Tecnologias utilizadas actualmente em computadores domésticos de capacidades médias são já capazes de reconhecer caras.
Por enquanto ainda são mecanismos algo rudimentares que demoram alguns segundos a fazer a comparação entre duas imagens.
Se quiserem comparar uma imagem com uma lista de 10 imagens dez vezes mais, se for de uma lista 100 vezes maior, demora 100 vezes mais e por ai em diante.
Mas com a evolução natural das tecnologias em breve em poucos segundos será possível comparar uma imagem com uma listagem de milhares ou milhões em poucos segundos.
A acumular a este factor está o constante aumento de câmaras de filmar em todas as áreas públicas e semi-públicas. E uma grande quantidade destas câmaras está acessível na internet ou por entidades governamentais. Inglaterra é o país onde a febre das câmaras atinge níveis mais preocupantes ao ponto de qualquer cidadão aceitar a ideia de que está constantemente a ser filmado. Mas mesmo em países como Portugal, o número de câmaras é assustador.
Estradas, centros comerciais, lojas e parques de estacionamento são filmados. Mesmo ruas onde supostamente não há câmaras estão frequentemente no espaço de visão de câmaras de lojas que apanham o exterior através das montras.
A combinação destas duas evoluções tecnologias permitirá no futuro que a polícia coloque uma fotografia num software e em poucos segundos, um webcrawler ou um pequeno algoritmo percorra todas as câmaras à procura de uma correspondência da pessoa procurada informando sobre a localização do mesmo.
Numa fase mais avançada, um algoritmo não muito mais complexo poderá fazer um desenho do percurso de uma pessoa seguindo e registando tudo o que essa pessoa faz ao longo do tempo.
No limite um servidor central, com uma incrível capacidade de computação para os dias de hoje, será capaz de registar tudo o que todas as pessoas fazem.
Para além do ataque óbvio às liberdades individuais estas tecnologias oferecem um poder exagerado ás autoridades, que devido a esse desequilíbrio tendem a ser utilizadas de forma imprópria.
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segunda-feira, 21 de julho de 2008
quarta-feira, 14 de maio de 2008
O que é não fazer prospectiva ? - O Caso Kodak
Se por vezes é difícil explicar o que é fazer prospectiva, dar exemplos do que é ‘não fazer’ é muito mais fácil.
Um exemplo flagrante foi o da recente mudança das máquinas fotográficas.
Antes da chegada das máquinas fotográficas digitais, já a sua chegada era previsível. A tecnologia estava a ser preparada há muito tempo, apenas era necessário inquirir os especialistas.
Se uma empresa como a Kodak tivesse um departamento de prospectiva ou de competitive intelligence, 5 anos antes da mudança, este departamento poderia ter dado o aviso: “Atenção que daqui por alguns anos as máquinas fotográficas vão deixar de ser de rolo, para passarem a ser digitais”.
Apenas competia ao analista inquirir investigadores da nikon e da canon, ou os laboratórios que faziam a investigação necessária.
Estes 5 anos de antecedência seriam da maior importância para dar tempo de comprar patentes e tecnologias, começarem a investigar e quando chegasse a altura certa estariam preparados para competir lado a lado com os grandes.
Porque a kodak não o fez, foi apanhada de surpresa tendo obtido péssimos resultados financeiros desde então.
Claro que hoje a Kodak está a fazer um esforço enorme para entrar neste mercado, mas está a entrar com um atraso enorme.
Os lugares de liderança ficaram para outras empresas das quais não estavamos habituados a ouvir falar neste sector, como a Sony.
Mas não foi só a Kodak que perdeu a sua posição “consolidada”.
Muitas empresas menores que esta simplesmente desapareceram, porque sendo mais pequenas não tinham a mesma capacidade financeira.
Enquanto a Kodak conseguiu aguentar alguns anos a perder dinheiro, as que não tinham essa estrutura financeira colapsaram.
Não deixa de ser espantoso ver como grandes empresas conseguem ser apanhadas completamente desprevenidas.
Um exemplo flagrante foi o da recente mudança das máquinas fotográficas.
Antes da chegada das máquinas fotográficas digitais, já a sua chegada era previsível. A tecnologia estava a ser preparada há muito tempo, apenas era necessário inquirir os especialistas.
Se uma empresa como a Kodak tivesse um departamento de prospectiva ou de competitive intelligence, 5 anos antes da mudança, este departamento poderia ter dado o aviso: “Atenção que daqui por alguns anos as máquinas fotográficas vão deixar de ser de rolo, para passarem a ser digitais”.
Apenas competia ao analista inquirir investigadores da nikon e da canon, ou os laboratórios que faziam a investigação necessária.
Estes 5 anos de antecedência seriam da maior importância para dar tempo de comprar patentes e tecnologias, começarem a investigar e quando chegasse a altura certa estariam preparados para competir lado a lado com os grandes.
Porque a kodak não o fez, foi apanhada de surpresa tendo obtido péssimos resultados financeiros desde então.
Claro que hoje a Kodak está a fazer um esforço enorme para entrar neste mercado, mas está a entrar com um atraso enorme.
Os lugares de liderança ficaram para outras empresas das quais não estavamos habituados a ouvir falar neste sector, como a Sony.
Mas não foi só a Kodak que perdeu a sua posição “consolidada”.
Muitas empresas menores que esta simplesmente desapareceram, porque sendo mais pequenas não tinham a mesma capacidade financeira.
Enquanto a Kodak conseguiu aguentar alguns anos a perder dinheiro, as que não tinham essa estrutura financeira colapsaram.
Não deixa de ser espantoso ver como grandes empresas conseguem ser apanhadas completamente desprevenidas.
terça-feira, 6 de maio de 2008
Onde pára a Intelligence dos EUA ?
Robert Anton Wilson descrevia os EUA como um país fanático por intelligence.
Dizia que primeiro tinha sido criada uma polícia secreta para os proteger. E depois foi criada uma segunda polícia para vigiar a 1ª. De seguida foi criada outra para vigiar as duas primeiras. E depois outra para criar as 3 primeiras. E esta febre nunca mais terá parado.
Apesar de RAW dizer isto com algum sentido cómico não nos é assim tão absurdo imaginar este cenário.
A CIA analisa todas as ameaças externas e como vimos no post anterior efectua missões secretas.
John Edgar Hoover, fundador do FBI, foi considerado ser mais poderoso que o presidente dos EUA durante o seu tempo.
Os Internal Affairs têm poder para vigiar e analisar as várias policias, enquanto a polícia miltar tem controlo sobre as forças militares.
Há quem defenda que são estas organizações que no seu conjunto controlam os presidentes americanos e consequentemente a política americana.
Outros defendem que os dois grandes partidos são lobbies poderosíssimos que controlam estas forças por canais alternativos.
Grandes famílias ou grupos religiosos assumem também a lista dos possíveis supra-sumos do poder e intelligence.
A teoria oficial é de que o Presidente concentra em si todo esse poder, mas pessoalmente acho essa possibilidade demasiado assustadora. Pensar que tanto poder recai sobre uma pessoa é demasiado negativo.
Basicamente, quem iria apoiar um presidente na campanha seria quem quisesse apagar informações. E não quero acreditar que seria um barão da droga ou um grupo de pedofilia a escolher e apoiar um presidente.
Dentro das opções que existem, espero que entre os vários grupos de poder exista tanta controvérsia, diferentes perspectivas, dificuldades de acordo que eles acabem por se neutralizar uns aos outros e assim permitir algum equilíbrio.
Sim, muito jogo sujo, mas ainda assim, um pouco de equilíbrio.
O cenário perfeito seria aquele onde ninguém teria muito poder, mas vários terem um pouco de poder. Ninguém ter impunidade e todos serem de alguma forma analisados e avaliados, com respeito pela sua privacidade.
Mas claro que este é um cenário utópico.
Dizia que primeiro tinha sido criada uma polícia secreta para os proteger. E depois foi criada uma segunda polícia para vigiar a 1ª. De seguida foi criada outra para vigiar as duas primeiras. E depois outra para criar as 3 primeiras. E esta febre nunca mais terá parado.
Apesar de RAW dizer isto com algum sentido cómico não nos é assim tão absurdo imaginar este cenário.
A CIA analisa todas as ameaças externas e como vimos no post anterior efectua missões secretas.
John Edgar Hoover, fundador do FBI, foi considerado ser mais poderoso que o presidente dos EUA durante o seu tempo.
Os Internal Affairs têm poder para vigiar e analisar as várias policias, enquanto a polícia miltar tem controlo sobre as forças militares.
Há quem defenda que são estas organizações que no seu conjunto controlam os presidentes americanos e consequentemente a política americana.
Outros defendem que os dois grandes partidos são lobbies poderosíssimos que controlam estas forças por canais alternativos.
Grandes famílias ou grupos religiosos assumem também a lista dos possíveis supra-sumos do poder e intelligence.
A teoria oficial é de que o Presidente concentra em si todo esse poder, mas pessoalmente acho essa possibilidade demasiado assustadora. Pensar que tanto poder recai sobre uma pessoa é demasiado negativo.
Basicamente, quem iria apoiar um presidente na campanha seria quem quisesse apagar informações. E não quero acreditar que seria um barão da droga ou um grupo de pedofilia a escolher e apoiar um presidente.
Dentro das opções que existem, espero que entre os vários grupos de poder exista tanta controvérsia, diferentes perspectivas, dificuldades de acordo que eles acabem por se neutralizar uns aos outros e assim permitir algum equilíbrio.
Sim, muito jogo sujo, mas ainda assim, um pouco de equilíbrio.
O cenário perfeito seria aquele onde ninguém teria muito poder, mas vários terem um pouco de poder. Ninguém ter impunidade e todos serem de alguma forma analisados e avaliados, com respeito pela sua privacidade.
Mas claro que este é um cenário utópico.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
CIA - Central Intelligence Agency
Parece um clichê, mas se vou falar de intelligence tenho de falar da agência de intelligence mais famosa do mundo.
Não querendo tomar posições a favor ou contra esta agência é preciso ter em consideração que há quem a apoie, quem a odeia e muitos que dela suspeitem.
Estes sentimentos são normais e esperados na actividade de Intelligence.
Mas quero sobretudo ver como a própria define o seu trabalho.
A CIA assume-se como uma unidade de Intelligence completamente integrada na comunidade.
Mais especificamente afirma-se como o centro de Intelligence.
Naturalmente, enquanto agência de Intelligence, assume-se também como a 1ª linha de defesa dos EUA.
E a razão de ser justifica-se pelas suas funções:
Se a simples aquisição de informação por parte de uma entidade concertada é por si um grande desequilíbrio de poder, a ideia de que esta entidade tem a possibilidade de executar missões secretamente, é algo assustador.
Por outro lado, percebe-se que tenha de ser assim. Como foi abordado em posts anteriores, para se adquirir informações, na maioria das vezes é preciso estar no terreno, que nem sempre é um local amigável.
O exemplo da CIA demonstra como a actividade de Intelligence é uma actividade que gera grande poder, penetra frequentemente numa zona moral cinzenta, gera medos e receios nos outros e necessita de ser muito bem controlada ou pode significar uma ameaça maior que aquelas das quais é suposto proteger.
Não querendo tomar posições a favor ou contra esta agência é preciso ter em consideração que há quem a apoie, quem a odeia e muitos que dela suspeitem.
Estes sentimentos são normais e esperados na actividade de Intelligence.
Mas quero sobretudo ver como a própria define o seu trabalho.
A CIA assume-se como uma unidade de Intelligence completamente integrada na comunidade.
Mais especificamente afirma-se como o centro de Intelligence.
Naturalmente, enquanto agência de Intelligence, assume-se também como a 1ª linha de defesa dos EUA.
E a razão de ser justifica-se pelas suas funções:
- Colectar informação que possa revelar os planos, intenções e capacidades dos adversários gerando a base para tomadas de decisão e planos de acção.
- Produzir análises atempadas que gerem perspectiva, avisos e oportunidades para o presidente e decisores encarregues de proteger e promover os interesses americanos.
- Executar acções secretamente direccionada pelo presidente para prevenir ameaças ou atingir objectivos da política americana.
Se a simples aquisição de informação por parte de uma entidade concertada é por si um grande desequilíbrio de poder, a ideia de que esta entidade tem a possibilidade de executar missões secretamente, é algo assustador.
Por outro lado, percebe-se que tenha de ser assim. Como foi abordado em posts anteriores, para se adquirir informações, na maioria das vezes é preciso estar no terreno, que nem sempre é um local amigável.
O exemplo da CIA demonstra como a actividade de Intelligence é uma actividade que gera grande poder, penetra frequentemente numa zona moral cinzenta, gera medos e receios nos outros e necessita de ser muito bem controlada ou pode significar uma ameaça maior que aquelas das quais é suposto proteger.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Geração Intelligence
As gerações de crianças nascida nos anos 80 e 90 receberam em tenra idade a avalanche de tecnologias que as permitiu absorver informação a uma velocidade nunca antes imaginada.
Entre televisões, computadores, telemoveis, dvds, leitores de mp3 portáteis e outros, os jovens destas gerações desenvolveram naturalmente as suas capacidades de absorção de informação.
Mesmo a cultura de entretenimento teve de ser adaptada às capacidades desta geração. Nos filmes as imagens passam cada vez mais rápido e o número de estímulos por minuto é elevadíssimo e o cruzar de associações é simplesmente impossível de absorver por pessoas de gerações anteriores.
Para simplificar chamemos-lhe a Geração Informação.
A geração informação pagou contudo um preço elevado por esse salto.
As gerações anteriores não estavam preparadas para esta evolução e resistiram o mais que puderam, umas vezes voluntáriamente, outras por não serem capazes de lidar com a mudança.
Especialmente os professores viram-se surpreendidos por alunos que fazem parte de uma nova realidade. Enquanto um professor insiste que um aluno devia ir a uma biblioteca pesquisar, o aluno sabe que consegue essa informação muito mais rapidademente na internet.
Sabemos contudo, que por muito que os professores se queixem, não se vai dar meia volta no desenvolvimento.
E por agora o problema parece sem solução.
Mas o que irá acontecer quando os professores forem da geração informação?
Professores da geração informação a ensinar alunos da geração informação.
Esses professores saberão focar o seu ensino naquilo que é mais importante para quem tem excesso de informação: selecção e análise.
Os filhos e alunos da geração informação terão capacidades inimagináveis para nós aos níveis de pesquisa, selecção, análise e capacidade de decisão.
Esta geração merecerá ser chamada de Geração Intelligence
Entre televisões, computadores, telemoveis, dvds, leitores de mp3 portáteis e outros, os jovens destas gerações desenvolveram naturalmente as suas capacidades de absorção de informação.
Mesmo a cultura de entretenimento teve de ser adaptada às capacidades desta geração. Nos filmes as imagens passam cada vez mais rápido e o número de estímulos por minuto é elevadíssimo e o cruzar de associações é simplesmente impossível de absorver por pessoas de gerações anteriores.
Para simplificar chamemos-lhe a Geração Informação.
A geração informação pagou contudo um preço elevado por esse salto.
As gerações anteriores não estavam preparadas para esta evolução e resistiram o mais que puderam, umas vezes voluntáriamente, outras por não serem capazes de lidar com a mudança.
Especialmente os professores viram-se surpreendidos por alunos que fazem parte de uma nova realidade. Enquanto um professor insiste que um aluno devia ir a uma biblioteca pesquisar, o aluno sabe que consegue essa informação muito mais rapidademente na internet.
Sabemos contudo, que por muito que os professores se queixem, não se vai dar meia volta no desenvolvimento.
E por agora o problema parece sem solução.
Mas o que irá acontecer quando os professores forem da geração informação?
Professores da geração informação a ensinar alunos da geração informação.
Esses professores saberão focar o seu ensino naquilo que é mais importante para quem tem excesso de informação: selecção e análise.
Os filhos e alunos da geração informação terão capacidades inimagináveis para nós aos níveis de pesquisa, selecção, análise e capacidade de decisão.
Esta geração merecerá ser chamada de Geração Intelligence
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Intelligence,
Progresso,
Prospectiva
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Intelligence no combate à droga
Na Polícia Judiciária Portuguesa existem profissionais que trabalham a nível de análises químicas fazendo comparações entre as diferentes drogas das várias apreensões.
Estas comparações permite-lhes concluir a origem e os vários canais por onde atravessa a droga. Permite também encontrar provas da dimensão de cada traficante, perceber quais são os pontos fracos das redes e desta forma fazer com que o seu trabalho de campo seja muito mais eficiente.
Menos polícias armados, mas muito mais operações de intervenção directas ao objectivo.
É através destes trabalhos que se desmantelam grandes redes, não perdendo tempo com o traficante de esquina e avançando directamente para os grandes traficantes.
Todas estas informações podem posteriormente ser cruzadas com informações de outras áreas, como armamento, negócios e redes.
O intelligence que se obtém a este nível pode fazer com que se evite o surgimento de grandes grupos de crime organizado enquanto ainda têm uma dimensão possível de se combater.
Não possuo informações sobre se a nossa Polícia Judiciária já pratica este tipo de intelligence. Mas o simples facto de saber que analisam numa base contínua e comparativas os vários estupefacientes com que se deparam, significam que já existe um trabalho de intelligence significativo.
Podemos assim tentar imaginar o tipo de operação que estaria envolvida no combate à onda de crime organizado que atingiu a noite do Porto.
Estas comparações permite-lhes concluir a origem e os vários canais por onde atravessa a droga. Permite também encontrar provas da dimensão de cada traficante, perceber quais são os pontos fracos das redes e desta forma fazer com que o seu trabalho de campo seja muito mais eficiente.
Menos polícias armados, mas muito mais operações de intervenção directas ao objectivo.
É através destes trabalhos que se desmantelam grandes redes, não perdendo tempo com o traficante de esquina e avançando directamente para os grandes traficantes.
Todas estas informações podem posteriormente ser cruzadas com informações de outras áreas, como armamento, negócios e redes.
O intelligence que se obtém a este nível pode fazer com que se evite o surgimento de grandes grupos de crime organizado enquanto ainda têm uma dimensão possível de se combater.
Não possuo informações sobre se a nossa Polícia Judiciária já pratica este tipo de intelligence. Mas o simples facto de saber que analisam numa base contínua e comparativas os vários estupefacientes com que se deparam, significam que já existe um trabalho de intelligence significativo.
Podemos assim tentar imaginar o tipo de operação que estaria envolvida no combate à onda de crime organizado que atingiu a noite do Porto.
Spy Vs. Spy - combate ao terrorismo global
O jogo evoluiu um pouco.
Hoje é Intelligence Vs. Intelligence.
Acho que a melhor forma de explicar o que é Intelligence é dizer “Intelligence foi o que falhou nos EUA antes do 11 de Setembro”.
Como sabemos, a grande guerra dos nossos dias é a do chamado Terrorismo Global.
Mas ao contrário do que somos levados a pensar as grandes batalhas não são os conflitos armados, mas sim os conflitos a nível de intelligence.
Para simplificar digamos que de um lado, temos as forças democráticas e do outro os terroristas globais.
É claro que não é assim tão simples. Nem as forças democráticas são uma grande aliança, nem as forças terroristas são um grande grupo de amigos. Contudo, precisamos de ter em consideração que as forças terroristas, mesmo que não tenham nada em comum sabem que têm muito a ganhar na negociação e no apoio mútuo.
Tanto antes como depois do 11 de Setembro, as forças democráticas (especialmente os EUA, presume-se) analisavam muito o comportamento de possíveis terroristas, negócios de armamento, etc. Naturalmente, depois do 11 de Setembro este esforço foi ampliado exponencialmente.
Do lado dos terroristas também eles tinham um conhecimento amplo dos seus inimigos.
De cada um dos lados, teriam pessoas infiltradas ou então conseguiriam adquirir informações através da compra directa de pessoas bem colocadas. Até que nível, não sabemos.
Cada um dos lados, tem preocupações de pesquisar e analisar o máximo de informação, proteger ao máximo a informação que tem e fazer counter-intelligence, que significa providenciar informação falsa para o inimigo, fazendo-o desperdiçar recursos.
Quando os soldados americanos encontraram Saddam, foi uma forma dos serviços militares americanos dizerem: afinal os nossos serviços de Intelligence funcionam.
Ou seja, as vitórias que vemos de um lado ou de outro são indicadores do funcionamento do Intelligence de cada um.
O que por um lado explica o desejo extremo de vigilância total de alguns governos, nomeadamente o dos EUA e o do Reino Unido. Não querendo com isto dizer que o mesmo se justifica.
Mas é necessário entender-se que a batalha ao nível de intelligence não é uma batalha isolada. Para que este trabalho seja feito, são necessários um conjunto de vitórias a outros níveis. A conquista física e as vantagens diplomáticas são da maior importância.
Aquando da invasão americana a Bagdad, o ministério da defesa foi um dos bombardeados com precisão e destruição total. Este seria muito provavelmente um centro de Intelligence que não se queria operacional.
O facto de estarem muitos soldados americanos em Bagdad também facilita um conjunto de acções de espionagem no Iraque, no Afeganistão e outros países vizinhos. Lembro que acções de espionagem podem ser simples subornos feitos numa praça pública de forma algo discreta.
Outros tipos de informações valiosas podem ser retiradas como: que tipos de armamento tinham? Em que quantidades ? Qual a origem desse armamento ?
Daqui podem se concluir um conjunto de novas informações de elevado interesse estratégico. Pois aquilo que existia no Iraque, até um certo grau de incerteza espelhava o que haveria no Afeganistão.
Também a nível diplomático é extremamente importante conseguirem-se vitórias, porque qualquer aliado é uma fonte muito rica de informação. Quanto mais próximo ele estiver do inimigo, mais importante é que ele se torne um aliado.
Nunca se deve menosprezar a importância da opinião pública. Repare-se como o povo americano tinha um nível de permissividade ao seu governo em 2002, que perdeu ao longo dos anos seguintes. Em 2006, o povo americano já duvidava que o 11 de Setembro tivesse sido obra de terroristas e apontava o dedo ao seu próprio governo.
Quando isto aconteceu fecharam-se canais de comunicação que interessavam ao governo americano e abriram-se outros canais de comunicação que não interessavam.
Não deixa de ser curioso como um país que domina com tanta excelência as técnicas de influência de opinião pública, consegue falhar em temas tão substanciais.
Curioso também é perceber a importância que tem para os terroristas justificar os seus actos, através de processos de auto-vitimização,acusando o outro lado de intolerância contra a sua religião.
É verdade que deste lado há muita intolerância desregrada, mas um terrorista não tem qualquer argumento.
Contudo, através dos nossos erros de intolerância as facções terroristas conseguem atrair os moderados para o seu lado de fanatismo e para as suas causas de destruição.
Hoje é Intelligence Vs. Intelligence.
Acho que a melhor forma de explicar o que é Intelligence é dizer “Intelligence foi o que falhou nos EUA antes do 11 de Setembro”.
Como sabemos, a grande guerra dos nossos dias é a do chamado Terrorismo Global.
Mas ao contrário do que somos levados a pensar as grandes batalhas não são os conflitos armados, mas sim os conflitos a nível de intelligence.
Para simplificar digamos que de um lado, temos as forças democráticas e do outro os terroristas globais.
É claro que não é assim tão simples. Nem as forças democráticas são uma grande aliança, nem as forças terroristas são um grande grupo de amigos. Contudo, precisamos de ter em consideração que as forças terroristas, mesmo que não tenham nada em comum sabem que têm muito a ganhar na negociação e no apoio mútuo.
Tanto antes como depois do 11 de Setembro, as forças democráticas (especialmente os EUA, presume-se) analisavam muito o comportamento de possíveis terroristas, negócios de armamento, etc. Naturalmente, depois do 11 de Setembro este esforço foi ampliado exponencialmente.
Do lado dos terroristas também eles tinham um conhecimento amplo dos seus inimigos.
De cada um dos lados, teriam pessoas infiltradas ou então conseguiriam adquirir informações através da compra directa de pessoas bem colocadas. Até que nível, não sabemos.
Cada um dos lados, tem preocupações de pesquisar e analisar o máximo de informação, proteger ao máximo a informação que tem e fazer counter-intelligence, que significa providenciar informação falsa para o inimigo, fazendo-o desperdiçar recursos.
Quando os soldados americanos encontraram Saddam, foi uma forma dos serviços militares americanos dizerem: afinal os nossos serviços de Intelligence funcionam.
Ou seja, as vitórias que vemos de um lado ou de outro são indicadores do funcionamento do Intelligence de cada um.
O que por um lado explica o desejo extremo de vigilância total de alguns governos, nomeadamente o dos EUA e o do Reino Unido. Não querendo com isto dizer que o mesmo se justifica.
Mas é necessário entender-se que a batalha ao nível de intelligence não é uma batalha isolada. Para que este trabalho seja feito, são necessários um conjunto de vitórias a outros níveis. A conquista física e as vantagens diplomáticas são da maior importância.
Aquando da invasão americana a Bagdad, o ministério da defesa foi um dos bombardeados com precisão e destruição total. Este seria muito provavelmente um centro de Intelligence que não se queria operacional.
O facto de estarem muitos soldados americanos em Bagdad também facilita um conjunto de acções de espionagem no Iraque, no Afeganistão e outros países vizinhos. Lembro que acções de espionagem podem ser simples subornos feitos numa praça pública de forma algo discreta.
Outros tipos de informações valiosas podem ser retiradas como: que tipos de armamento tinham? Em que quantidades ? Qual a origem desse armamento ?
Daqui podem se concluir um conjunto de novas informações de elevado interesse estratégico. Pois aquilo que existia no Iraque, até um certo grau de incerteza espelhava o que haveria no Afeganistão.
Também a nível diplomático é extremamente importante conseguirem-se vitórias, porque qualquer aliado é uma fonte muito rica de informação. Quanto mais próximo ele estiver do inimigo, mais importante é que ele se torne um aliado.
Nunca se deve menosprezar a importância da opinião pública. Repare-se como o povo americano tinha um nível de permissividade ao seu governo em 2002, que perdeu ao longo dos anos seguintes. Em 2006, o povo americano já duvidava que o 11 de Setembro tivesse sido obra de terroristas e apontava o dedo ao seu próprio governo.
Quando isto aconteceu fecharam-se canais de comunicação que interessavam ao governo americano e abriram-se outros canais de comunicação que não interessavam.
Não deixa de ser curioso como um país que domina com tanta excelência as técnicas de influência de opinião pública, consegue falhar em temas tão substanciais.
Curioso também é perceber a importância que tem para os terroristas justificar os seus actos, através de processos de auto-vitimização,acusando o outro lado de intolerância contra a sua religião.
É verdade que deste lado há muita intolerância desregrada, mas um terrorista não tem qualquer argumento.
Contudo, através dos nossos erros de intolerância as facções terroristas conseguem atrair os moderados para o seu lado de fanatismo e para as suas causas de destruição.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
We are not allone - Competitive Intelligence
O CEO da empresa X reúne-se com a sua equipa de directores e começa a confrontá-los com um indicador menos bom:
A empresa não está a crescer.
“Nós somos dinâmicos. Nós inovamos. Nós prestamos atenção às necessidades dos nossos clientes. Nós aplicamos os mais modernos sistemas de RH. Porque razão não estamos a crescer?”
Um dos mais novos directores faz sinal a pedir a palavra e timidamente diz: “nós não estamos sozinhos”.
O CEO interrompe e continua: “Eu sei que não estamos sozinhos. Temos concorrentes, mas não existe nenhuma razão para não fazermos melhores que eles. Temos que saltar mais alto, correr mais rápido...”
O novo director volta a fazer e sinal e continua:
“ Como dizia, nós não estamos sozinhos e para saltar mais alto e correr mais rápido precisamos de saber para onde correr ou para onde saltar. E para isso precisamos de saber o que faz a nossa concorrência.
Há dois anos oferecemos uma garrafa de vinho aos nossos novos clientes, mas a concorrência oferecia uma garrafa de champanhe. No ano passado, oferecemos um desconto de 2% aos clientes fidelizados. A concorrência já estava a oferecer 3%.
O que eu gostaria de chamar a atenção é que necessitamos de estar atentos e preparados para tudo o que a concorrência irá fazer.
Já temos os RH para os trabalhadores e o Marketing para os clientes.
Mas agora existe também o Competitive Intelligence, que analisa a concorrência e prevê os seus comportamentos dentro do possível, ajudando-nos a tomar decisões mais competitivas.”
O CEO exclama: “Isso é fantástico. Como é que eu nunca ouvi falar de tal coisa?”
O director conclui:
A Competitive Intelligence ainda não é muito conhecida em Portugal, mas já existem consultores especializados na área.
A empresa não está a crescer.
“Nós somos dinâmicos. Nós inovamos. Nós prestamos atenção às necessidades dos nossos clientes. Nós aplicamos os mais modernos sistemas de RH. Porque razão não estamos a crescer?”
Um dos mais novos directores faz sinal a pedir a palavra e timidamente diz: “nós não estamos sozinhos”.
O CEO interrompe e continua: “Eu sei que não estamos sozinhos. Temos concorrentes, mas não existe nenhuma razão para não fazermos melhores que eles. Temos que saltar mais alto, correr mais rápido...”
O novo director volta a fazer e sinal e continua:
“ Como dizia, nós não estamos sozinhos e para saltar mais alto e correr mais rápido precisamos de saber para onde correr ou para onde saltar. E para isso precisamos de saber o que faz a nossa concorrência.
Há dois anos oferecemos uma garrafa de vinho aos nossos novos clientes, mas a concorrência oferecia uma garrafa de champanhe. No ano passado, oferecemos um desconto de 2% aos clientes fidelizados. A concorrência já estava a oferecer 3%.
O que eu gostaria de chamar a atenção é que necessitamos de estar atentos e preparados para tudo o que a concorrência irá fazer.
Já temos os RH para os trabalhadores e o Marketing para os clientes.
Mas agora existe também o Competitive Intelligence, que analisa a concorrência e prevê os seus comportamentos dentro do possível, ajudando-nos a tomar decisões mais competitivas.”
O CEO exclama: “Isso é fantástico. Como é que eu nunca ouvi falar de tal coisa?”
O director conclui:
A Competitive Intelligence ainda não é muito conhecida em Portugal, mas já existem consultores especializados na área.
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