domingo, 13 de dezembro de 2009

O experiêncialismo

O Experiencialismo (em falta de um nome melhor) é uma tendência cultural muito forte e que ao longo das últimas décadas tem mudado a forma como vemos o significado da vida.

As últimas gerações atribuem a maior importância às experiências que têm na vida. Muito próximo do conceito de viver a vida ao máximo, não basta viver a vida intensamente, mas com uma elevada diversificação de experiências e sensações.

O Sucesso sempre foi medido de várias formas. Actualmente muitas pessoas medem o sucesso em experiências vividas. Não é tanto a pessoa que tem mais dinheiro que é considerado bem sucedido, mas aquele que passou por mais experiencias marcantes: os países que visitou, os empregos que teve, as pessoas que conheceu, os namorados ou namoradas que teve, os desportos que praticou, as vitórias conquistadas e tudo aquilo que tenha marcado a sua vida.

A frase recorrente de “não quero morrer estúpido” que serve de justificação para experimentar tudo, mesmo o que é mau para nós, demonstra a inferioridade de estatuto que por vezes se atribui a quem tem menos experiências.

O experiencialismo nasceu num conceito de intensa competitividade. Nas culturas urbanas existe uma forte competitividade que surge na infância e se prolonga ao longo da nossa vida. Seria injusto chamar a esta competitividade de infantil já que os adultos passam pelas mesmas rivalidades.

Nesta cultura de competitividade, o que interessa não é ser muito bom numa coisa. O que interessa é ser bom em tudo, ou pelo menos no máximo de coisas. E como vivemos numa sociedade em que tudo muda a uma velocidade estonteante, dificilmente alguém explora exaustivamente uma área de saber. O indivíduo que consome demasiado tempo da sua vida num certo tipo de experiência é por vezes visto como tendo “morrido para o mundo” ou “estagnado”. É a diversidade de saberes que confere estatuto ou diferenciação.

Já as consequências que esta tendência tem sobre as nossas vidas são enormes. Em primeiro lugar confere-nos um estilo de vida aventureiro que nos leva a ser conhecedores e inovadores, ainda que o conhecimento tenha tendência para ser superficial e extremamente emotivo.

Ao nível das empresas e do Marketing a oferta de experiências é a nova moda. A seguir aos health-clubs veio a venda de experiências. Entre venda específica de experiências como a famosa empresa “A Vida é Bela” e a associação de uma experiência a um determinado produto ou serviço como a corrida Nike ou o Starbucks várias são as formas de integrar o conceito de experiêncialismo na oferta de valor ao cliente.

Este fenómeno é consequência e também causa da velocidade de mudança que não pára de aumentar.

domingo, 6 de dezembro de 2009

2010 - Finalmente o Ambiente

A ONU declarou 2008 como o ano internacional do planeta Terra. As preocupações sobre o ambiente começavam finalmente a ser ouvidas de forma unânime. As dúvidas dissipavam-se e as conversas de rodeio iam desaparecendo.

Ao longo do ano de 2008 o ambientalismo ganhou alguma força, mas a crise económica veio deixar o ambiente em segundo plano. Aparentemente a comunidade mundial não era capaz de se preocupar com duas prioridades ao mesmo tempo.

A crise económica parece estar resolvida, ou pelo menos no bom caminho e agora já o ambiente consegue chegar às páginas dos jornais.
2010 será o palco em que o ambiente vai finalmente assumir a importância e prioridade que necessita.

A China já demonstrou vontade de mudar, bem como os EUA e os jornais do mundo parecem estar convencidos do seu papel.

Tudo indica que 2010 vai ser o ano em que todas as grandes batalhas vão ser travadas. Esta mobilização colectiva mudará a forma como utilizamos os nossos recursos e energia.

Já é tarde demais para conseguir travar o aquecimento global através da simples redução de emissões. Do outro lado da mesma moeda é necessário conseguir fazer retenção de carbono.

Ainda com pouco significado, as actividades de retenção de carbono aguardam por um pouco mais de atenção e projecção.

A forma como se irá combater o aquecimento global determinará o panorama energético para as próximas duas décadas.

2010, o ano que marca a mudança da década irá trilhar um caminho fundamental na forma de encararmos os mais importantes recursos.

MAs será que surgirá outra prioridade?

sábado, 3 de outubro de 2009

Afinal o comboio já está nos planos da China

Eu não sabia quando escrevi o post anterior, mas pelos vistos a China já está a negociar os comboios de alta velocidade.

Naturalmente, vai ser necessário uma quantidade massiva de energia, que apenas o nuclear consegue obter.

Portanto, esta transformação de que falei nos ultimos posts, não deve tardar.

Fica um artigo sobre comboios de alta velocidade na China.

O único método que apliquei nos artigos anteriores, foi olhando para a visão habitual do governo chinês, perceber que problemas tinha de resolver.

Um mega-investimento em comboios de alta-velocidade era o mais expectável.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A China, A energia Nuclear e o Comboio de Alta Velocidade

A China é hoje o país dos produtos baratos, mas não tem qualquer interesse em manter nessa posição eternamente. A China quer crescer, modernizar e entrar em segmentos de produtos e serviços mais elevados.

Para isso a China terá de encontrar vantagens competitivas que se adeqúem às suas características.
Sendo o maior país do mundo e o mais populoso tem vantagens e desvantagens próprias.

Os principais desafios que um país com estas características apresenta são a energia e a mobilidade. A China é já o maior poluente do mundo, mas ainda não consegue que a maioria dos chineses tenha electricidade em suas casas. Por outro lado, o transporte de pessoas e mercadorias dentro e fora do país é um desafio.

Note-se que a China mais que qualquer outro país necessita de bons transportes de mercadorias, visto que a sua economia está baseada em produtos.

É assim expectável que a China invista fortemente em duas coisas: Centrais Nucleares e comboios de alta-velocidade.

A energia nuclear é a única capaz de produzir as necessidades massivas que a China necessita e o comboio de alta velocidade é a forma mais eficiente de satisfazer necessidades massivas de transporte.

O comboio (ou TGV) terá de unir as zonas rurais e urbanas, será suporte para o turismo (o mundo inteiro quer conhecer a China), transporte de água, matéria-prima e produtos finais, transporte de água potável e de urânio.

Esta China terá um crescimento, progresso e desenvolvimento maior que qualquer outro país alguma vez teve.

domingo, 23 de agosto de 2009

Micro-Machines V – It’s Happening

Some people reading the previous articles about Micro-Machines were seeing this trend as something from science fiction as it is not something visible yet.

But although it is not yet visible, it’s already starting to happen.

The most costly activity for humanity is still agriculture. Farming Limitations are the main responsible for water shortage, food prices, global warming and high energy prices.

So, in such an area the concept of micro-robotics would be highly valuable for gaining efficiency.

Let me remember that the concept of micro-robotics is that smaller robots tend to be more efficient, and so they should be getting smaller and smaller.

The paradigm of farming machinery seems to be taking a huge drift from giant tractors to small robots.

A full article, with the proper arguments can be seen here.

sábado, 18 de julho de 2009

Micro-Machines IV – Waiting tables

The concept of robots waiting tables is not a very interesting one. This is something that humans do very well so it’s not very appealing for machines to do it.

Maybe we will have some projects of robotics table waiting, but it won’t certainly be something mainstream for the next hundred years. As machines do more and more tasks human relationship services will be more valuable.

But let’s understand how such service could be performed by machines.

It wouldn’t make any sense to have human shaped robots walking around. To wait on tables a robot doesn’t need a human head or 1,5 meter shoulders.

A simple tower as high as a table, large enough to carry a plate on the top would be effective for the job. It would just bring your plate next to the table, and then it would slide it into the table.

But such towers sharing moving space with costumers walking is not comfortable at all.

A balcon based Restaurant might be the answer. BBR are restaurants where a balcon separates people from servants who serve the food directly in front of people. In order to have clients face-to-face BBRs might have tables perpendicular to the tables.

In a robotic BBR, the kitchen, the balcony, and the client tables would be same height. Micro machines would push around the plates and even clean the tables after the clients.

domingo, 28 de junho de 2009

Micro-Machines III – Intercommunication

Intercommunication is one of the most important details about the concept of micro-machines.

Coordinating the work of several machines is an overwhelming challenge. Instructions from a central unit can only go so far. In a more complex system there needs to be an independent thinking that leads into a pattern.

A way to understand that pattern is to look at the flying of ducks. All together they form a pattern but they are not controlled by any central command. They all have a similar “programming” that makes them work as a group.

Groups of machines should follow the same logic. However to increase their efficiency they must communicate with each other. So we might expect for great development in communication between machines in the coming years.

Another area where inter-machines communications is growing is automation of cars.


In the automotive sector, cars are slowly closing in to automated driving. You may read about this in previous articles, but the turning point resides in communication between the cars. For example, if one slows down, the one behind receives a signal to slow down immediately. This way it doesn’t have to wait for visual interpretation.

Let us take a moment to look at the batteries development. With the common use of mobile phones and laptops batteries become cheaper and more efficient. When electric cars were raised as a need, batteries were already much more developed. So there was a kind of technology transfer.

The same should happen with machine intercommunication. Automated cars and micro-machines use the same technology. This improves the chance for development. With cars automation on the horizon micro-machines intercommunication should be easier.

If we wider the horizon, the development of robotics will be highly dependent on machines intercommunication.

sábado, 27 de junho de 2009

Micro-Machines II - Locomotion

Since we were kids we hear that an ant can carry up to 30 times its own weight. Of course we wonder “If there was an 100 kilos ant, could it carry 3 tons?”. The problem is that such a big ant couldn’t probably lift her own weight.

The movement of a small animal or machine is much simpler than a big one. Whether is on the surface, on water or on the skies a smaller creature can move better, change directions easily, accelerate and brake easily and even coordinate movements.

Also smaller animals don’t need so big neurologic networks as the processing of their locomotion is easier. So micro-machines should use simpler ones as well. Once, we pass the tiping point of building a small enough processor for little machines to move around it will just get easier and easier build even smaller and more efficient ones.

The agility of a flying system is measured in a way by it’s turning radius. In other words, for it to take a 180º turning how many meters differ from point A to B?
A jet fighter has a smaller turning radius than a jumbo plane, therefore is more agile, but an eagle has an even smaller arch and a fly beats them all. This makes the fly’s manageability outstanding. It’s also interesting to point out that small birds have very bizarre flying methods with very small wings. On the other hand bigger birds usually fly faster but not that much.

In conclusion, while there is a wish full goal for robots playing soccer in 2050, we can expect much sooner for highly efficient means of locomotion for smaller machines.

Micro-Machines

The futures of robotics is in micro-robotics.

Whatever a big machine can do, 10 smaller machines can do it better. Whether we are mining minerals, exploring space, performing surgery, fighting an army or building a skyscraper it’s usually more efficient to choose smaller machines.

If we compare a machine one meter tall, with two of half a meter we realize two things. Altough they may use the same amount of material it’s cheaper to build two smaller, because the second one uses the some molder as the first one. And the smaller ones are more flexible, adjustable, they can fit in narrower spaces and it is easier to do maintenaince without stopping their work.

If you are thinking: Then let us make4 machines ¼ of the size, or 8 machines 1/8 of the size and so on. So where does it stop?

The limits are: miniaturization, inter-communication and of course in some cases there is reasonable size for what you are doing.

For example if you are chopping down trees you better have one machine capable of grabing an entire tree.

Inter-communication is a very interesting topic that I intend to develop on another post.

Miniaturization is the work of every hardware and robotics developer. And it is a work with consistent results. Processing equipment is getting smaller and smaller, and nanotechnologies will allow them to get much smaller.

Two other problems related to micro machines are: energy and the coming back.

Energy is always a problem when we are talking about machines and robotics. It’s a challenge for any machine to carry enough energy so they must have a way of collecting them easily.

And of course when we are talking about mass production we should consider the need for them to come back for re-use and recycle.

But once we get around this challenges miniaturization of robotics should be entering an exponencial growing rate.

After all, bears do not form colonies as efficient as bees or ants.

domingo, 21 de junho de 2009

Economic Crisis - After the Storm, the Earthquake

While we are expecting for the financial turmoil to pass, we might be missing a bigger one coming our way.

Before the burst of the late 2008, we had high oil prices, economic development, controlled inflation and low interest rates.

The high oil price made inflation grow, and that was one of the elements that made life harder for families triggering the debt crisis.

So the “before” situation was: economic development with high oil prices. It was a “inflation” scenario.

The crisis situation was: economic recession with low oil prices. It brought us to a deflation situation.

But nothing tells us that economic development and oil prices go hand-to-hand. So, we have two other situations to consider:

The optimum Scenario with economic development and low oil prices - Of course this is only achievable with alternative energies.

And the worst possible Scenario with high oil prices and low economic development – This would be a stagflation scenario.

So the question is: what happens faster? The economy recuperation or the rise of oil price?
If the rise of oil prise goes extremely high again, most of world economies can not sustain the burst of inflation that will arise. And in reaction to the rise of inflation the European Central Bank will be forced to raise interest rates.

Such a situation will be unsustainable for the citizens and families who have to pay interests for their loans. The situation that we first tried to avoid could be coming our way.

The key point is oil price. If it goes above 80 dol. It’s a sign to be worried. The contingent reaction is investment in alternative energies. Investment in alternative energies is not something we should do only to protect the environment. It should be done to protect our economies.

A um palmo do piloto automático

O piloto automático dos automóveis parece-nos um sonho de ficção científica inalcançável, contudo essa realidade está mais próxima de nós do que seria de pensar.

Existem já diversas tecnologias nos veículos topo de gama muito próximas do objectivo de piloto automático.

A tecnologia mais conhecida é o Cruise Control que simplesmente mantém uma velocidade constante e tem muito pouco de inteligente. Para além de não controlar a velocidade nas descidas, não toma qualquer tipo de decisão.

Versões mais recentes do Cruise Control já detectam as descidas e travam para manter a velocidade, tal como podem ser regulados pela distância a outro veículo. Por exemplo, podemos definir para ir a 20 metros do veículo da frente. O único trabalho que o condutor tem de fazer é controlar a direcção.

Mas também para a direcção já existem sistemas avançados de controlo. O mais popular é um sistema que detecta quando o carro está a sair da berma e volta a colocá-lo na faixa. Por enquanto, este mecanismo apenas funciona para corrigir erros e não como um sistema autónomo, mas poderá vir a evoluir nesse sentido.

A meu ver a tecnologia mais importante que poderá fazer o grande salto para o piloto automático é a comunicação entre automóveis. Esta comunicação é utilizada para calibrar o GPS, mas também para indicar obstáculos. Será também importante para ajuste de velocidade, avisos de travagens e de mudanças de direcção.

Mas enquanto não alcançamos algo que possa ser chamado de piloto automático a Lexus possui já uma tecnologia muito interessante. Para além de todas as tecnologias que ajudam a controlar o carro como as mencionadas anteriormente, possui também uma tecnologia que detecta o estado do condutor. Assim, se este estiver distraído, adormecido ou inconsciente, tenta acordá-lo com travagens súbitas, luzes e sons incómodos e no limite abranda o carro e pára-o.

Olhando para estas tecnologias como um todo, podemos estar certos que estamos a caminhar para o piloto automático.
Contudo este apenas deverá ser utilizado em auto-estradas onde o trânsito é condicionado a certo tipo de veículos.
Dentro de localidades se programássemos os veículos para proteger a segurança dos peões acima de tudo, estes simplesmente andariam pela estrada despreocupadamente, tornando o transito inviável.

Assim, temos um carro de condução assistida (manual com algum apoio) nas localidades e totalmente automático em auto-estradas.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

The Purpose of the Futurist

"The Purpose of the Futurist is not to tell you what the Future will be.
Is to remind you that it's not written yet."

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Why drive when you can surf?

People who don’t read in public transports don’t really understand the great advantage that is doing it.

If a person takes an hour in public transports 2 times a day but is reading during the trip, is taking a better use of his time than someone who takes half an hour by car, but then takes a few hours every weekend to read a book.

But not everyone likes reading. On the other hand, everybody (specially younger generations) likes to surf on the web.
Of course, using your computer on the train is not very confortable.

Unless your computer is one of the modern really small computer with a 7’’ screen.
Some people say “what am I going to do with such a small computer?”.

But others see its potential on portability. Those computers are as powerful as the big ones. The only thing you need to be comfortable is to have a workstation (big screen and a keyboard) at home, and another at home.

This way is very easy to carry. And when you get in the train, just take it out of your pocket, and start surfing.

So why drive when you can surf?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Will Robotics lead to Comunism ?

The future is not predictable, but my answer would be something close to a big fat NO.

Maybe something else will lead to communism, but not robotics.

The upholders of this theory claim that with advanced robotics, there is no other sustainable economic system besides communism. Well, I can imagine a lot of different scenarios where robotics plays an important part, and the society works perfectly without communism.

So I found no argument or no reason to accept that theory. Of course, I am not proofing it wrong, but I see no sustainability. Let’s face facts. There is always someone saying “When that happens, society will change to communism”. And this works for almost every meaning of “that”.

But on the other hand, it is a very interesting question.

If robotics and Artificial Intelligence will replace human labour in most jobs, what will happen to the labor market?

We already have an image of the potential of robotics and AI from “low cost” services. Replacing human work by machines, and adding a lot of economy scales we get very low prices. This means that lower classes gain access to more services.

This means that services without human labor get really cheap and for everyone, whether human services become a luxury.

So probably a society based in robotics will have a lot of robotics, and high standards of development might allow government to uphold left popular policies. There is an economic concept in which the government offers every person a small income, no matter their jobs or their salary. This way you can be very rich or just receive that much, but you always get some. This may or may not exist. And a lot of other left politics, but there is no strong reason for the market economy to disappear.

If something, robotics offers humanity to market economy, has it gives all the basics at very low prices, and for everyone. And if you want to have a little bit of luxury, you can always find a good job providing services.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

The concept "Next Step" – A tool for a consultant/ specialist conversation

When sketching the plan for an Artificial Intelligence foresight investigation,I felt the need to create the concept of “The next Step”.

For context let me explain that such a study should start with interviews made by the foresight consultant to a specialist. By specialist I mean someone who knows a lot about the subject, for example, an AI developer.

At a starting point all of the relevant information about AI is in the hand of the specialist, and the consultant only wants to learn from him. But the consultant should never ask something like “When will we have thinking machines?”. I mean, he can ask, but he must be aware that any answer will be extremely optimistic. That are a lot of techniques to decompose the answer, but it’s probably better to choose another route.

Finding the “when” shall be the consultant’s job.

But if the consultant can’t ask “what is happening next”, what can he ask?
This is where the “next step” comes in.

The specialist knows perfectly what is happening and what the next steps are. He knows where he wants to go, and what is being tried to achieve.

After clarifying on the next steps, the specialist can also clarify on some success conditions and turning points. Later, he may gives us some insights on speed and evolution jumps.

By constructing it this way, we encourage the specialist to an objective perspective instead of a science fiction attitude oriented by wishfull thinking.

If, instead of choosing the “next step” method, we ask about expectations we have two problems.

The first problem is that we will have to engage in a conflict with the specialist, because he will start talking about his “dreams” and we will have to confront them.

The second problem, is that by asking him for a constructed scenario, first we will have to decompose it and then rebuild it again.

So the “next step” concept directs the interview in a responsible direction. It allows the consultant to get all the pieces from the specialist, and all he has to do afterwards is to build the roadmap.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Possibilidades da Robótica

O Senso Comum diz-nos que os robots irão tirar os empregos aos humanos, mas muito antes de eles fazerem os trabalhos que são desempenhados por pessoas eles irão fazer os trabalhos que não o podem ser.

Só assim é que eles serão economicamente viáveis.

O exemplo mais óbvio é o fundo do mar. As elevadas pressões e a grande distância de um ambiente confortável faz com que a exploração do fundo do mar seja desaconselhada para humanos, mas muito interessante para robôs.

Também ambientes agressivos se enquadram nesta categoria: trabalhar com explosivos, no fundo de minas ou com biologia viral são tarefas interessantes para máquinas inteligentes. Onde não se está disposto a arriscar uma vida os robots são a solução mais humana. Podemos assim perceber que os trabalhos em alturas como lavar janelas poderá não ter um grande futuro. Já hoje, são fortemente utilizados por brigadas de Minas e Armadilhas.

O tempo e a paciência são o terceiro factor. Será impensável pedirmos a um nadador-salvador que esteja dentro de água à espera que alguém se afogue. Já uma máquina pode aguentar todo o tempo que aguentarem as suas fontes energéticas, transportando também uma garrafa de oxigénio e tendo forças para arrastar alguém até terra. Todas as funções que envolvam grandes tempos de espera, como serviços de emergência, são extremamente úteis para robots.

O último factor são as capacidades inatingíveis por humanos, nomeadamente velocidade. Máquinas capazes de grandes força e precisão tendem a ser complementares e não substitutos dos humanos. Voltando ao exemplo do socorro de pessoas, o apoio a náufragos apreciará largamente o apoio de máquinas “inteligentes”.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Preço do Petróleo III - O conflito Exportadores/ Importadores

As duas grandes variáveis no mercado de petróleo são a quantidade do consumo e o preço do barril nos mercados internacionais.

Partindo destas 2 variáveis temos 4 cenários possíveis:
1-Pouco consumo, Preço Baixo
2-Muito Consumo, Preço Baixo
2-Pouco Consumo, Preço Elevado
4-Muito Consumo, Preço Elevado

Os países exportadores de petróleo ordenam as suas preferências de cenário da seguinte forma: 4,3,2,1
Por outro lado, os países importadores ordenam de forma oposta.1,2,3,4

Os países importadores para além de quererem preços baixos têm interesse em importar pouco petróleo para não desequilibrar a sua balança comercial e preocupam-se também com, em certa medida, com as questões ambientais.

Por um lado, a Maior preocupação tanto de uns países como dos outros é o preço, mas a única variável sobre a qual têm algum controlo é sobre a quantidade. Os países exportadores podem subir o preço, mas sabem que ao fazê-lo promovem o desenvolvimento de energias alternativas.

Já os países importadores têm todo o interesse em utilizar energias alternativas visto que ao reduzirem o consumo reduzem também o preço, especialmente se trabalharem em acordo global. No fundo, os acordos ambientalistas globais funcionam como uma contra-força económica à OPEP.

Este “conflito” torna-se mais nítido quando se analisa que alguns conflitos internacionais ou possíveis situações emergentes (Ex: EUA vs Irão) se encontram de lados opostos da bancada. Os EUA têm noção que quando compram petróleo, mesmo que não o façam ao Irão, estão a fazer subir o preço do petróleo nos mercados internacionais e assim estão a armar o seu inimigo.

domingo, 3 de maio de 2009

O Preço do Petróleo II

Depois de ter analisado como varia o preço do petróleo no curto prazo importa fazer uma análise no longo prazo.

Apesar de fortes flutuações, o preço do petróleo apresenta uma tendência genérica e um comportamento que são consequência directa da sua limitação e da forma como está disponível.

Quando se tornou útil, o petróleo tinha custos de extracção baixíssimos já que se encontrava à superfície. Ao longo do tempo foi necessário escavar cada vez mais fundo. Embora a tecnologia para o fazer tenha aumentado, não evolui tão rápido que permita descer custos.

Temos assim uma tendência crescente que se verifica no longo prazo.
Contudo, existe outra razão que fez o preço do petróleo aumentar ao longo do tempo que foi o aumento exponencial do consumo.
O consumo energético é uma tendência sólida apesar de vários esforços no sentido da eficiência energética.
Esta tendência apenas poderá ser contrariada pelas energias alternativas.

Voltando aos custos de extracção, sabemos que o "fim do petróleo" seria quando o preço de extração fosse maior que o seu valor de uso. Uma vez que necessitamos sempre de energia e estamos dispostos a pagar muito por esta o que determina o ponto de cessação de uso de petróleo seria a comparação entre custo de extração e custo das alternativas.

Acrescente-se ainda que quanto mais depressa o petróleo é extraído, mais depressa o preço aumenta. Cada sucesso de energias alternativas significa que o petróleo é consumido mais lentamente e por isso sobe de preço mais lentamente e dá tempo para investir ainda mais em investigação antes de o preço chegar a preços incomportáveis.

Assim sendo, não faz sentido em falar em final do petróleo ou dizer que o petróleo será consumido até ao fim. O patamar valor/custo de extracção será atingido num valor mais baixo quanto maior for o sucesso das energias alternativas. E quanto mais baixo for esse patamar, menor terá sido o impacto que a extracção de petróleo teve no ambiente e assim como o prejuízo às economias importadoras do minério.

Consolida-se assim a importância das energias alternativas para a economia e para o ambiente.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

As consequências de uma epidemia a nível mundial

Nos últimos anos tivemos a sensação que as ameaças de uma epidemia de consequências catastróficas a nível mundial têm sido cada vez mais frequentes.
Recentemente foram a doença das vacas loucas, a gripe das aves e a peste suína. Todas elas de origem em animais, mas com consequências ao nível de contágio para o ser humano.

Mas este aumento pode ter duas explicações. A primeira, é que tal como já foi explicado neste blog, o pânico é útil a muita gente.
A outra explicação é que a globalização combinada com hábitos constantemente mutáveis são condições óptimas para micróbios e parasitas se desenvolverem.

O mais provável é que estas duas hipóteses estejam correctas e se verifiquem. Por tanto, a frequência de alarmes de epidemias deverão ser cada vez mais frequentes.

Importa assim analisar o potencial de uma epidemia mundial. Primeiro é preciso ter em consideração que uma epidemia pode, no limite, levar a população do planeta a uma mera fracção daquilo que é hoje. Por outro lado, seria quase impossível uma epidemia desenvolvida pela natureza levar à extinção da espécie humana já que para todas as doenças há pessoas que desenvolvem imunidade e os meios de comunicação permitem reacções relativamente rápidas.

O elemento mais determinante para evitar a proliferação de uma epidemia é a antecedência do aviso quanto à sua propagação. Este poderá levar à descoberta de uma cura ou vacina, como poderá ajudar a evitar o contágio.

Nesta última possibilidade, será natural que a maioria das pessoas fuja das cidades, mas tente de alguma forma, manter a sua vida o mais normal possível.
Devido às vias de comunicações (transportes e telecomunicações) terem atingido o elevado patamar em que se encontram hoje, a sociedade poderá manter-se funcional, promovendo apenas o distanciamento entre as pessoas.

Contudo, não podemos de forma alguma achar que este é um cenário desejável. Este afastamento significaria o falhanço de muitos serviços, nomeadamente o da educação. Os transportes públicos perderiam quase toda a sua expressão e sofreríamos um forte atraso social.

Também as trocas culturais, a economia e o turismo sairiam fortemente debilitados.

Mas é importante que os vários países, nomeadamente os mais desenvolvidos tenham planos de emergência para reagir em casos de epidemias.

As possibilidades de epidemias são um forte argumento para que os países mais desenvolvidos ajudem o desenvolvimento de países menos desenvolvidos.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Análise de Necessidades Futuras - 60 minutos semi-radicais

Uma técnica que utilizo com alguma frequência no foresight da área de Marketing é a análise de necessidades.
Não se trata de nenhuma grande técnica, ou de algo já documentado. Trata-se simplesmente de uma simples técnica que criei tendo em consideração os princípios básicos do Marketing.

Segundo o Marketing todas as necessidades são satisfeitas, ou pelo menos, todas terão respostas.

Mas importa perceber que as necessidades de hoje não são as necessidades de amanhã.

Por um lado, numa perspectiva Maslowiana e optimista, podemos partir do princípio (não da certeza) que as necessidades de hoje estarão respondidas amanhã. Pelo menos dentro de uma certa medida as respostas vão sendo respondidas à medida que os mercados evoluem. Mas claro que nem sempre os mercados evoluem e nem todas as soluções são possíveis.

A outra componente da análise de necessidades reside na análise de necessidades das realidades futuras. Como qualquer aluno de Marketing saberá, necessidades existem sempre, sejam elas mais básicas ou secundárias, sejam elas mais produndas ou superficiais.

Mas necessidades existem em todos os cenários e consoante as mudanças surgirão necessidades específicas. E concerteza muitos se preocuparão em encontrar formas de satisfazer as necessidades dos outros.

Assim a análise de necessidades futuras, devidamente elaborada e aprofundada, em conjunto com outras técnicas de prospectiva poderá nos dar uma imagem sobre os prováveis negócios com sucesso do futuro.

Vejamos então um exemplo:

O desporto, a cultura de bem estar, a preocupação com a qualidade de vida, o desenvolvimento pessoal através da cultura, os hobbies e mestrias diversas e a preocupação com o stress são tudo tendências crescentes na nossa sociedade.
Por outro lado, o excesso de objectivos, a cultura de mudança e a falta de tempo livre estão também cada vez mais presentes.

Podemos assim esperar que actividades que antes eram de pessoas dedicadas quase com exclusividade se tornem como actividades de entretenimento esporádico e de curta duração.

Actividades como danças, esgrima, combates de laser, ginásticas de teor semi-acrobático, andar de patins, karts eléctricos ou malabarismo podem vir a substituir as idas ao ginásio e à piscina, ou até mesmo a happy hour no pub.

Não é difícil de imaginar que um andar de um edifício de escritórios seja destinado a um parque de patinagem ou o terraço a uma pista de karts elétricos, ou um armazém contenha uma arena para combates de laser e salas para lutar com imitações de espadas e sabres japoneses.

Mas o mais interessante será transformar estas actividades em algo esporádico. Estes pequenos centros de actividades semi-radicais ao optarem por terem modalidades de práticas esporádicas conseguirão atingir um público muito mais vasto do que os praticantes assíduos.

A forma ou o timming como se dará esta mudança é que levantará outras dúvidas, mas para isso já se requerem outras técnicas.

Pessoalmente, estou ansioso por ir libertar stress em qualquer uma destas alternativas.

domingo, 12 de abril de 2009

O Preço do Petróleo

O mercado do petróleo tem características distintas da maioria dos outros mercados.

O petróleo tem pouca elasticidade tanto do lado da oferta quanto do lado da procura. Isto significa que quando, por alguma razão, há uma variação brusca de um dos lados, o outro não consegue se adaptar e o preço reage abruptamente.

Por exemplo, durante os anos 90 e início da nova década o consumo aumentou progressivamente e os preços dispararam exponencialmente. Em 1998, o consumo caiu e o preço caiu de 174 para menos de 40 dólares o barril.

Mas tal não quer dizer que os dois lados não tenham capacidade de se adaptar, apenas quer dizer que não o conseguem fazer rapidamente. Ou seja, a maioria dos condutores não altera os seus hábitos nem muda de automóvel porque o preço do combustível teve uma variação de 30%. Nem uma empresa passa a transportar os seus produtos por comboio de uma semana para a outra.
Também do lado da produção, não se pode abrir ou fechar uma base petrolífera no espaço de um mês.

Todas estas adaptações demoram tempo. Qualquer infra-estrutura relacionada com produção ou consumo de energia demora tempo a ser construída ou desactivada.

Então se a reacção demora tempo, o que devemos esperar da estabilização do preço é também algum atraso o que justifica as flutuações enormes que temos observado. Qualquer pico para cima ou para baixo do preço, será resultado de um aumento ou redução da produção ou consumo, mas com o tempo a contra-parte deverá ajustar e desta forma trazer o preço a um ponto de equilíbrio.

À partida diria que o preço de equilíbrio andará por volta dos 80 dólares o barril. Mas poderemos nunca chegar a ver este valor estabilizado. Pois se do lado da oferta existe a tendência para contrair a oferta e especular o valor de marcado, do outro, existe a vontade de encontrar fontes de energia alternativas reduzindo progressivamente o consumo e a dependência desta fonte de energia.

Os países importadores de petróleo sabem hoje que a sua dependência energética traz consequências muito graves para a economia e também para o ambiente e estão mais dispostos a fazer grandes esforços para a reduzir.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Falta de água

Já não deverá ser novidade para a maioria de vós, mas a ameaça da escassez de água ganha cada vez mais força.

Espera-se que dentro de 20 anos metade da população mundial sofra gravemente de escassez de água e que dentro de poucos anos este se torne o tema mais importante nas discussões económicas internacionais.

Para além das mortes directas que a escassez de água pode causar, espera-se que, ficando fora de controle, seja causa de vários conflitos a níveis nacional e internacional.

Portugal deverá ser dos países mais afectados. A maioria dos portugueses tende a achar que temos muita abundância de água e que nunca sentiremos falta, mas é exactamente esse conceito que nos faz ter hábitos de desperdício tornando-nos assim mais vulneráveis.

São de esperar medidas de prevenção no curto-prazo como aumento de taxas sobre a água, incentivos para processos de dessalinização da água e medidas de racionalização.

Acrescento eu que uma medida para combater esta e outras necessidades prementes do ambiente e da economia global seria um imposto sobre a carne. Recordo que ao ingerirmos carne estamos a consumir 10 a 13 vezes mais vegetais do que se ingeríssemos vegetais. Do consumo abusivo de carne resulta falta de água, falta de energia, aquecimento global, desflorestação e fome.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Crise que acabará com todas as Crises

Quem saiba de onde vem esta frase ganha pouca esperança ao ouvi-la. A guerra que foi chamada de “A guerra que acabará com todas as guerras” viria mais tarde a ser chamada como “A Primeira”.

Mas ainda assim, a possibilidade de esta crise vir a tornar-se como a última das crises existe e tem uma forte razão de ser.

Embora se fale maioritariamente de uma crise, estamos neste momento a atravessar três crises, que se juntam numa só: Financeira, Alimentar e a Ambiental.
Para quem possa não saber a crise alimentar foi uma subida generalizada do preço dos produtos alimentares que surgiu quando se começou a utilizar produtos agrícolas para produzir bio-diesel. Não foi a única causa, mas foi considerada como a principal. Aconteceu um pouco antes da crise financeira tomar dimensão.

Contudo, estas 3 crises têm algo muito em comum. As três têm origem na globalização e as três apenas poderão encontrar solução na globalização, ou melhor dizendo, na cooperação global.

A Crise (na globalidade das três) veio ensinar-nos as regras da globalização. E essas regras são que ninguém sofre sozinho e que o que acontece num local, num grupo ou numa classe social repercute-se em todos os outros.

Para dar um exemplo, a crise económica começou nos pequenos agentes, famílias que não conseguiam pagar os empréstimos das suas habitações, e rapidamente se transferiu para os grandes agentes. Na 2ª fase em que as bolsas caiam a pique, houve quem achasse que este era um problema dos ricos, mas rapidamente a contracção do investimento levou ao encerramento de muitas empresas e ao aumento do desemprego.

Por outro lado, a mesma crise começou nos EUA e rapidamente se alastrou para a Europa, Ásia e acabou por prejudicar o mundo inteiro.

Já no momento de resolver a crise, os líderes do mundo começam a perceber a importância de se unirem, porque apenas unindo esforços conseguem resolver um problema que é de todos.

Hoje sabemos que cada povo sem escolas, que cada país com fome e doenças, que cada região que empobrece significa um perigo para o mundo. De uma forma ou de outra, pagamos o preço das feridas do mundo e porque isolar já não é possível, a única possibilidade que temos é ajudar-nos uns aos outros.

Epidemias, terrorismo, crime organizado, quedas da bolsa, imigração ilegal, tráfico de armas drogas e pessoas. Tudo isto são ameaças que não conhecem fronteiras e que se alastram pelo mundo como qualquer vírus.

Já aprendemos as regras. A probabilidade de este cenário de acabarmos com todas as crises depende apenas da nossa (humanidade) capacidade de aprendermos estas regras tão simples ?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Biochar – Agrochar – Terra Preta

Depois de escrever o último post onde falava sobre formas de retroceder no aquecimento global soube de uma nova forma de o conseguir. Talvez a mais espantosa das três.

Refiro-me À produção de Terra Preta atráves da Pirolise de biomassa.

Biomassa define quaisquer resíduos orgânico, sejam provenientes da agricultura, pecuária, serrações, etc..

A pirólise é um método de combustão sem oxigénio. O facto de não se utilizar oxigénio faz com que este processo não produza CO2, que é o grande culpado do aquecimento global. Este processo tem ainda um efeito secundário que é o de produzir muita energia. Embora o objectivo desta pirólise seja produzir a terra preta, uma matéria mais valiosa que o petróleo, este processo produz mais energia do que consome (salvo seja).

Após este processo o resultado é uma concentração enorme de carbono. Para retirarmos o carbono do ar (do CO2), basta colocá-lo no solo de forma a equilibrar o que retiramos em petróleo.

Mas o que este processo tem de surpreendente é as características e história desse produto final.

Curiosamente, o nome original deste produto é em português.
O nome Terra Preta vem da Amazónia e é a grande característica que torna essa a maior e mais densa floresta do mundo.
Naturalmente, o solo mais rico em carbono é também o mais fértil, pois o carbono é a base de toda a matéria orgânica. Ou seja, a Terra Preta é o fertilizante mais poderoso existente tornando-se muito útil para acabar com a fome no mundo, ou para promover o desenvolvimento dos países mais pobres.

Resumindo, pegamos em resíduos, queimamos produzindo energia, retiramos Carbono do ciclo reduzindo o aquecimento global e no final ficamos com o melhor fertilizante do mundo.

Este processo já existe e já é utilizado, mas ainda não é feito em grande escala. Contudo, a dualidade de usar resíduos orgânicos e contribuir para o desenvolvimento da agricultura, poderá tornar esta técnica numa tendência.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Preço do petróleo para sempre baixo

O preço do petróleo poderá nunca voltar a subir para os valores astronómicos a que já nos estávamos a habituar. Podemos afirmar com um grau elevado de certeza que não voltaremos a ver o valor de 147 dólares, como assistimos anteriormente.

O preço varia sobretudo em função das duas variáveis: oferta e procura. E como sabemos o preço do petróleo subiu vertiginosamente numa altura em que a procura aumentava de forma exponencial e caiu estrondosamente com a crise e com algum efeito dos ambientalistas.

Mas esta crise está a dar a hipótese a muitos governos de colocar medidas ambientais. Observe-se com especial atenção o exemplo dos EUA.

Já antes da crise os EUA estavam a ganhar uma preocupação para a sua dependência do petróleo importado. Neste momento querem reduzir o seu consumo de petróleo para que nunca mais tenham de importar. É de especial importância o factor de que o mais provável futuro inimigo dos EUA é o Irão, que é também o 2º maior exportador de petróleo do mundo.

Mesmo que os EUA não comprem petróleo ao Irão fazem subir o preço do precioso líquido o que beneficia todos os exportadores. Naturalmente, os EUA não têm nenhum interesse em fazer enriquecer um possível inimigo.

A esta preocupação junta-se a ambiental, que já ninguém com dois dedos de testa, ignora.

É preciso ainda ver que também o elevado custo do petróleo foi um impulsionador para a actual crise. A subida do custo de vida de muitas famílias foi um dos factores que contribuiu para o crédito mal parado, que viria a fazer com que rebentasse a crise.

E a preocupação mais simples e linear de todas é a balança comercial, onde nenhum país gosta de estar a perder. E a energia é sem dúvida um recurso fundamental que desequilibra a balança.

À medida que a economia for recuperando será de esperar um aumento da procura, mas esta crise também está a ajudar a ganhar tempo para aplicar as energias alternativas. E também a forma como consumimos energia está a mudar. Cada vez mais há uma preocupação na eficiência energética. Claro que a esmagadora maioria dos indivíduos está mais preocupado com o que vai gastar em combustível do que com o ambiente, mas isso não o impede de escolher o carro mais ecológico.

Importa também ver que algumas economias habituadas a consumos desregrados vão demorar a recuperar. A Islândia onde o SUV era visto como uma comodity é o maior exemplo disso.

Entretanto vão também entrando em cena cada vez mais impostos ambientais e outras medidas políticas como melhores transportes públicos e mais portagens. Esta época de preços baixos no petróleo e necessidade de medidas keynesianas está a ser útil para a construção de infra-estruturas mais verdes. Para além dos transportes estou também a falar de centrais de energia solar e eólica e formas inovadoras de produzir energia, como por exemplo em biodiesel.

Enquanto antes da crise a preocupação com o ambiente parecia estar sempre do lado oposto ao da economia, agora vemos as preocupações com o ambiente e com a economia do mesmo lado.
energia estão a mudar drasticamente.

Inverter o Aquecimento Global

Inverter o aquecimento global parece à primeira vista impossível porque mesmo que parássemos com as emissões de dióxido de carbono provenientes do petróleo, a quantidade de CO2 não diminuía. Simplesmente parava de aumentar. E mesmo isso talvez não.

Mas como seria de esperar existem esforços no sentido de encontrar uma forma de conseguir retirar o CO2 da atmosfera anulando o aquecimento global e todas as suas consequências.

Desses esforços existem 2 que merecem especial atenção. Um de elevada probabilidade de sucesso, mas com um potencial não muito elevado elevado e outra com um potencial estrondoso, mas de probabilidade de sucesso mais baixa.

A primeira está a ser tentada em Portugal. Um laboratório do MIT descobriu uma forma de produzir biodiesel através das algas de esgoto. Na verdadetodas as algas de esgoto produzem biodiesel, mas em pequenas quantidades. O pormenor fantástico é que a forma de as levar a produzir mais biodiesel é através da adição de CO2.
São duas vitórias numa só tecnologia. Por um lado, retira-se CO2 do ar e por outro temos um combustível que não contribui para o aquecimento global. As algas como todas as plantas e animais são formas de vida baseadas em carbono, portanto retêm em si o carbono. A diferença é que estas algas têm uma elevada densidade de carbono.

A segunda possibilidade é tão fantástica que chega a parecer ficção científica, contudo está a ser tentada numa cooperação dos governos da Índia e da Alemanha.
Como expliquei antes, as plantas são um ponto de retenção de carbono fantástico, sendo que a fotossíntese consiste exactamente em pegar no CO2, reter o carbono e libertar O2. O carbono passa então a fazer parte da planta.
Mas ao contrário do que se possa pensar a maioria das plantas, não vive na superfície terrestre, mas sim no fundo do mar. Aliás, a deterioração do nosso ecossistema é muito mais visível nos oceanos do que na superfície terrestre. O nível de acidez tem feito com que a fauna sub-aquática desapareça libertando ainda mais CO2 para os mares e para a atmosfera.

Mas supostamente é possível estimular a reprodução das plantas marinhas espalhando ferro pelos oceanos. Segundo os defensores desta possibilidade, espalhando este elemento químico na água este estimulará o desenvolvimento das plantas de forma estrondosa.
A relação apresentada é de uma só tonelada de ferro para retirar várias toneladas de carbono da Atmosfera.
Já há alguns anos que esta teoria é apresentada, mas era vista como um pouco rebuscada. Mas aparentemente, a possibilidade de ela estar certa é suficiente para se tentar.

Se alguma destas técnicas terá um sucesso estrondoso, ainda é muito cedo para dizer. Mas para além da possibilidade de sucesso são sinais fortes de que a forma de se pensar o ambiente e a energia estão a mudar drasticamente.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O Preço do Gás

O preço do gás deverá disparar nos próximos anos, caso as energias alternativas não ganhem rapidamente força.

Nos últimos meses têm surgido várias notícias que anunciam a existência de um Cartel sobre o Gás semelhante ao que a OPEP faz sobre o petróleo. Controlado especialmente pela Rússia existe uma pressão forte para que o preço do gás suba, o que trás consequências graves para a Europa.

Contudo, o preço do gás de momento não pode subir muito, porque o gás e o petróleo são produtos concorrenciais. E como o petróleo tem estado a preços muito baixos, o gás não pode subir, para não ser totalmente substituído.

Aquando de uma recuperação da economia, também o preço do petróleo deverá voltar a subir para valores acima dos 100 dólares. Devemos estar preparados para que quando tal aconteça, também o preço do gás suba na mesma proporção.

Contudo, as energias alternativas poderão dar uma ajuda à Economia.

O gás e o petróleo são fortemente utilizados na produção de electricidade e calor.
Nestes dois casos as energias alternativas começam a ganhar terreno e competitividade face ao petróleo e ao gás. Os países, como EUA e Portugal, que estão preocupados com a sua dependência energética, vêem-se obrigados a procurar alternativas, porque a sua economia depende disso.

Já nos combustíveis (gasolina, gasóleo e GPL) as alternativas ainda são fracas concorrentes e o sector é resistente à mudança, pois cada nova tecnologia demora anos a chegar ao mercado e quase uma década a renovar.

Para antevermos a subida do preço do gás devemos estar atentos sobretudo a: Crise Económica, Preço do Petróleo, Cartel do Gás, Energias alternativas no aquecimento e produção de energia elétrica.