialmente por empresas de dimensão familiar.
O povo português tem ainda características de ser o que segundo determinadas teorias da psicologia organizacional de características feminínas. O que isto significa é que não somos pessoas que impõe os seus comportamentos e estilos de vida, mas sim se adaptam aos demais. Daí que eramos vistos como um povo descobridor em vez de um povo conquistador, como os demais povos latinos.
Segundo o senso comum e a nossa auto-imagem enquanto povo, temos uma elevada capacidade de improviso e adaptação, conseguindo frequentemente ultrapassar problemas com elevada facilidade. O reverso desta imagem é que temos pouca disciplina e apenas quando nos vemos em situações complicadas conseguimos dar o melhor de nós.
Segundo o gestor de Projectos Manuel Veludo, apesar de os portugueses aparentarem alguma dificuldade em se estruturar e disciplinar, quando o aprendem a fazer tornam-se dos melhores profissionais devido à tal capacidade de adaptação e improviso. E por essa razão vemos constantemente Gestores de Projecto portugueses a dirigir projectos de topo a nível mundial.
Estes dois elementos tornam-se assim chave para o nosso sucesso enquanto povo: A confiança que nos permite trabalhar em rede e a auto-disciplina que nos permita realizar os nossos objectivos.
Segundo Sun-Tzu, autor de A Arte da Guerra, considerado como o pai da estratégia sair da zona de conforto é uma acção fundamental para o sucesso. Num contexto militar, se um batalhão combatesse perto de casa, a maioria dos soldados teria tendência para abandonar a batalha e tentar regressar a casa sozinho.
Por outro lado, quando entravam em terreno inimigo tinham tendência a fortalecer o seu espírito de equipa, seguir o líder e disciplinar as suas acções.
Este conceito de Sun-Tzu evoluiu para o que hoje chamamos de sair da da zona de conforto. Quando estamos confortáveis temos tendência a não exigir o melhor de nós e desvalorizarmos a importância dos outros. Por oposição, quando estamos fora da nosssa zona de conforto, sentimo-nos na necessidade de dar o melhor de nós e procurar o apoio de outros vendo-nos obrigados a confiar nos outros.
Esta talvez seja a explicação por trás do sucesso dos portugueses que emigram. Aparentemente, apenas os portugueses que saem do país conseguem ter sucesso e mesmo quando conseguem a maioria diz que não teria sido possível em Portugal.
A verdade é que em Portugal, a maioria dos jovens tende a ficar em casa dos pais até aos 30, apontam o estado como o principal responsável do seu sucesso e a maioria prefere um emprego estável mal pago a criar o próprio projecto mesmo que signifique rendimentos maiores. As nossas capacidades não são desafiadas e a maioria prefere se fechar num título do que propriamente ser empreendedor e trabalhar a sua rede social.
Se realmente o que os Portugueses precisam é de sair da sua zona de conforto, então é necessário criar instabilidade, estimular os jovens a sair cada vez mais cedo de casa, condicionar os mestrados a quem já tem experiência profissional, derrubar as noções de estatutos, questionar as instituições políticas, promover a flexibilidade laboral e acima de tudo o intercambio de estudantes.
É fundamental levar os nossos alunos a estudar lá fora e trazer alunos de fora para estudar cá. Criar métodos de ensino mais práticos e interactivos que não se resumam À memorização da matéria exigindo sempre uma atitude crítica do aluno.
Por questões históricas, os povos de herança católica confiam apenas na sua família e como tal são competitivamente prejudicados face a outros povos como os de herança protestante. O facto de não termos dificuldade em confiar, não nos permite trabalhar em rede o que trava fortemente a nossa capacidade de inovar ou até mesmo de construir grandes empresas. Daí o tecido familiar português ser constituído especialmente por empresas de dimensão familiar.
O povo português tem ainda características de ser o que segundo determinadas teorias da psicologia organizacional de características feminínas. O que isto significa é que não somos pessoas que impõe os seus comportamentos e estilos de vida, mas sim se adaptam aos demais. Daí que eramos vistos como um povo descobridor em vez de um povo conquistador, como os demais povos latinos.
Segundo o senso comum e a nossa auto-imagem enquanto povo, temos uma elevada capacidade de improviso e adaptação, conseguindo frequentemente ultrapassar problemas com elevada facilidade. O reverso desta imagem é que temos pouca disciplina e apenas quando nos vemos em situações complicadas conseguimos dar o melhor de nós.
Segundo o gestor de Projectos Manuel Veludo, apesar de os portugueses aparentarem alguma dificuldade em se estruturar e disciplinar, quando o aprendem a fazer tornam-se dos melhores profissionais devido à tal capacidade de adaptação e improviso. E por essa razão vemos constantemente Gestores de Projecto portugueses a dirigir projectos de topo a nível mundial.
Estes dois elementos tornam-se assim chave para o nosso sucesso enquanto povo: A confiança que nos permite trabalhar em rede e a auto-disciplina que nos permita realizar os nossos objectivos.
Segundo Sun-Tzu, autor de A Arte da Guerra, considerado como o pai da estratégia sair da zona de conforto é uma acção fundamental para o sucesso. Num contexto militar, se um batalhão combatesse perto de casa, a maioria dos soldados teria tendência para abandonar a batalha e tentar regressar a casa sozinho.
Por outro lado, quando entravam em terreno inimigo tinham tendência a fortalecer o seu espírito de equipa, seguir o líder e disciplinar as suas acções.
Este conceito de Sun-Tzu evoluiu para o que hoje chamamos de sair da da zona de conforto. Quando estamos confortáveis temos tendência a não exigir o melhor de nós e desvalorizarmos a importância dos outros. Por oposição, quando estamos fora da nosssa zona de conforto, sentimo-nos na necessidade de dar o melhor de nós e procurar o apoio de outros vendo-nos obrigados a confiar nos outros.
Esta talvez seja a explicação por trás do sucesso dos portugueses que emigram. Aparentemente, apenas os portugueses que saem do país conseguem ter sucesso e mesmo quando conseguem a maioria diz que não teria sido possível em Portugal.
A verdade é que em Portugal, a maioria dos jovens tende a ficar em casa dos pais até aos 30, apontam o estado como o principal responsável do seu sucesso e a maioria prefere um emprego estável mal pago a criar o próprio projecto mesmo que signifique rendimentos maiores. As nossas capacidades não são desafiadas e a maioria prefere se fechar num título do que propriamente ser empreendedor e trabalhar a sua rede social.
Se realmente o que os Portugueses precisam é de sair da sua zona de conforto, então é necessário criar instabilidade, estimular os jovens a sair cada vez mais cedo de casa, condicionar os mestrados a quem já tem experiência profissional, derrubar as noções de estatutos, questionar as instituições políticas, promover a flexibilidade laboral e acima de tudo o intercambio de estudantes.
É fundamental levar os nossos alunos a estudar lá fora e trazer alunos de fora para estudar cá. Criar métodos de ensino mais práticos e interactivos que não se resumam À memorização da matéria exigindo sempre uma atitude crítica do aluno.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
A Crise que acabará com todas as Crises
Quem saiba de onde vem esta frase ganha pouca esperança ao ouvi-la. A guerra que foi chamada de “A guerra que acabará com todas as guerras” viria mais tarde a ser chamada como “A Primeira”.
Mas ainda assim, a possibilidade de esta crise vir a tornar-se como a última das crises existe e tem uma forte razão de ser.
Embora se fale maioritariamente de uma crise, estamos neste momento a atravessar três crises, que se juntam numa só: Financeira, Alimentar e a Ambiental.
Para quem possa não saber a crise alimentar foi uma subida generalizada do preço dos produtos alimentares que surgiu quando se começou a utilizar produtos agrícolas para produzir bio-diesel. Não foi a única causa, mas foi considerada como a principal. Aconteceu um pouco antes da crise financeira tomar dimensão.
Contudo, estas 3 crises têm algo muito em comum. As três têm origem na globalização e as três apenas poderão encontrar solução na globalização, ou melhor dizendo, na cooperação global.
A Crise (na globalidade das três) veio ensinar-nos as regras da globalização. E essas regras são que ninguém sofre sozinho e que o que acontece num local, num grupo ou numa classe social repercute-se em todos os outros.
Para dar um exemplo, a crise económica começou nos pequenos agentes, famílias que não conseguiam pagar os empréstimos das suas habitações, e rapidamente se transferiu para os grandes agentes. Na 2ª fase em que as bolsas caiam a pique, houve quem achasse que este era um problema dos ricos, mas rapidamente a contracção do investimento levou ao encerramento de muitas empresas e ao aumento do desemprego.
Por outro lado, a mesma crise começou nos EUA e rapidamente se alastrou para a Europa, Ásia e acabou por prejudicar o mundo inteiro.
Já no momento de resolver a crise, os líderes do mundo começam a perceber a importância de se unirem, porque apenas unindo esforços conseguem resolver um problema que é de todos.
Hoje sabemos que cada povo sem escolas, que cada país com fome e doenças, que cada região que empobrece significa um perigo para o mundo. De uma forma ou de outra, pagamos o preço das feridas do mundo e porque isolar já não é possível, a única possibilidade que temos é ajudar-nos uns aos outros.
Epidemias, terrorismo, crime organizado, quedas da bolsa, imigração ilegal, tráfico de armas drogas e pessoas. Tudo isto são ameaças que não conhecem fronteiras e que se alastram pelo mundo como qualquer vírus.
Já aprendemos as regras. A probabilidade de este cenário de acabarmos com todas as crises depende apenas da nossa (humanidade) capacidade de aprendermos estas regras tão simples ?
Mas ainda assim, a possibilidade de esta crise vir a tornar-se como a última das crises existe e tem uma forte razão de ser.
Embora se fale maioritariamente de uma crise, estamos neste momento a atravessar três crises, que se juntam numa só: Financeira, Alimentar e a Ambiental.
Para quem possa não saber a crise alimentar foi uma subida generalizada do preço dos produtos alimentares que surgiu quando se começou a utilizar produtos agrícolas para produzir bio-diesel. Não foi a única causa, mas foi considerada como a principal. Aconteceu um pouco antes da crise financeira tomar dimensão.
Contudo, estas 3 crises têm algo muito em comum. As três têm origem na globalização e as três apenas poderão encontrar solução na globalização, ou melhor dizendo, na cooperação global.
A Crise (na globalidade das três) veio ensinar-nos as regras da globalização. E essas regras são que ninguém sofre sozinho e que o que acontece num local, num grupo ou numa classe social repercute-se em todos os outros.
Para dar um exemplo, a crise económica começou nos pequenos agentes, famílias que não conseguiam pagar os empréstimos das suas habitações, e rapidamente se transferiu para os grandes agentes. Na 2ª fase em que as bolsas caiam a pique, houve quem achasse que este era um problema dos ricos, mas rapidamente a contracção do investimento levou ao encerramento de muitas empresas e ao aumento do desemprego.
Por outro lado, a mesma crise começou nos EUA e rapidamente se alastrou para a Europa, Ásia e acabou por prejudicar o mundo inteiro.
Já no momento de resolver a crise, os líderes do mundo começam a perceber a importância de se unirem, porque apenas unindo esforços conseguem resolver um problema que é de todos.
Hoje sabemos que cada povo sem escolas, que cada país com fome e doenças, que cada região que empobrece significa um perigo para o mundo. De uma forma ou de outra, pagamos o preço das feridas do mundo e porque isolar já não é possível, a única possibilidade que temos é ajudar-nos uns aos outros.
Epidemias, terrorismo, crime organizado, quedas da bolsa, imigração ilegal, tráfico de armas drogas e pessoas. Tudo isto são ameaças que não conhecem fronteiras e que se alastram pelo mundo como qualquer vírus.
Já aprendemos as regras. A probabilidade de este cenário de acabarmos com todas as crises depende apenas da nossa (humanidade) capacidade de aprendermos estas regras tão simples ?
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quarta-feira, 30 de julho de 2008
Desenvolvimento de Portugal versus EUA
Para comparar o desenvolvimento destes dois países, utilizei dois factores:
A mortalidade infantil e o rendimento percapita.
O nível da mortalidade infantil, embora não seja percebido pela maioria como um indicador do desenvolvimento é dos indicadores mais poderosos. Concordo com Hans Rosling, quando diz que a mortalidade infantil é o indicador de desenvolvimento por excelência.
E o rendimento percapita, que indica o desenvolvimento da Economia. Claro que o rendimento per capita não nos diz nada sobre a distribuição da riqueza. Apenas sobre a existência desta.
A leitura destes dois factores combinados permite-nos não só a ver a “adição” dos dois factores, mas também a comparação e a relação entre os dois. A globalidade dos países que conseguiu diminuir a mortalidade infantil, fê-lo através do desenvolvimento económico. Mas apesar dos dois estarem correlacionados, é nítida a diferença entre os países que deram prioridade às condições de vida e os que deram prioridade à economia.
Para Portugal, tenho valores desde 1910 e para os EUA desde 1933.
Entre 1910 e 1936, as coisas não eram famosas para as crianças portuguesas. Embora se notasse claras melhorias económicas, a mortalidade infantil variava de forma irregular e até com aumentos consideráveis.
A partir de 1937, a MI em Portugal começou a descer mas a comparação com os EUA era desastrosa. Apesar de ambos os países estarem a evoluir a ritmos acentuados, só em 1968 Portugal atingiu os valores de MI e rendimento percapita que os EUA tinham em 1933.
Portugal tinha 35 anos de atraso. Curiosamente, estes dois momentos dos dois países coincidem tanto em MI como em Rpc.
Os EUA tiveram desde 1933 a 2006 um mantiveram um desenvolvimento relativamente estável. Apenas durante a 2ªGG tiveram um maior desenvolvimento económico, que depois recuaram no pós-guerra. Fora isso, foi sempre estável, mas sempre “do lado do dinheiro”. Ou seja, com melhores indicadores económicos, que os de mortalidade infantil, quando comparado com as outras economias mundiais.
Portugal, até 1974 (25 de Abril) andou sempre atrás dos EUA. Seguindo o mesmo equilíbrio entre mortalidade infantil e desenvolvimento económico, mas com um atraso de vários anos. (Não me venham com histórias que o Salazar fez muitas coisinhas boas para o povo)
Depois da revolução houve uma clara inversão de prioridades que os números não escondem. O desenvolvimento económico abrandou mas não parou. Mas por outro lado, a diminuição da mortalidade infantil acelerou deixando para trás os EUA.
Os valores mais recentes são de 2006, onde Portugal tem um nível de MI muito mais baixo que os EUA.
O nível de MI que os EUA têm em 2006 equivale aos portugueses de 2000, que em anos pode parecer pouco mas a descida foi de 6/1000 para 3/1000. Já o rendimento de percapita de Portugal em 2000, equivale ao americano de 1965/66.
fonte: Gapminder
origem dos dados: ONU
A mortalidade infantil e o rendimento percapita.
O nível da mortalidade infantil, embora não seja percebido pela maioria como um indicador do desenvolvimento é dos indicadores mais poderosos. Concordo com Hans Rosling, quando diz que a mortalidade infantil é o indicador de desenvolvimento por excelência.
E o rendimento percapita, que indica o desenvolvimento da Economia. Claro que o rendimento per capita não nos diz nada sobre a distribuição da riqueza. Apenas sobre a existência desta.
A leitura destes dois factores combinados permite-nos não só a ver a “adição” dos dois factores, mas também a comparação e a relação entre os dois. A globalidade dos países que conseguiu diminuir a mortalidade infantil, fê-lo através do desenvolvimento económico. Mas apesar dos dois estarem correlacionados, é nítida a diferença entre os países que deram prioridade às condições de vida e os que deram prioridade à economia.
Para Portugal, tenho valores desde 1910 e para os EUA desde 1933.
Entre 1910 e 1936, as coisas não eram famosas para as crianças portuguesas. Embora se notasse claras melhorias económicas, a mortalidade infantil variava de forma irregular e até com aumentos consideráveis.
A partir de 1937, a MI em Portugal começou a descer mas a comparação com os EUA era desastrosa. Apesar de ambos os países estarem a evoluir a ritmos acentuados, só em 1968 Portugal atingiu os valores de MI e rendimento percapita que os EUA tinham em 1933.
Portugal tinha 35 anos de atraso. Curiosamente, estes dois momentos dos dois países coincidem tanto em MI como em Rpc.
Os EUA tiveram desde 1933 a 2006 um mantiveram um desenvolvimento relativamente estável. Apenas durante a 2ªGG tiveram um maior desenvolvimento económico, que depois recuaram no pós-guerra. Fora isso, foi sempre estável, mas sempre “do lado do dinheiro”. Ou seja, com melhores indicadores económicos, que os de mortalidade infantil, quando comparado com as outras economias mundiais.
Portugal, até 1974 (25 de Abril) andou sempre atrás dos EUA. Seguindo o mesmo equilíbrio entre mortalidade infantil e desenvolvimento económico, mas com um atraso de vários anos. (Não me venham com histórias que o Salazar fez muitas coisinhas boas para o povo)
Depois da revolução houve uma clara inversão de prioridades que os números não escondem. O desenvolvimento económico abrandou mas não parou. Mas por outro lado, a diminuição da mortalidade infantil acelerou deixando para trás os EUA.
Os valores mais recentes são de 2006, onde Portugal tem um nível de MI muito mais baixo que os EUA.
O nível de MI que os EUA têm em 2006 equivale aos portugueses de 2000, que em anos pode parecer pouco mas a descida foi de 6/1000 para 3/1000. Já o rendimento de percapita de Portugal em 2000, equivale ao americano de 1965/66.
fonte: Gapminder
origem dos dados: ONU
terça-feira, 15 de abril de 2008
Geração Intelligence
As gerações de crianças nascida nos anos 80 e 90 receberam em tenra idade a avalanche de tecnologias que as permitiu absorver informação a uma velocidade nunca antes imaginada.
Entre televisões, computadores, telemoveis, dvds, leitores de mp3 portáteis e outros, os jovens destas gerações desenvolveram naturalmente as suas capacidades de absorção de informação.
Mesmo a cultura de entretenimento teve de ser adaptada às capacidades desta geração. Nos filmes as imagens passam cada vez mais rápido e o número de estímulos por minuto é elevadíssimo e o cruzar de associações é simplesmente impossível de absorver por pessoas de gerações anteriores.
Para simplificar chamemos-lhe a Geração Informação.
A geração informação pagou contudo um preço elevado por esse salto.
As gerações anteriores não estavam preparadas para esta evolução e resistiram o mais que puderam, umas vezes voluntáriamente, outras por não serem capazes de lidar com a mudança.
Especialmente os professores viram-se surpreendidos por alunos que fazem parte de uma nova realidade. Enquanto um professor insiste que um aluno devia ir a uma biblioteca pesquisar, o aluno sabe que consegue essa informação muito mais rapidademente na internet.
Sabemos contudo, que por muito que os professores se queixem, não se vai dar meia volta no desenvolvimento.
E por agora o problema parece sem solução.
Mas o que irá acontecer quando os professores forem da geração informação?
Professores da geração informação a ensinar alunos da geração informação.
Esses professores saberão focar o seu ensino naquilo que é mais importante para quem tem excesso de informação: selecção e análise.
Os filhos e alunos da geração informação terão capacidades inimagináveis para nós aos níveis de pesquisa, selecção, análise e capacidade de decisão.
Esta geração merecerá ser chamada de Geração Intelligence
Entre televisões, computadores, telemoveis, dvds, leitores de mp3 portáteis e outros, os jovens destas gerações desenvolveram naturalmente as suas capacidades de absorção de informação.
Mesmo a cultura de entretenimento teve de ser adaptada às capacidades desta geração. Nos filmes as imagens passam cada vez mais rápido e o número de estímulos por minuto é elevadíssimo e o cruzar de associações é simplesmente impossível de absorver por pessoas de gerações anteriores.
Para simplificar chamemos-lhe a Geração Informação.
A geração informação pagou contudo um preço elevado por esse salto.
As gerações anteriores não estavam preparadas para esta evolução e resistiram o mais que puderam, umas vezes voluntáriamente, outras por não serem capazes de lidar com a mudança.
Especialmente os professores viram-se surpreendidos por alunos que fazem parte de uma nova realidade. Enquanto um professor insiste que um aluno devia ir a uma biblioteca pesquisar, o aluno sabe que consegue essa informação muito mais rapidademente na internet.
Sabemos contudo, que por muito que os professores se queixem, não se vai dar meia volta no desenvolvimento.
E por agora o problema parece sem solução.
Mas o que irá acontecer quando os professores forem da geração informação?
Professores da geração informação a ensinar alunos da geração informação.
Esses professores saberão focar o seu ensino naquilo que é mais importante para quem tem excesso de informação: selecção e análise.
Os filhos e alunos da geração informação terão capacidades inimagináveis para nós aos níveis de pesquisa, selecção, análise e capacidade de decisão.
Esta geração merecerá ser chamada de Geração Intelligence
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terça-feira, 8 de abril de 2008
Dá-me o telemóvel - um caso de bullying
Um pouco já fora de agenda gostaria de dar um input sobre o famoso caso do telemóvel.
O que se passou entre aluna e professora foi uma transferência de bullying, ou talvez, um caso de bullying.
Bullying são os comportamentos sociais, muito comuns nas escolas em que um aluno ou vários agridem (física ou verbalmente) outros alunos com o intuito de marcar uma posição através da humilhação da vítima.
Todos nós testemunhámos casos e a maioria de nós foi vítima ou praticou bullying.
A rapariga como os outro alunos, no sentido de ascenderem socialmente sentem uma necessidade de se impor perante outros. Naquele momento a professora tornou-se a vítima e a aluna quis mostrar que era a superior, assim como os outros alunos. Note-se que eles foram agressores porque provavelmente noutros momentos foram agredidos.
Até me arrisco a dizer que o rapaz que filma e manda comentários foi já ele próprio muitas vezes vítimas de bullying. Digo isto porque geralmente os “engraçadinhos” o foram.
Este tipo de comportamento tem uma origem social muito clara.
A origem reside exactamente naquela imagem conservadora de que numa sociedade deve sempre existir alguém acima e alguém abaixo.
Curiosamente, em nome deste caso vieram atacar o estatuto do aluno.
Ataca-se o estatuto do aluno porque supostamente ao dar direitos e dignidade ao aluno, estamos a retirar autoridade aos professores.
Custa-me a acreditar mas ainda existe quem pense assim no sec. XXI.
Enquanto não se transmitir que as pessoas devem ser respeitadas porque sim. Apenas porque são pessoas.
Os professores não devem ser respeitados porque são professores ou porque são mais velhos. Devem ser respeitados porque são pessoas.
Assim como os colegas alunos.
A ideia de ser o próprio sistema educativo a dizer que há umas pessoas mais dignas que outras e depois estar a instaurar políticas de medo, para que os professores possam “ensinar com disciplina” só vai gerar cada vez mais indisciplina, violência e uma sociedade sem humanidade nem respeito.
O que se passou entre aluna e professora foi uma transferência de bullying, ou talvez, um caso de bullying.
Bullying são os comportamentos sociais, muito comuns nas escolas em que um aluno ou vários agridem (física ou verbalmente) outros alunos com o intuito de marcar uma posição através da humilhação da vítima.
Todos nós testemunhámos casos e a maioria de nós foi vítima ou praticou bullying.
A rapariga como os outro alunos, no sentido de ascenderem socialmente sentem uma necessidade de se impor perante outros. Naquele momento a professora tornou-se a vítima e a aluna quis mostrar que era a superior, assim como os outros alunos. Note-se que eles foram agressores porque provavelmente noutros momentos foram agredidos.
Até me arrisco a dizer que o rapaz que filma e manda comentários foi já ele próprio muitas vezes vítimas de bullying. Digo isto porque geralmente os “engraçadinhos” o foram.
Este tipo de comportamento tem uma origem social muito clara.
A origem reside exactamente naquela imagem conservadora de que numa sociedade deve sempre existir alguém acima e alguém abaixo.
Curiosamente, em nome deste caso vieram atacar o estatuto do aluno.
Ataca-se o estatuto do aluno porque supostamente ao dar direitos e dignidade ao aluno, estamos a retirar autoridade aos professores.
Custa-me a acreditar mas ainda existe quem pense assim no sec. XXI.
Enquanto não se transmitir que as pessoas devem ser respeitadas porque sim. Apenas porque são pessoas.
Os professores não devem ser respeitados porque são professores ou porque são mais velhos. Devem ser respeitados porque são pessoas.
Assim como os colegas alunos.
A ideia de ser o próprio sistema educativo a dizer que há umas pessoas mais dignas que outras e depois estar a instaurar políticas de medo, para que os professores possam “ensinar com disciplina” só vai gerar cada vez mais indisciplina, violência e uma sociedade sem humanidade nem respeito.
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