quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Self-learning – "Applying" for Mega-Trend

A few years ago, the big buzz was about e-learning, but in a certain way we can say that e-learning has failed.

Following someone else’s process over the internet is somewhat demotivating for a generation who is highly individualist and wants everything instantaneously. And according to experts, we lose 60% of the communication witch is non-verbal.

B-learning (blended learning) on the other hand is proving to be a perfect combination. The student learns over the internet the main concepts, and in a classroom he practices everything he learn in an interactive environment. Related to this is the transformation of the teacher from a speaker into a facilitator.

On the other side of this puzzle we have the “google it” culture. Young and most dynamic professionals like to learn from themselves searching for meanings and tutorials. Individualism and a knowledge society demands it from us.

Self-Learning is not about learning about one specific theme, but to grab knowledge from as many sources as possible. Why would someone pay to receive a learning program, when he can learn at his own speed and taste for free?

The biggest driver for self-learning is the complexity of knowledge.
One or two decades ago, the traditional courses in universities where a good answer for learning needs. One could learn physics, or law, or engineering. But today’s and tomorrow’s job demands that we know a little bit about various unrelated areas.

And each person is learning from a very specific topic in a highly specific point of view. Even if universities allow students to build their own curriculum they can’t attend to each specification, and the student finds himself loosing time and resources learning from something that is not appealing or adding value.

So we have, in new generations, individuals with outstanding learning abilities, desire for control, individualist values in an extremely complex context and ever-changing reality.

We can see some strong signals for this trend in very practical areas like design or programming, where students who were in college for more than 5 years are often run by those who never went to college, but learn a lot by tutorials, internet forums and professional experience.

Of course this doesn’t mean we should stop sending our teenagers to college. What it means is that universities will have to adapt making their teaching skills more interactive, the contents more adaptive, encouraging self-study, reducing the time for courses and interacting more with personal and professional experiences.

The self-learner is not someone who learns from one topic, over Wikipedia during 3 years. He is instead, someone who learns about very different and complex topics, on diferent platforms: Small courses, search engine, wikis, books, seminars, conferences and workshops, debating with colleagues and in forums. He may as well go to college, but he doesn’t limit to what teachers give him.
And let’s not forget, that as he jumps from job to job he is constantly learning new skills with different people.

In this context, High School and basic training in general, doubles it’s importance as it needs to prepare teenagers to learn from themselves in a very competitive environment. So the need for focus in Languages, computer skills and thinking (mathematics, philosophy, debate) is even greater.

For Self-Learning to be considered a mega trend it has to obey 3 criteria:
Deep Impact
Transversal Impact
Long lasting Change

It certainly has big impact, has it is changing the way we learn, thus the way we look at the world.

It’s changing our learning life, our professional life and our personal lives. It’s breaking barriers between different academic backgrounds and is creating the new professionals for the workforce of the future.

This trend is still starting, as not so long ago, the internet had a reputation for poor knowledge, and books and universities were considered to be the only trustworthy sources for knowledge. Now we are finally seeing internet as a channel, with access to many different sources; some more trustworthy than others.

The new and the next generations are the ones that will live this trend, as they grow in a information-rich environment. They will have learning and scanning capabilities that we just don’t understand. The next generation of teachers will not fight against internet, but instead they will encourage it, and teach their students to produce knowledge out of the abundancy of information at everyone disposal.

The XXI century will be the stage for the constantly increasing world of the Self-Learners.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Um aspirador para homens


Há muito tempo que reclamo com o facto de os produtos de limpeza doméstica serem todos desenhados a pensar nas mulheres.

Cada vez mais os homens participam das actividades de higiéne doméstica, mesmo quando são casados e não há produtos concebidos a pensar em nós.

A maioria dos homens não quer comprar produtos com referências como “brisa marítima”, “ultra-suave” ou “frutos do bosque”

Há uns anos eu costumava dizer por brincadeira que gostava de ver um detergente com o nome “Matagerme X3” ou um aspirador “Dustbuster GT Turbo” e que as embalagens de gel para a roupa se podiam assemelhar a uma embalagem de óleo para o carro.

Fora de brincadeiras, se os marketeers das gigantes (Unilever e Procter) não detectam esta necessidade algo está mal.

Recentemente uma amiga designer veio-me dizer que já existia um aspirador com esse tipo de imagem. Chama-se Dyson, é feio, tem um ar industrial e uma comunicação orientada para os homens. Até o nome do aspirador é o nome do próprio criador.

Faz todo o sentido. O aspirador sendo uma máquina, mais fácilmente é o homem a escolher e por isso um aspirador com uma comunicação orientada para os homens facilmente sobressai entre todos os outros.

Para demonstrar o poder que esta diferença faz, tenho que vos contar que o meu amigo Telmo, um verdadeiro alternativo, veio anunciar no facebook a compra do seu novo aspirador.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O Futuro das Famílias

O ano é 2017
O Local é uma discoteca e são 3 da manhã.

Um rapaz de 14 anos dirige-se, muito envergonhado, a uma rapariga da mesma idade e diz:
"O meu pai quer saber se a tua mãe é divorciada"

Já todos sabemos que a noção clássica de família está a desaparecer, mas os laços entre pais e filhos não se estão a tornar piores do que antes.

A relação Pais e Filhos, mudou de uma relação de autoridade para uma relação de Espaço e de Espaço para Amizade.

Cada vez mais os pais procuram se integrar nas actividades dos filhos:
jogar os mesmos jogos, ouvir a mesma música.

Deixaram de proibir os filhos de ir À discoteca para passar a leva-los. E eventualmente vão conseguir até ir com eles.

Por um lado querem protegê-los, mas é também uma forma de não se sentirem velhos. Querem ser cool's e provar que mantêm o espírito jovem.

Aos poucos vão ganhando esta batalha e começa-se a tornar comum que pais e filhos partilhem actividades.

É sempre dificil para os primeiro habituarem-se a sair com os pais, mas aos poucos torna-se normal e deixa de ser vergonha (tipica dos adolescentes)

E claro que os adolescentes também ganham porque mais facilmente ganham aquilo que querem.

A contribuir para esta mudança esta a tendência de desvalorização da privacidade. As novas gerações têm tendência a colocar na internet tudo sobre a sua vida privada. É apenas normal que os pais consultem o facebook para conhecerem, compreenderem e até se relacionarem com os filhos.

O Buzz do Google

Tenho ouvido alguns "especialistas" dizerem que o Buzz do Google vem fazer frente às redes sociais.

Mas este conceito está completamente errado.

O Buzz vem fazer frente ao micro-blogging.

Vamos por passos. Redes Sociais são: Hi5, Facebook, Linkedin.... O que estas plataformas fazem é agregar contactos.

Micro-blogging é o que faz o Twitter.
Reparem que o Buzz até separa o "estás a seguir" do "quem te segue" que é uma política completamente diferente das redes sociais.

A confusão vem de que o Buzz surgiu para fazer frente ao Facebook, que é uma rede social, mas não só.
A força do Facebook é ser uma rede social, que agrega micro-blogging, partilha de videos e fotos e aplicações. Entre as aplicações encontram-se os Quizes geralmente idiotas e os jogos (o farmville e o mafia-wars).

Não há dúvida que o Facebook se tornou um gigante (com ou sem pés de barro) porque agrega um conjunto de funcionalidades. Para mim o Facebook é uma fonte de música, enquanto para outros é um local de discussão.

Mas se por um lado, de momento a tendência é agregar funcionalidades não é a agregação que vai vencer a batalha. A vitória será dada pela acessibilidade da informação.

Num contexto de excesso de informação os social geeks têm dificuldade em separar a informação fundamental do ruído, o trabalho do lazer. Entre vacas, galinhas e gangsters perdemos por vezes a informação importante.

"A má informação esconde a boa informação".

Para vencer esta batalha é necessário trabalhar o conceito de layers(camadas) de informação. Para o utilizador é fundamental que a informação mais importante esteja mais próxima, mais destacada, mais acessível.

Por exemplo, numa primeira camada está o sms, numa segunda o email e só numa terceira o micro-blogging.

O Google tem tudo para ter sucesso com o Buzz. Enquanto o Facebook se afunda em aplicações o Google tem que se manter limpo e eficiente como nos habituámos.
Juntando ao Gmail, o Buzz, os Google Docs, o Picassa e outros o Google poderá ser o primeiro a levar-nos para a virtualização de desktops, ainda que pelo caminho tenha dado alguns trambolhões como foi o google page.

Nesta guerra entre o facebook e o google temos também que ver uma coisa. É verdade que o Facebook tem muitos inscritos, mas quanto tempo passam os utilizadores efectivamente no facebook e que importância tem aquela informação para eles? Terá certamente bem menos importância que o nosso email.

Uma vantagem do Buzz seria combinar o micro-blogger com o reader de blogs. E já que o blogspot (a plataforma de blogs mais usada) é do google, faz todo o sentido usa-la para seguir os nossos blogs favoritos.

E você?
Já adicionou o Já a Seguir?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A necessidade de Limitar o acesso ao crédito

Durante as décadas de 80 e 90, gerou-se a ideia de que o preço do imobiliário é de valorização constante. Mas esta ideia é completamente falsa.
Na verdade, se os mercados fossem equilibrados e estáveis deveriamos vender uma casa sempre mais barata do que a comprámos.

Houve dois factores que mantiveram esta situação até aos primeiros anos deste milénio:
O primeiro foi a subida do nível de vida dos portugueses.
O segundo e mais importante factor foi a crescente facilidade na obtenção de crédito, que fez com que as pessoas se endividassem cada vez por mais tempo e a pagar menos juros.
O terceiro factor é a especulação. Como percepcionávamos que o mercado imobiliário era de valorização contínua, muitos optavam por investir em imobiliário o que parecia ser um investimento seguro. E assim foi até ao colapso financeiro. O problema da especulação é que assim que os outros factores desaperecem este inverte-se.

Os bancos que emprestavam dinheiro para o segmento mais baixo, apelidado de sub-prime, são hoje vistos como vigaristas, mas na altura eram quase vistos como humanistas. E o problema está na dificuldade de percepcionar o mal causado pela cedência de crédito.

As pessoas que pedem créditos para a sua casa ficam geralmente radiantes pelos prolongamentos do prazo de pagamentos de 20 anos para 30, para 40 ou para 50 anos. No momento de pedir o crédito, parece-lhes fantástico, pois com as mesmas prestações conseguem ter acesso a um valor muito superior.

O problema é que essas pessoas não irão comprar uma casa melhor, apenas irão pagar mais pela mesma casa. Isto acontece porque quando a procura tem mais poder de compra os preços no mercado sobem.
O único factor que vem atenuar esta diferença é que ao haver mais poder de compra, dispara a construção, levando a um aumento da oferta e atenuando a subida de preços.

E isto é o que se tem passado em Portugal nas últimas décadas: prolongamento dos prazos de pagamento, subida do preço do imobiliário e aumento desenfreado da construção.

O problema surge no momento de pagar estes créditos. A maioria dos devedores não são pessoas com formação ou conhecimentos sobre crédito que lhes permitam tomar a melhor decisão. A escolha deles, pautada por irracionalidade é frequentemente pedir o máximo de empréstimo com menores prestações. Este pedido de empréstimo adia ao máximo o pagamento, levando o devedor para riscos elevados e consequentemente spreads elevados.

Quando o banco nos dá um spread elevado, o que ele na verdade nos está a dizer é “Temos dúvidas que sejas capaz de pagar”. Mesmo com garantias do património, o banco quer que toda a gente seja capaz de pagar a sua dívida, porque o negócio deles não é vender casas. Hoje como duvidam que as pessoas sejam capazes de pagar a sua casa e como esperam que elas desvalorizem no mercado, cobram spreads elevados para se protegerem.

A razão porque o spread é proporcional ao risco não tem nada de errado e é fácil de entender. Quando um devedor não paga ao banco, este tem de cobrir a perda com as receitas dos outros devedores. De forma a ser mais justo, faz todo o sentido que cobre mais spread aos créditos de alto risco e menos aos de baixo risco.

Os Governos, por seu lado, têm vindo a compactuar com esta situação pois têm muito a ganhar no curto prazo. A construção disparou oferecendo emprego, as casas valorizaram e as pessoas estão contentes porque têm acesso a crédito e vêem o seu património a ser valorizado.

Ficam apenas dois problemas por resolver. O preço das habitações começa-se a tornar incomportável para os jovens e a bolha especulativa que se forma algum dia irá rebentar.

A subida do preço das casas contribui para a saída tardia dos jovens de casa dos pais e representa um grande entrave para qualquer investidor. O imobiliário e a mão-de-obra são bens complementares o que significa que quando o preço do imobiliário sobe, diminuem-se as contratações.

E eventualmente esta bolha rebenta, como todas as bolhas especulativas e foi o que aconteceu nos EUA e em outros locais do mundo. Em Portugal, o preço das casas não caiu vertiginosamente porque o Banco Central Europeu desceu as taxas de juro para valores absurdos.

Contudo, esta descida das taxas de juro está a ser mantida baixa artificialmente. Sempre que alguém pede emprestado há outro a emprestar e a taxa de juro é um mecanismo de equilíbrio entre estes dois elementos. O BCE apenas consegue manter esta taxa de juro baixa através de injecção de dinheiro que temos de pagar com os nossos impostos, beneficiando assim quem está altamente endividado e prejudicando as pessoas mais responsáveis.

Mas mais tarde ou mais cedo, os preços vão ter de equilibrar e nessa altura poderá ser uma queda demasiado abrupta. Vivemos hoje do dinheiro que a China empresta à Europa. Se a China decidir fechar essa “torneira” o BCE sozinho não tem qualquer hipótese de aguentar esta situação.

A solução mais realista é voltar a reduzir os prazos máximos dos empréstimos para a habitação, para 30, eventualmente para 20. E ao mesmo tempo, de forma a permitir um maior equilíbrio nos mercados flexibilizar por completo o mercado de arrendamento. Estas duas medidas farão com que progressivamente, desça o preço do imobiliário, mas seja simultaneamente sustentado pelo arrendamento. Quem quiser valorizar o seu imobiliário poderá fazê-lo arrendando a sua casa a terceiros, conseguindo assim não perder dinheiro.

No longo prazo, o sector imobiliário ficaria mais estável e seguro, com preços mais baixos e acessíveis a todos.
No sector financeiro as famílias estariam menos endividadas, pagariam menos juros ao longo da vida e consequentemente teriam maior poder de compra. As taxas de esforço desceriam dos actuais 50% para os antigos 30%.
Ainda no sector financeiro, diminuiríamos o nosso endiv idamento externo conseguindo controlar internamente e a nível Europeu as taxas de juro em valores mais baixos.
A nossa economia ficaria certamente mais ágil, pois com a descida do preço do imobiliário torna-se mais fácil ser empreendedor.