domingo, 21 de dezembro de 2008

O carro do futuro - sport coupé

Num futuro não muito distante as marcas de automóveis prometem um sport-coupé super-ecológico e super-desportivo.

A promessa é audaz mas não está muito longe.

A base é um motor de baixa cilindrada mas altamente rotativo. Numa condução económica, este motor consome muito pouco, mas quando se pede ele é capaz de dar uma resposta potente. O condutor é que escolhe a cada momento se quer que o carro se comporte de forma extremamente ecológica ou extremamente potente.

As mudanças estão ao cabo de caixas automáticas ao estilo da caixa DSG mas com 7, 8 ou 9 mudanças. A caixa é lubrificada a ar, para economizar energia e as transfeências são extremamente rápidas para não existir perdas energéticas nas mesmas.

O motor virá acompanhado de 1 ou 2 turbos que apenas funcionam quando se pede mais potência do motor.

Todos estes elementos são controlados através do acelerador. Quando é pressionado ligeiramente tudo é ajustado para ecologia e quando pressionado mais a fundo tudo é optimizado para potência e performance.

O motor terá entre 600 e 900 de cilindrada, mas acima de 140 cavalos. Já o binário será espetacular, devido à elevada rotação. Quando uma mudança entra no redline e é necessário por mais uma, a nova já está em elevada rotação. O facto de ter muitas mudanças também faz com que a diferença entre elas seja mais curta.

O carro não terá mais do que 650 Kilos, o que dará a sensação de ser um carro muito mais potente do que realmente é, conseguindo ter uma aceleração e travagem extremamente rápidas.

Para compensar a falta de peso o carro terá de ter uma aerodinâmica lateral. Ou seja, será muito estreito no topo e largo na base. Desta forma, o vento terá muito menos efeito no carro, chegando inclusivamente a endireitá-lo. O comportamento em curva também será melhor, pois para além de ter menos força centrífuga por ter menos peso, a velocidade relativa ao vento fará com que o carro se endireite.
O lado de dentro da curva ou o lado do vento ficam sempre muito agarrados ao chão.

Já a suspensão de um carro destes terá de ser bastante baixa, para que o carro não ande aos saltos. Eventualmente, também a suspensão se adaptará à condução e estado do tempo.

A filosofia de condução por trás de um carro destes é que toda a gente gosta de ter um carro potente, mas raramente pedimos toda a potência de um carro. Este veículo consumirá como qualquer outro numa condução desportiva, mas numa condução económica conseguirá consumos na casa dos dois litros aos 100km/h.

Se considerarmos que um condutor médio apenas pede potência em 10% do tempo que usa o seu veículo, reparamos que em 90% do tempo terá um carro extremamente económico.

É um óptimo negócio.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O fim da Crise Financeira Norte Americana - O cenário mais simples

Os EUA aproximam-se de um cenário de deflação.
A solução para um cenário destes é a injecção de moeda na economia. Emissão e injecção directamente nos cidadãos.
O próprio Barack Obama já anunciou que irá injectar dinheiro através de obras públicas.

Esta é a solução keynesiana que já foi aplicada nos anos 30, com o nome de “New Deal”.
Basicamente, o que se passa neste momento é que não há dinheiro, porque não há confiança, logo ninguém investe. Ninguém compra, logo ninguém vende. Se ninguém vende ninguém tem dinheiro para comprar. Cada pessoa agarra-se ao pouco dinheiro que tem.

Ao injectar mais dinheiro na economia, aumenta-se o investimento e aumenta-se o consumo. Mas esta medida tem um inconveniente. Se for feita em demasia cria inflação e chega a um ponto em que não cria riqueza, apenas aumenta o dinheiro em circulação, desvalorizando a moeda.

Assim, vai ser injectado dinheiro, até que a confiança volte, mas logo a seguir muita gente vai começar a investir e começar a gastar. E aí poderá se cair no extremo oposto. Havendo moeda em excesso, o dólar desce, o petróleo sobe e a inflação nos EU dispara e a taxa de juro real diminui (ainda que a nominal possa subir).

O que é que isto significa para quem tem muito dinheiro? Significa que o dinheiro em casa vai desvalorizar loucamente. As duas reacções possíveis a isto são: vender dólares, comprando outra moeda como, por exemplo, o Euro. Ou então, começar a investir em empresas relativamente seguras, nomeadamente tecnologia. Tudo o que seja banca e imobiliário é muito arriscado no momento.

Mas o que significa tudo isto ?
Isto significa que o “Oscilómetro” está no máximo. Salta-se de um extremo para o outro. A atitude tipicamente histérica dos investidores ressalta de um lado e do outro.

O desafio para a económica Norte-Americana é conseguir voltar ao centro sem descambar para o outro lado. Calma e serenidade são as palavras de ordem.
Também por isto o novo presidente anuncia que irá fazer muito antes de fazer, para que o efeito seja distribuído no tempo.


Nota: Este é apenas um cenário provável e não deve ser confundido com uma previsão. Há variáveis que podem impedir este cenário.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Queda do Dubai veio mais cedo ?

Não são poucos os que afirmam que o Dubai é apenas uma bolha especulativa e que uma vez rebentando, colapsará até à inexistência.

Mas a maioria das pessoas que defende este teoria (como eu próprio) esperavam que tal acontecesse depois de o petróleo ser o recurso que faz mover o mundo. Ou seja, quando o petróleo se tornasse tão caro ou as energias alternativas tão baratas que iria passar para segundo plano.

Mas a actual crise económica veio destruir muitos mitos e com eles rebentaram todas as bolhas especulativas.

O Dubai tem 2 grandes focos de investimento: As finanças e o imobiliário.

O Dubai tem como objectivo ser o centro financeiro do mundo, à frente dos EUA e da Suiça.
E o modelo imobiliário da região é de grande luxo, mas também de grandes custos de manutenção. São esses elevados custos de manutenção que nos fazem pensar que no Dubai não é possível existir meio-termo entre o sucesso e o fracasso.

Até ao final do verão deste ano, o sonho do Dubai crescia a olhos vistos sem preocupações no horizonte.
Mas a crise veio atingir sobretudo estes dois grandes sectores.
O crédito foi o primeiro a retrair-se, tornando os bancos muito mais cuidadosos e restritivos na cedência de crédito. Estas restrições desanimaram os investidores.
Porque a região é movida pelo espírito “isto é que está a dar agora”, a fuga fez-se sentir rápido.

Desde o fim do verão o valor do património imobiliário já desceu quase 20% e ainda estamos no Outono.

Fica por saber se esta é apenas uma fase e o Dubai vai conseguir recuperar e voltar ao grande crescimento, ou se é o fim do sonho do Dubai.

Mas para uma região com um crescimento exponencial, uma queda de 20% em poucos meses, é um grande trambolhão.

Quanto maiores os gigantes…..

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A evolução na área da Saúde

Embora tenha passado ao lado da maioria de nós, a medicina evoluiu muito nos últimos anos. Não apenas em número de descobertas, mas sobretudo no tipo de descobertas e no sentido em que a saúde está a evoluir.

Dois campos onde a medicina evoluiu muito de forma que não era vulgar são: a antecedência do diagnóstico e a terapia através da alimentação e de pequenos hábitos do dia-a-dia.

A antecedência do diagnóstico é da maior importância na saúde. As doenças têm por natureza um carácter evolutivo. Uma medicina mais básica só consegue detectar uma doença quando os sintomas se tornam visíveis (ou nem isso). Uma medicina de nível mediano, detecta quando a doença surge, mas uma medicina avançada deverá detectar a propensão, a tendência ou uma variação antes de se tornar uma patologia.

A terapia pela alimentação, ao contrário do que se possa pensar, não é algo exclusivo das medicinas alternativas. Recentemente uma investigadora portuguesa obteve resultados surpreendentes indicando os tipos de alimentos que faziam melhor a cada tipo de cancro. Um caso bastante reconhecido é o benefício da comida indiana na prevenção do Alhzeimer.
Já as medicinas naturais indicam-nos há muito tempo um conjunto de terapias através de dietas consoante as patologias. Naturalmente, as características das medicinas naturais carecem frequentemente de investigação científica, mas neste campo específico as duas estão cada vez mais próximas.

A combinação destes dois factores significa um paradigma completamente novo para a saúde. Contudo, nem todos têm a capacidade para seguir as indicações do seu médico. Basta pensar na quantidade de pessoas que não consegue largar o sal ou a carne de porco quando se depara com problemas de tensão alta.

Espera-se assim que no sentido de evitar tratamentos mais intrusivos, a maioria das pessoas consiga seguir as indicações preventivas dos seus médicos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sector de automóveis com crescimento de 2 dígitos em 2013

Contra todas as expectativas, o sector automóvel poderá voltar a ter um boom de crescimento nos primeiros anos da próxima década.

Uma das razões é a actual contracção que certamente fará com que se sinta mais a recuperação. O sector automóvel está neste momento a atravessar uma forte crise relacionada com a crise mundial e com a subida dos custos do petróleo.

A questão principal que levará a um crescimento nas vendas de automóveis novos será a descida dos custos energéticos, bem como um aumento da sua eficiência energética. Ainda é cedo para afirmar com certeza qual será a forma de energia mainstream dentro de alguns anos, mas as alternativas estão a tornar-se cada vez mais económicas.

Ainda no tema das energias estão também a fazer-se grandes avanços da parte da eficiência energética. A tecnologia automóvel está agora a dar o salto da eficiência, que apenas não deu antes por falta de interesse.

A terceira razão é o aumento da classe média a nível mundial. A percentagem de população mundial que tem capacidades financeiras para adquirir um automóvel novo é cada vez maior. Em alguns países da Ásia e de África podemos esperar um aumento da compra de automóveis novos próximo dos 3 dígitos.

Outra razão será a diminuição do tempo de vida dos carros que tende a ser mais curto, devido à constante introdução de novas tecnologias e às restrições ambientais e de segurança crescentes. O tempo de vida útil de um carro deverá descer para bem menos de 10 anos. Por outro lado, os carros tendem a tornar-se mais baratos, mais leves e menos resistentes.

Outra razão é a terceira vaga e o fim dos horários de trabalho clássicos. As pessoas tendem a afastar-se do centro das cidades progressivamente e a distribuir-se pelo interior. Tendem também a abandonar o horário das 9h00 às 18h00 para horários mais incertos e flexíveis. Desta forma a ideia de que as nossas estradas já não conseguem suportar mais automóveis desaparece, pois estas passam a ser utilizadas em horários diferentes. Por último, espera-se também que as cidades e vilas tenham mais planeamento, com espaços para estacionar, estradas mais bem construídas e garagens subterrâneas.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O Petróleo não vai acabar

Já não é a primeira vez que digo que o petróleo nunca irá acabar. Mas desta vez, a imagem torna-se clara.

Tudo indica que o preço do petróleo está em queda continuada de preços. O que, à partida levaria os ambientalistas aos arames. Mas o resultado é o oposto.

O preço do petróleo está em queda, devido à redução da procura. As energias alternativas, combinadas com uma maior preocupação com a eficiência energética e a queda das principais bolsas mundiais contraíram fortemente a procura.

Do lado da oferta a reacção já se faz sentir. Os países exportadores de petróleo têm agora menos argumentos para extrair petróleo nos locais mais dispendiosos. Por um lado, o petróleo já não é tão rentável assim e por outro, querem manter os preços elevados e os custos de extração baixo pelo máximo de tempo possível.

Do nosso lado, só temos de fazer a nossa batalha. Conseguir reduzir o consumo ao máximo, para que os preços continuem a descer ainda mais, a nossa dependência seja reduzida ao máximo e consigamos proteger o ambiente.

Quem se salva? Não só o ambiente, mas também as economias dos países importadores.
No final foram os ambientalistas que protegeram as frágeis economias.

Restaurantes recorrem ao outsourcing de cozinhas

O conceito não é totalmente novo. A inovação reside no conceito e nas razões que levam a esta separação.

Na realidade portuguesa existe uma grande necessidade de restaurantes de preços baixos em zonas de escritórios. Por outro lado, os espaços para restaurantes nas zonas de escritórios são extremamente caros.

Se pensarmos bem, o restaurante conforme o conhecemos, são dois negócios num só: cozinha e serventia. Porque não separar estes dois negócios ?

Numa zona onde o metro quadrado chega a custar largas dezenas de euros por mês, não queremos perder metade do espaço com a cozinha, perdendo assim toda a rentabilidade (facturação/metro quadrado).

Os restaurantes que passam a ter apenas serventia, colocam-se sobretudo em pisos térreos, em zonas caras, esplanadas, centros comerciais e afins. As cozinhas colocam-se em bairros mais baratos, com menos escritórios, em traseiras de prédios ou no cimo de edifícios, mas sempre com condições máximas de higiene de forma a respeitar com todas as normas. Até se torna mais fácil cumprir as normas de higiene quando cozinha e espaço de refeições não são o mesmo.

Ao separar os dois negócios cada um pode fazer o que faz melhor. Uma só cozinha pode cozinhar para vários restaurantes. Um grande cozinheiro consegue assim ver rentabilizado o seu trabalho e os clientes conseguem ter acesso a uma cozinha de nível superior por um preço inferior.

E qualquer pessoa que não perceba muito de cozinha, mas seja trabalhador e tenha olho para o negócio, consegue assim abrir o seu negócio e preocupar-se apenas em escolher o melhor fornecedor e garantir o melhor serviço aos seus clientes.

domingo, 5 de outubro de 2008

Portugal Inovador – Weak Signals ou Wishfull Thinking?

Ainda é cedo para falar em mudança, mas nas últimas semanas Portugal apareceu por duas vezes nos círculos de Prospectiva e Estudos Futuros Internacionais. E das duas vezes por questões de inovações tecnológicas.

Sob a direcção da investigadora Elvira Fortunato, na Universidade Nova de Lisboa, conseguiram-se produzir processadores em diferentes materiais como papel e vidro.

Na semana que passou começou a funcionar a central de produção energética através da força das Ondas. Uma técnica que se poderá tornar comuns em países costeiros.

Ambos os avanços foram considerados de grande significado para o mundo na medida em que são de tal forma inovadores e disruptivos que marcam o caminho para o desenvolvimento futuro.

Se a estes dois grandes passos juntarmos os planos do choque tecnológico, cujos resultados ainda são difíceis de avaliar, começamos a ver um país que talvez já não seja mais o país do velho do Restelo e do Zé Povinho.

Mas Weak Signals são apenas isso. Pequenos sinais de algo que poderá, ou não, tornar-se uma tendência ou uma mudança.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Um negócio para a Sibéria

O armazenamento de dados é um negócio crescente, mas com uma grande dificuldade.
Os armazenadores de dados de grandes dimensões apesar dos avanços tecnologicos produzem demasiado calor e por isso gastam fortunas em equipamentos de arrefecimento.

Mas como sabemos não existe forma de produzir frio, apenas de o separar do calor. É por isso que quando passamos ao lado de uma arca frigorífica no supermercado sentimos um calor nas pernas que vem do sistema de arrefecimento.
Para piorar a situação, esse arrefecimento é altamente dispendioso de energia.

O local ideal para construir grandes armazenadores de dados é em países frios. Zonas como a Sibéria, o Alaska ou simplesmente países Norte-Europeus vão ter grande interesse em investir neste sector que tem um crescimento exponencial sem fim à vista.

Pelo facto de o seu clima ser frio, vão gastar muito menos dinheiro no arrefecimento e vão ainda ter a hipótese de aproveitar esse calor.
A energia térmica pode ser usada para aquecer piscinas, produzir energia ou aquecer casas até uma distância de 3Km.

Esta é uma oportunidade que os países mais frios não podem perder.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Arma contra a Inteligência Artificial ?

Se você é uma das pessoas que não dormia assustado com a possibilidade de uma máquina desenvolver inteligência artificial e a vontade de dominar o mundo, já pode voltar a dormir.

Os Americanos (só podia) desenvolveram uma arma (típico) capaz de nos proteger desta ou outras calamidades: Um gerador de impulso eletro-magnético.
Quem gosta de filmes de ficção científica concerteza que já ouviu falar do EMI (Eletric Magnetic Impulse). Todas as máquinas produzem um impulso electromagnético, mas muito baixo. Já uma bomba nuclear produz um impulso eletrómagnético capaz de danificar todos os equipamentos eléctricosno seu raio de acção.

O novo brinquedo americano custa nada menos que 7.5 milhões de dólares.
Certamente que esta arma não foi criada contra a inteligência artificial. Na verdade, foi criada para um cenário de invasão. Desde a catástrofe de Nova Orleães que muitos estudos a vários níveis, como prospectiva e investigação operacional foram criados para wild cards catastróficos.
No caso dos EUA serem invadidos, o lançamento de um impulso eletrómagnético deixaria americanos e invasores sem telecomunicações o que os deixaria completamente impotentes. A situação de Nova Orleães fê-los perceber que os cidadãos americanos ao serem deparados com um cenário de catástrofe e pânico rapidamente entrariam em estado de sobrevivência.

Não deixa de ser irónico que mais uma vez, bem ao estilo americano: O Mundo está mais seguro com esta arma.

Terminator, já foste.

Podem as algas salvar o mundo ?

Segundo o U.S. Department of Energy, as algas de esgoto poderão ser a maior esperança do mundo e da humanidade resolverem os seus maiores problemas: aquecimento global, produção energética e decomposição de resíduos orgânicos.

Uma descoberta recente pela universidade de Virginia indica que as algas de esgoto podem ser desenvolvidas artificialmente através da adição de Dióxido de carbono, principal causador do aquecimento global, ou de resíduos orgânicos provenientes de qualquer esgoto.

O mais impressionante nesta descoberta não é o que consome, mas sim o que liberta. Nada menos do que um bio-combustível.

As investigações ainda não estão terminadas nem este sistema está pronto para instalação. Mas a ter sistema, poderemos vir a ter centro de tratamentos por algas em vez das convencionais ETARs e aplicar em centrais de carvão (grandes responsáveis pelo aquecimento global)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Energia Solar a um nariz da Vitória

Segundo uma análise estatística de Hans Rosling, um chinês não polui mais que um cidadão de outro país desenvolvido.
Mas os chineses são muitos e na sua totalidade poluem realmente muito.
O facto incontornável é que eles merecem tanto o acesso à energia quanto qualquer outra pessoa.
E hoje a energia através do carvão é a mais económica. Num país que ainda apresenta fortes dificuldades é irreal pensar que a China irá óptar por uma forma verde, mas mais dispendiosa, de produzir energia.

A questão é: quanto tempo demora a energia solar a ficar mais económica que a energia elétrica de formas poluentes ?
Quanto tempo demora a energia solar a atingir o preço de 1 dólar por watt?

A empresa mais próxima de atingir esta meta é uma start-up chamada First Solar, no Arizona.
O ETA (prazo esperado de chegada) para esta meta está colocado entre 2010 e 2013.

A razão porque coloquei a chamada de atenção para a China, tem a ver com a filosofia de produção em massa aplicada a (quase) tudo na china.
Uma diferença mínima nos custos energéticos fará com que esta forma de produzir energia dispare a produção em massa, afastando-se posteriormente de todas as outras formas de produção.
O facto de ser uma fonte energética ilimitada fará com que não existem quaisquer custos crescentes com a quantidade ou preocupações com a mesma.

Se esta meta for realmente atingida antes de 2013, por 2020 teremos um mundo totalmente diferente daquele que temos hoje.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Aparelho que armazena energia solar poderá revolucionar o mercado da energia

Um professor de Química do MIT descobriu uma forma de armazenar a energia solar oriunda de painéis foto voltaicos, transformando-a em energia química. A importância desta descoberta tem a ver com o facto de as horas de sol serem apenas durante uma parte do dia.
Esta característica tem impedido até aqui o sucesso da energia solar, pois uma casa necessita de energia eléctrica 24 horas por dia. Quem instalava em casa um painel foto voltaico não ficava assim independente da Rede Eléctrica, o que deixava a energia solar com muito poucos argumentos para ter sucesso.

Com esta descoberta, a energia solar deixa de ser a que tinha menos capacidade de regulação para passar a ser a que tem mais.

Este sistema tem ainda a vantagem de ser de pequenas dimensões epoder ser adaptado à dimensão das necessidades de uma residência.
E é especialmente em África onde a falta de energia impede, por exemplo, o funcionamento de um frigorífico para comida e vacinas, que existe o maior interesse nesta tecnologia. O potencial que esta descoberta tem a nível da promoção da saúde é incalculável.

Com esta descoberta podemos ter esperança na massificação dos painéis solares foto voltaicos, garantindo assim a sua redução de preços o que significará energia limpa mais barata para todos, especialmente nos países mais a sul e com maior exposição solar.

Mais informações em:
http://br.reuters.com/article/internetNews/idBRB22141420080731

sábado, 2 de agosto de 2008

Os carros do futuro, o preço do petróleo, as reuniões on-line e a terceira vaga

Segundo o mais recente estudo sobre qual será a fonte energética dos automóveis com mais sucesso na próxima década, a vitória vai para carros híbridos com uma extensão.
Ou seja, têm um combustível derivado do petróleo, são híbridos, mas ainda podem ser carregados através da tomada da garagem lá de casa. Basicamente, é quase tão ecológico quanto um carro elétrico, mas tem muito mais autonomia que qualquer carro a gasolina ou gasóleo.

Olhando agora para o paradigma do preço do petróleo: quando a procura de petróleo é elevada, o preço sobe o que faz descer a procura, que faz descer o preço, que faz aumentar o consumo que faz subir o preço …..
Os países importadores de petróleo (nomeadamente Portugal e os EUA) que perceberam que não podem ficar tão dependentes dos exportadores e estão preocupados com o aquecimento global decidiram investir fortemente nas energias alternativas e em sistemas mais eficientes. Seja nos carros híbridos com extensão ou não, vão conseguir reduzir a procura e consequentemente espera-se que o preço do petróleo tenha tendência para descer num horizonte alargado.

Por outro lado, muitos empresários estão a preferir optar por fazer reuniões on-line. Todos sabemos que não são tão proveitosas, pois limitam a comunicação, mas têm muito menos custos e a ausência de ambiente para conversa de circunstância desincentiva “a conversa de chacha”.

Se combinarmos a redução do custo dos transportes e melhores comunicações virtuais, vemos que se reduz a importância de termos as empresas todas atafulhadas nas grandes cidades. A previsão de Alvin Toffler torna-se assim mais real do que nunca.

Devido À melhoria das vias de comunicações, tanto transportes como telecomunicações, as populações vão tender a descentralizar abandonando os grandes centros urbanos.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

PlayBoy – uma profissão com futuro

Diz o estereótipo que são as mulheres que casam ou se tornam amantes por dinheiro e estilo de vida. Mas tal está longe de ser verdade e cada vez mais.

Numa época em que os homens é que ganhavam dinheiro e toda a preocupação da beleza e sensualidade incidia sobre as mulheres, esta afirmação podia ser verdade. Mas hoje está longe de ser algo exclusivo do sexo feminino.

Uma tendência crescente em todos os países desenvolvidos ou em desenvolvimento é a ascensão profissional e financeira das mulheres. Cada vez mais, há mulheres que enriquecem com o seu próprio talento.

Mas muito mais que os homens, as mulheres são normalmente obrigadas a escolher entre uma família e a ascensão profissional.
As mulheres de elevada ascensão profissional tornam-se assim vítimas fáceis de burlas emocionais.

Por outro lado, cada vez mais os homens têm preocupações com a sua imagem e sabem como se tornar atraentes para o sexo oposto.

Homens cuja única actividade é a sedução de mulheres ricas, conseguem facilmente “exigir” dinheiro ou ofertas em troca de promessas amorosas.
Não sou sexista ao ponto de achar que as mulheres apenas querem satisfação emocional e não sexual. Mas a meu ver, uma pessoa desperdiçar a sua riqueza a satisfazer desejos sexuais é muito menos grave que a satisfazer necessidades afectivas que são muito mais complexas.

Espero não encorajar nenhum homem a seguir esta carreira, mas quem sabe, há um aviso a dar às mulheres.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O “step back” na usabilidade dos vídeo-jogos

Seguindo a ideia do post abaixo, este post vai falar de como a indústria dos vídeo-jogos deu um passo atrás.

Se olharmos para a Playstation ou para as antigas Nintendo e sega, percebemos que houve uma evolução nos níveis de jogabilidade. Os controles passaram a ter cada vez mais botões, as realidades são cada vez mais complexas e o mundo dos vídeo-jogos foi-se tornando como uma actividade de culto.

Os viciados dos jogos procuram cada vez coisas mais complexas, mas que não deixam de beber dos jogos antigos que eles já conhecem. Chegamos a um ponto em que se pode dividir as pessoas entre aquelas que jogam vídeo-jogos e aquelas que não jogam.

O problema é que uma pessoa que não estivesse habituada a jogar e fosse pegar num jogo recente como o Solid Metal Gear 4 ia achar o jogo demasiado complexo e fartar-se-ia dele rapidamente. Mas à medida que a geração dos vídeo-jogos foi crescendo surgiu a necessidade de criar jogos para adultos; pessoas que gostam de jogar, mas que não se querem “viciar” em jogos.

A resposta foram jogos que não necessitam de controlos complexos e também jogos para dinâmicas de grupo.

A PlayStation, que já era líder nos vídeo-jogos, fez apostas humildes mas com grande sucesso: SingStar, Eyetoys, guitar hero e buzz. Conceitos de jogo muito virado para festas e animações de grupos de adultos. Mas a base manteve-se. A PlayStation 3 é uma evolução natural da PlayStation2 que mantém os jogos para os adeptos dos jogos complexos.

Já a Nintendo, porque não estava tão bem colocada no mercado, teve que apostar numa medida mais audaz. Assim sendo, apostou fortemente no segmento dos jogadores ocasionais, criando para eles toda uma nova tecnologia, com um aparelho que simula movimentos. Muito utilizado por crianças e adultos em ambientes de convívio a Wii demonstrou-se como um verdadeiro sucesso enfrentando a rival que durante anos se manteve imparável.

Tal como tinha sido abordado no post anterior, o “step back” mostra verdadeiras vantagens comerciais, sendo que nem sempre a tecnologia mais avançada e orientada para os que mais percebem é a que tem sucesso comercial.

A importância do “step back” na informática

Desde o surgimento do PC até há bem pouco tempo, os computadores cresciam a uma velocidade enorme sem descerem os preços. O computador mainstream rondava os 300 contos o que deixava de fora uma grande quantidade de pessoas. Os computadores mais antigos que desciam de preços ficavam rapidamente obsoletos, tornando-se uma má compra.

A Microsoft teve alguma responsabilidade neste acontecimento com a sua política, que não considero de forma alguma errada. A MS queria colocar as tecnologias mais modernas o mais rapidamente possível no mercado. Como o mundo inteiro reclama, esta filisofia implicava que muitas vezes que os produtos acessíveis eram altamente falíveis e que só com muitos plugins e alguns anos depois do seu lançamento se começavam a tornar minimamente fiáveis e pela altura que tal acontecia, rapidamente eram substituídos por outros.

Outra das razões para esta rápida evolução era a atenção colocada nos adolescentes, viciados na informática. Achava-se que tudo o que os “cróms da informática” faziam, seria mais tarde utilizado por toda a gente.
Esta visão foi abandonada com o tempo e é hoje considerada como algo ultrapassado.

Hoje ao analisarmos que tecnologias têm mais potencial preferimos olhar, por exemplo, para mulheres de 35 anos. A mulher de 35 anos representa alguém que tem capacidade para utilizar tecnologias, mas que apenas vai utilizar aquilo que tiver vantagens palpáveis e com um esforço mínimo. Então uma empresa prefere ao conceber uma tecnologia prefere pensar se essa tecnologia será utilizada por mulheres de 35 anos em vez de miúdos de 16 anos que passam a vida em frente a um computador.

Por outro lado, os computadores já têm uma grande capacidade e oferecem muito mais do que a maioria de nós precisa. O que os computadores ainda não oferecem que todos nós queremos é fiabilidade.

Se juntarmos a necessidade de as empresas de informática alcançarem novos mercados, com a necessidade de oferecer fiabilidade existem fortes razões para a indústria informática abrandar ou pelo menos começar a produzir equipamentos e software que possuam e requeiram menos capacidade de processamento.

E este passo atrás é o que já está acontecer. As grandes superfícies divulgam fortemente os portáteis que rondam os 600 euros e existem já computadores a preços muito inferiores. O projecto Magalhães, entre outros, visam a verdadeira massificação da informática fazendo com que quase toda a população tenha acesso à informatização. A este objectivo dá-se o nome de combate à info-exclusão.

Tudo isto não implica que deixe de existir uma preocupação com a tecnologia de ponta, ou que o desenvolvimento informático tenha um abrandamento efectivo. Pois ainda existe um grande público que continua a exigir mais e mais.

Mas o dinheiro a ser ganho está na massificação e nos grandes mercados. Enquanto a tecnologia de ponta é mercado para poucas empresas o mercado de massificação tem espaço para muito mais.

Desenvolvimento de Portugal versus EUA

Para comparar o desenvolvimento destes dois países, utilizei dois factores:
A mortalidade infantil e o rendimento percapita.

O nível da mortalidade infantil, embora não seja percebido pela maioria como um indicador do desenvolvimento é dos indicadores mais poderosos. Concordo com Hans Rosling, quando diz que a mortalidade infantil é o indicador de desenvolvimento por excelência.

E o rendimento percapita, que indica o desenvolvimento da Economia. Claro que o rendimento per capita não nos diz nada sobre a distribuição da riqueza. Apenas sobre a existência desta.

A leitura destes dois factores combinados permite-nos não só a ver a “adição” dos dois factores, mas também a comparação e a relação entre os dois. A globalidade dos países que conseguiu diminuir a mortalidade infantil, fê-lo através do desenvolvimento económico. Mas apesar dos dois estarem correlacionados, é nítida a diferença entre os países que deram prioridade às condições de vida e os que deram prioridade à economia.
Para Portugal, tenho valores desde 1910 e para os EUA desde 1933.
Entre 1910 e 1936, as coisas não eram famosas para as crianças portuguesas. Embora se notasse claras melhorias económicas, a mortalidade infantil variava de forma irregular e até com aumentos consideráveis.
A partir de 1937, a MI em Portugal começou a descer mas a comparação com os EUA era desastrosa. Apesar de ambos os países estarem a evoluir a ritmos acentuados, só em 1968 Portugal atingiu os valores de MI e rendimento percapita que os EUA tinham em 1933.
Portugal tinha 35 anos de atraso. Curiosamente, estes dois momentos dos dois países coincidem tanto em MI como em Rpc.

Os EUA tiveram desde 1933 a 2006 um mantiveram um desenvolvimento relativamente estável. Apenas durante a 2ªGG tiveram um maior desenvolvimento económico, que depois recuaram no pós-guerra. Fora isso, foi sempre estável, mas sempre “do lado do dinheiro”. Ou seja, com melhores indicadores económicos, que os de mortalidade infantil, quando comparado com as outras economias mundiais.

Portugal, até 1974 (25 de Abril) andou sempre atrás dos EUA. Seguindo o mesmo equilíbrio entre mortalidade infantil e desenvolvimento económico, mas com um atraso de vários anos. (Não me venham com histórias que o Salazar fez muitas coisinhas boas para o povo)
Depois da revolução houve uma clara inversão de prioridades que os números não escondem. O desenvolvimento económico abrandou mas não parou. Mas por outro lado, a diminuição da mortalidade infantil acelerou deixando para trás os EUA.

Os valores mais recentes são de 2006, onde Portugal tem um nível de MI muito mais baixo que os EUA.
O nível de MI que os EUA têm em 2006 equivale aos portugueses de 2000, que em anos pode parecer pouco mas a descida foi de 6/1000 para 3/1000. Já o rendimento de percapita de Portugal em 2000, equivale ao americano de 1965/66.

fonte: Gapminder
origem dos dados: ONU

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A ameaça do reconhecimento de imagem

Tecnologias utilizadas actualmente em computadores domésticos de capacidades médias são já capazes de reconhecer caras.
Por enquanto ainda são mecanismos algo rudimentares que demoram alguns segundos a fazer a comparação entre duas imagens.
Se quiserem comparar uma imagem com uma lista de 10 imagens dez vezes mais, se for de uma lista 100 vezes maior, demora 100 vezes mais e por ai em diante.

Mas com a evolução natural das tecnologias em breve em poucos segundos será possível comparar uma imagem com uma listagem de milhares ou milhões em poucos segundos.

A acumular a este factor está o constante aumento de câmaras de filmar em todas as áreas públicas e semi-públicas. E uma grande quantidade destas câmaras está acessível na internet ou por entidades governamentais. Inglaterra é o país onde a febre das câmaras atinge níveis mais preocupantes ao ponto de qualquer cidadão aceitar a ideia de que está constantemente a ser filmado. Mas mesmo em países como Portugal, o número de câmaras é assustador.
Estradas, centros comerciais, lojas e parques de estacionamento são filmados. Mesmo ruas onde supostamente não há câmaras estão frequentemente no espaço de visão de câmaras de lojas que apanham o exterior através das montras.

A combinação destas duas evoluções tecnologias permitirá no futuro que a polícia coloque uma fotografia num software e em poucos segundos, um webcrawler ou um pequeno algoritmo percorra todas as câmaras à procura de uma correspondência da pessoa procurada informando sobre a localização do mesmo.

Numa fase mais avançada, um algoritmo não muito mais complexo poderá fazer um desenho do percurso de uma pessoa seguindo e registando tudo o que essa pessoa faz ao longo do tempo.
No limite um servidor central, com uma incrível capacidade de computação para os dias de hoje, será capaz de registar tudo o que todas as pessoas fazem.

Para além do ataque óbvio às liberdades individuais estas tecnologias oferecem um poder exagerado ás autoridades, que devido a esse desequilíbrio tendem a ser utilizadas de forma imprópria.

sábado, 19 de julho de 2008

2 países na luta da independência energética

Esta semana dois países diferentes ouviram discursos fortes sobre a sua independência energética.
Um deles foi Portugal, onde VItor Constância veio reabrir o debate sobre a energia nuclear.
O outro são os EUA, onde Al Gore veio apresentar o desafio de serem energeticamente independentes através do uso maioritário de energias alternativas.
Curiosamente, estes dois países representam dois terços dos países que apostam nos carros elétricos como transporte num futuro próximo.

A pergunta é: O que é que estes dois países têm em comum para além de centros comerciais e uma febre por franchisings?
A resposta é: dependência energética.

Quando um analista financeiro olha para as contas nacionais Portuguesa ou Americanas, fica chocado com o dinheiro que cada país gasta em energia. Ou seja, os dois países importam muita energia, especialmente sob a forma de petróleo.
O preço do petróleo no futuro apresenta algumas incógnitas, mas enquanto existir uma forte dependência não há razões para descer. E o preço do gás natural tende a acompanhar as variações do petróleo, visto que é um bem alternativo.
A análise financeira continua e continuará assim a ser o maior motor de desenvolvimento das energias alternativas.

Mas como em tantas outras situações, é a necessidade que estimula a evolução e os países que hoje apresentam maior dependência são os que têm mais possibilidade de desenvolvimento nestas áreas.
E tanto Portugal como os EUA apresentam capacidades para desenvolver e inovar na área das energias alternativas.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Upgrade ao cérebro das próximas gerações

Desde a massificação da Televisão que fomos submetidos a um aumento constante de informação. Com a massificação da internet, tv cabo e telemóveis o nível de informação que recebemos por minuto ou por dia continua a aumentar de forma exponencial.

Consequentemente, também a nossa capacidade de absorver informação tem vindo a aumentar. Uma simples análise dos gostos de uma criança e de um adulto ou até de duas pessoas da mesma idade em alturas diferentes, demonstram que a nossa capacidade de absorver informação aumenta com os anos.

Como em tudo o resto, a necessidade e o hábito aumentam as nossas capacidades naturalmente e sem um esforço consciente. As leis da genética tratam do resto.
Facilmente podemos afirmar que também as nossas redes neuronais estão a sofrer um upgrade no sentido de acompanhar os sucessivos upgrades tecnológicos.

Um exemplo claro são as imagens muito rápidas dos filmes de acção onde os planos são demasiado rápidos e até realizadores como o Spielberg dizem “os planos de hoje são demasiado rápidos para mim. Mas penso que isto acontece porque eu sou de outra geração e não estou preparado para os filmes de hoje.”*

Também a complexidade das associações feitas de uma imagem com outras referências aumentou. Um exemplo disto é o filme “Moulin Rouge” que bebendo de um conjunto de referências musicais, históricas e culturais fez uma mistura inovadora numa história dramática, cómica e cheia de acção, que faz um adepto de música clássica arrancar cabelos.

À partida poderá existir a ideia de que esta evolução irá ser travada pelas capacidades humanas. Mas temos que ter presente que também as capacidades humanas estão a evoluir neste sentido.
Podemos assim concluir que esta evolução não tem um fim natural. Poderá ser abrandada ou travada por eventuais factores externos como o “Slow Movement”, mais preocupação da qualidade de vida, alterações nos sistemas educativos e até no papel da famíla.
Mas a evolução que temos no âmbito cultural, artístico e especialmente áudio-visual é de uma continuidade quase espiral que aumentará para níveis incompreensiveis hoje.
Será de esperar que o ensino daqui por algumas décadas seja feito por audiovisuais onde passem 10 ou 20 ideias por segundo ?

Será vantajosa a introdução destes métodos no ensino universitário e pré-universitário ?

*esta afirmação foi retirada de um documentário, mas a tradução não é literal.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Potências Económicas em 2020

A minha expectativa para os países que serão potências económicas em 2020 são:

China
Índia
Coreia do Norte
Japão
Suiça
Vietname


Os países que (com elevado grau de probabilidade) não serão potências económicas em 2020 são:

Portugal
Brasil
México
Marrocos
França

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Made in Vietname

AS empresas da China, ou que simplesmente estão colocadas na China começam já a procurar outros locais de produção.
O próprio governo Chinês investe noutros países, inclusivamente africanos, na procura de mão de obra mais barata.

À medida que a mão de obra vai subindo de preço na China, os investidores necessitam de procurar outros países onde ainda exista mão de obra muito barata.

Também o futuro social incerto da China é uma razão para os investidores diversificarem os países de investimento, na sua boa tradição de “não por todos os ovos no mesmo cesto”. Isto porque, como em qualquer grande revolução industrial, segue-se um período de grande insatisfação social. As diferentes classes que resultam tendem a gerar um conjunto de debates políticos, que podem levar a grande instabilidade política, no limite podem conduzir a golpes de estado.

Um dos países para onde o investimento se dirige agora é o Vietname, que provavelmente sofrerá uma grande industrialização nos próximos anos.

À partida podemos pensar que esta realidade é má para a China, mas na verdade é o que a China necessita para encontrar a sua estabilidade económica. Inserida num conjunto de países com que se equilibrar e competir, a Economia chinesa arrefece mas não morre.

Tendo em consideração que a Economia chinesa crescia como uma bolha especulativa, é sempre preferível arrefecer que rebentar.

Entretanto, a Ásia na sua globalidade começa a tornar-se uma grande potência, com características muito próprias.
Com a Índia nos serviços, o Japão nas Tecnologias de ponta e a China e países circundantes em objectos e todo o tipo de produtos, a Ásia torna-se muito completa e competitiva.

É contudo a nível cultural que a Ásia apresenta grandes dúvidas. Serão os vários países asiáticos capazes de se aproximar? Evoluirão os direitos humanos ? Continuará o Inglês a ser a língua Internacional ? Consegue um país grande como a China atravessar crises sociais como aquelas que se esperam sem se dividir?

Vivemos numa era em que o poder está cada vez mais distribuído e já os mais ricos não são obrigatoriamente os mais poderosos e vice-versa. Muito depende da intervenção no mundo das novas grandes potências, mas é reconfortante saber que o poder vai sendo distribuído pelos vários continentes.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

ainda sobre a descida do preço do petróleo

Há dois posts atrás escrevi sobre como iria cair a pique (daqui por uns 30 anos) o preço do petróleo.

Mas nesta semana algo aconteceu que está relacionado com o mesmo fenómeno e que veio reforçar o que havia dito.
Algumas marcas de automóveis informaram que iam lançar para o mercado veículos que usam energias alternativas.

A mensagem que imediatamente recebemos do presidente da Arábia Saudita foi que o alto preço do petróleo não era mais que especulação e que iria aumentar já a produção para equilibrar o mercado e baixar o preço.

Aos exportadores de petróleo não interessa com certeza que se encontrem energias alternativas ao petróleo. No fundo são um concorrente directo.
Ao dizer que ainda existe muito petróleo e que o preço irá baixar desencorajou o investimento nas energias alternativas.

Baixar o imposto sobre os produtos petrolíferos seria a pior medida que poderíamos tomar, pois estaríamos a dar mais espaço aos exportadores especuladores para subirem o preço. Pelo menos, vamos fazer com que esse dinheiro fique nos nossos estados. Porém esse valor devia ser acordado entre os vários países da U.E.

Ao mantermos esse impostos estamos também a dar uma hipótese competitiva às alternativas e muito mais cedo o preço do petróleo cairá.
Mas não poderá cair muito, porque a partir de um certo ponto não compensa extrair e esse será o ponto óptimo.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A um passo de acabar com a Fome no Mundo

A Índia, o país com maior potencial de desenvolvimento do Mundo está a estudar as aplicações das nanotecnologias na agricultura.

Para quem ainda não tenha sido apresentado o nano é da família do metro, mas é uma unidade infinitamente mais pequena. Quando falamos em nanotecnologias falamos em algo que se passe a um nível microscópico.

As capacidades que começam a surgir de agir a nível nano-biológico irão permitir novos tipos de colheitas. Podem ser colheitas mais resistentes a intempéries, capazes de crescer em solos menos férteis e com capacidade de gerar uma elevada quantidade de nutrientes em muito pouco tempo e espaço.

Melhor que o toque do rei Midas (figura mitológica que transformava tudo o que tocava em Ouro) as nano-biologias prometem acabar com a fome.

E nos entretantos, travar o aquecimento global, acabar com a desvastação da amazónia, acabar com a dependência do petróleo e dar uma grande ajuda no sentido da Paz Mundial.

Horizonte Temporal ?
Algumas décadas, neste século quase de certeza.
Antes de 2050 ? Penso que apenas os primeiros passos.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O Preço dos Combustíveis vai descer a pique

É verdade, o petróleo irá ficar ao preço da uva mijona, mas Calma.
Não se entusiamem muito porque não é para já, nem para um futuro próximo.
Na verdade, se e quando acontecer já não nos vai interessar muito.

Olhemos então para o mercado actual.
O petróleo é extraído a preços não superiores a 30 dólares o barril. No mercado internacional ele é negociado a muito mais de 100 dólares o barril.
No final existe ainda o poder dos mercados (em portugal as produtoras têm demais face às congéneres europeias) e finalmente os Impostos.

Nota: não sei porque insistimos em falar em dólares. Adiante ...

Esta diferença de valor que eleva o barril dos 30 aos 130 é o resultado daquilo que chamamos de Cartel de Preço, combinado com um bocadinho de especulação.
Não é novidade que desde os anos 80 os OPEP (países exportadores de petróleo) fazem cartel de preços acordando vender acima de um certo preço ou abaixo de uma certa quantidade (cujo o efeito é o mesmo).

Mas neste momento, devido a um conjunto de factores, existe uma subida contínua. Esta subida contínua dá vontade a qualquer um de nós armazenar uns litros de petróleo na arrecadação, e vender daqui por uma semana muito mais caro.
A expectativa de lucro é muito superior ao da bolsa, neste momento.

Se há uns anos atrás, os exportadores de petróleo tinham interesse em fugir ao acordo e vender o petróleo a preços inferiores ou quantidades superiores ao combinado, hoje já não querem fazer isso
O que lhes interessa agora é armazenar esse petróleo.
Mas quando se fala em armazenar, não é tirar do fundo da terra (a preços elevadíssimos) para depois o armazenar num poço enorme (a preços também eles elevados).
Nada disso.
Neste momento tudo o que têm que fazer para fazer especulação é aguardar. Deixar para amanhã o que podem extrair hoje.

Como estão a contar com uma constante subida do preço do petróleo, vão extraíndo o petróleo mais devagar, dando-lhe tempo e incentivando a sua subida de preço.
Apenas devem extrair suficiente petróleo para manter a dependência.

Isto levanta uma questão política interessante. Quando os países consumidores sobem os impostos sobre os produtos petrolíferos, obrigam-nos a baixar o preço e quando baixam os impostos, eles sobem o preço.
Este fenómeno só acontece porque os vendedores se mantêm no limite da dependência.
Portanto, perdido por perdido, mais vale elevarmos a carga fiscal sobre os combustíveis.

O fim deste ciclo só poderá ser um.
A introdução de bens alternativos, ou para ser mais específico, a introdução de energias alternativas.

Quando entrar a concorrência das energias alternativas, já os produtores de petróleo vão ter interesse em baixar o preço, mas nessa altura não baixarão apenas por questões concorrenciais.
É toda a bolha especulativa criada ao longo destes anos que rebenta fazendo os preços cairem como se o petróleo não tivesse qualquer utilidade. E aí o mercado vai voltar a funcionar, porque os OPEP já não vão ter força para se manterem unidos.

Porém, nos dias de hoje, os representantes das OPEP também sabem fazer prospectiva. O que significa que eles têm algum interesse em antecipar uma grande descida com pequenas descidas para desvalorizar o investimento em energias alternativas.

Cabe-nos a nós, PIP (Países importadores de Petróleo) fazer uma contra-acção contra essa contra-acção: um acordo de “não descida de impostos”.
Acordamos desde já que cada vez que o preço do barril de petróleo descer, os vários países vão aumentar o imposto sobre os produtos petrolíferos, de forma a que não se sinta qualquer oscilação no preço dos derivados do petróleo.
Com este acordo, cada oscilação especulativa sairá muito cara aos países da OPEP e estaremos a dar estabilidade aos investidores em energias alternativas.
Para os investidores em energias alternativas é muito mais importante e eficaz a estabilidade que os apoios, pois permite que o mercado funcione incentivando o investimento através da promessa de retorno.

Para completar, deve ser acordado o livre mercado das energias verdes, de onde ficará excluída a energia de fissão nuclear e biodiesel.

Através deste acordo, nós os países importadores de petróleo conseguimos:

  • Controlar as subidas do preço do petróleo
  • Incentivar sem prejudicar o mercado as energias alternativas
  • Inverter o ciclo das dependências num muito curto espaço de tempo
  • Proteger as economias e o ambiente

domingo, 18 de maio de 2008

Fusão Nuclear – O Futuro da Energia – Um Wild Card Positivo

As necessidades de energia a nível Mundial são cada vez maiores e esta torna-se um recurso cada vez mais caro e valioso.
Não só pelo consumo, mas por tudo o que está a acontecer com os combustíveis de base fóssil.

As mega-tendências da energia são: aumento da necessidade energética, aumento da eficiência energética, aumento do preço da energia, aumento de alternativas nas fontes energéticas.

Uma vitória no mundo da energia é algo que tem grandes repercussões a todos os níveis, nomeadamente ambientais e económicos, mas até a nível da forma de organização das sociedades.

Falando em Wild-Cards, é frequente vê-los apenas como algo negativo, por exemplo, catástrofes. Mas na energia existe a esperança de um Wild-Card positivo; algo próximo de um milagre: a fusão nuclear.

Fusão Nuclear é um processo com as vantages da fissão nuclear (processo usado nas centrais nucleares) mas sem as desvantagens da mesma. Mas tal como foi a fusão a frio, também a fusão nuclear parece por vezes ser uma miragem.

Há umas décadas atrás ouvíamos dizer que a fusão nuclear seria uma realidade dentro de 15 anos. Há uns anos atrás falava-se em 20 anos, mas hoje a Comissão Europeia tem como objectivo, que esteja a funcionar em 2035. Ou seja, daqui por 27 anos.
Temos que ter em consideração que um fenómeno desta importância é influenciado por muito wishfull thinking o que gera muita antecipação da resposta. Por outro lado, o aumento da extensão de tempo é um muito mau sinal.

Na verdade até é complicado dizer se realmente é possível alcançar-se esse objectivo um dia. Contudo, ao contrário da fusão a frio, a fusão nuclear tem princípios muito bem definidos e bem controlados. Faltam apenas particularidades que interessam aos físicos resolver e não a um prospectivista comentar.

Uma possibilidade a ter em consideração é que com a melhoria das várias formas de produção de energia e sendo cada vez mais cruical o transporte de energia comparativamente à produção, a importância desta forma de energia poderá ser reduzida e consequentemente menos financiada.
As centenas ou milhares de físicos que trabalham em volta deste objectivo representam custos elevadíssimos e apenas pela magnânime importância e pelo sucesso à vista estes se justificam.
Ainda assim o abandono do seu financiamento é altamente improvável nos próximos 80 anos.

Ainda que os sistemas de produção de energia estejam a melhorar a olhos vistos, a fusão nuclear é um Wild-Card a ansiar.
E em caso de sucesso os prospectivistas terão muito trabalho pela frente.

sábado, 17 de maio de 2008

Colonização de Marte

A corrida ao espaço volta a estar na agenda política de várias grandes nações.

Numa época em que vários são os países candidatos a grandes potências, a corrida ao espaço volta a acelerar.
E o projecto que se tem em frente não podia ser mais ambicioso: a colonização de Marte.

Ainda não sabemos se é possível, mas é bastante mais provável que a colonização da Lua.

O grande obstáculo de colonização de Marte, da Lua ou de outro planeta (para além da distância) é a gravidade.
À partida um problema tão básico levanta uma questão incontornável: a sobrevivência humana.

O desenvolvimento do ser Humano assim como dos outros animais deu-se por adaptação à gravidade do planeta terra.
Mais especificamente, o sangue necessita de gravidade para conseguir completar o círculo. Os astronautas, que são por requisito grandes atletas, têm problemas cardíacos resultantes das suas viagens, mas conseguem sobreviver a estas devido ao tempo limitado das mesmas.
Existem ainda outras implicações relacionadas com o peso, como o correcto desenvolvimento dos músculos e dos ossos, mas estes são problemas menores.

A lua tem uma gravidade equivalente a 1/6 da terrestre o que torna inviável a vida na lua de forma prolongada.
Já Marte tem uma gravidade de 1/3 da terrestre, ou seja, o dobro da lua. Isto impossibilita aqueles saltos catitas que vimos o Armstrong a dar, mas talvez possibilite a vida em Marte.
Neste momento estão a ser feitas experiências em ratos para perceber como o seu estado de saúde se deteriora. Os ratos possuem um sistema cardio-vascular não diferente do nosso, mas são mais pequenos e consomem menos recursos que humanos ou chimpanzés, tornando-se óptimas cobaias.

As características positivas de Marte incluem:
  • Existência de uma atmosfera. A atmosfera de Marte, apesar de mais fina que a da terra, protege de rais Gama e Ultra-Violeta e é extremamente importante na travagem de aero-naves.
  • Existência de Minérios. Recentes investigações da Nasa indicam que Marte tem água e todos os elementos necessários para sustentar desenvolvimento com base nos recursos locais.
  • Energia Solar – Apesar de Marte estar mais longe do sol, tendo uma atmosfera mais fina, permite uma recepção de energia solar muito semelhante à da terra.
  • Dimensão dos dias – Uma rotação de marte não está muito longe das 24 horas, o que ajuda qualquer habitante a manter a sua sanidade caso se oriente pela luz solar, o que parece indispensável para os humanos, mesmo a viver em habitáculos .
  • Superfície semelhante – Apesar de Marte ser muito mais pequeno que a Terra, como o nosso planeta tem a maioria da sua superfície coberta de água, a superfície seca acaba por ser idêntica à de Marte.

Contudo, uma grande vantagem fáce à Terra é que, devido à gravidade ser inferior, é mais fácil operar grandes equipamentos. Coisa que já acontecia na Lua. Estamos a falar de telescópios gigantes, Máquinas de alisamento ou mesmo construção de mega-habitáculos.
E quaisquer tecnologias de grande peso ou risco que não sejam tentadas na Terra como é o exemplo de eventuais tecnologias nucleares.
Estas possibilidades implicam que a simples colonização de Marte nos daria um conhecimento do Universo muito maior. Quem sabe a descoberta de vida inteligente noutros planetas ou galáxias.

A viagem da Terra para Marte propriamente dita, demora ainda alguns meses e qualquer comunicação, mesmo em condições óptimas, largos segundos. Estes dois factores só por si levantam um conjunto de óbstáculos, como por exemplo o abastecimento e o auxílio a qualquer imprevisto.

Mas resumindo todos estes factores, é de esperar que dentro de poucas décadas assistamos à primeira colónia em Marte.
Pessoalmente, estou ansioso.


Mais fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Colonization_of_Mars
http://www.redcolony.com/

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Tendências divergentes

Frequentemente é difícil a uma sociedade avaliar as tendências da nova geração.
Isto acontece devido à existências de mega-tendências diametralmente opostas.

Se por um lado, temos uma mega-tendência como o cocooning, que descreve pessoas cada vez mais fechadas, mais caseiras, menos sociais, por outro temos fenómenos como o Parkoor, que é uma modalidade desportiva extremamente expansiva praticada nas ruas e no meio do campo.

Culturalmente, esta é provavelmente a maior tendência. A existência de extremos opostos. Grupos sociais com comportamentos completamente distintos, ou até indivíduos com comportamentos completamente díspares conforme a hora e local onde se encontram.

Junto com a mega-tendência do individualismo, surge também uma noção mais abrangente de personalidade, onde cada pessoa quer ser completa fazer várias coisas.

À medida que as identidades colectivas vão desaparecendo surge a necessidade de afirmação noutras identidades. As identidades pela cultura e pelo desporto são fenómenos recorrentes desta realidade.

Assim torna-se cada vez mais normal ver um indivíduo que durante a semana veste-se de uma forma completamente séria seja estudante ou trabalhador e ao fim de semana veste-se com roupas largas de marca e vai andar de skate.

Diferenças culturais, individualidade e complexidade das personalidades são mega-tendências que marcam vincadamente os nossos tempos.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O fim da Televisão – Do Broadcasting ao PodCasting

A caixinha que mudou o mundo está a chegar ao fim. Não é nenhuma previsão de longo prazo, mas uma observação do presente.

A razão de ser é enunciada por Alvin Toffler, um dos maiores foresighters de sempre, como o processo de Desmassificação.
Segundo Toffler, associado ao conceito de terceira vaga, vem também o processo de Desmassificação, que não é nada mais que a inversão da mega-tendência de massificação resultante da era industrial.

O consumidor de hoje já não quer o mesmo produto que todos os outros usam. Quer algo feito ao seu gosto, na sua medida, na hora e local que lhe interessa. E quer acompanhado de um serviço pessoal, ao sabor dos seus desejos espontâneos.

A televisão, foi a caixinha que mudou o mundo, exactamente por ser o maior fenómeno de massificação.
Ou seja, estou a referir-me a televisão, não como a tecnologia de ecrã ou o objecto que temos em casa, mas sim o sistema de broadcasting, pelo qual uma equipa de peritos decide o que milhares ou milhões de pessoas vão ver a uma pré-determinada hora.

Como referi antes, o consumidor já não quer mais que lhe digam o que ele quer ver e quando. Quer sugestões, mas não imposições.
E já vamos ver porquê ele quer sugestões.

O consumidor de hoje quer mais duas coisas: novidade e interactividade
- novidade: mais como um conceito de moda. Por vezes a novidade é um programa com mais de 10 anos. Mas naquele momento toda a gente se delicia a ir ver aquele programa antigo.
-interactividade: O consumidor já não gosta de se comportar de forma passiva. Tem prazer em tomar parte da acção, quer fazer parto do que está a acontecer. Enfim, já não gosta de se sentir programado.

A necessidade de sugestões tem muito a ver com o seu desejo de novidade, mas também com o de interactividade.

Observe-se os blogs. Ninguém gosta de ir ler posts antigos de um blog, mesmo quando estes se mantêm actuais. Há um prazer muito maior em ler o que há de novo e interagir em tempo real com o autor e outros leitores.

A televisão soube reagir bem, dentro de certa medida, criando interactividade, canais específicos para nichos de mercado e agora até serviços de pay-per-view e escolher a hora para ver o programa.
Mas o que acontece é que já não estamos a ver televisão porque aos poucos estamos a abandonar o conceito de broadcasting.

Por outro lado, estamos lentamente a abraçar o conceito de podcasting.

Imagine-se os canais da National Geographic e da NBC.
Cada um destes canais disponibiliza um novo programa, uma ou várias vezes por semana, sem que os antigos deixem de estar disponíveis.
O espectador senta-se em frente ao seu plasma e liga no National Geographic onde vê que saiu um novo documentário sobre cobras da austrália e decide vê-lo. No final do episódio, selecciona uma função que diz recomendar a um amigo. O seu amigo, na próxima vez que ligar o televisor verá que aquele programa lhe foi recomendado.
Depois de ver o programa da National Geographic muda para a NBC para descobrir se já saiu o novo episódio do heroes e ao ver que sim liga entusiasmado para ver se o Hiro morreu.
Depois de ver o novo episódio do Heroes, decide ir fazer uma investigação sobre espadas e volta ao National Geographic para ver um programa que já foi emitido há 3 meses atrás.

Mas apesar desta filosofia de Pod-casting vai continuar a existir o serviço Streaming, que na cultura televisiva chamamos de “Directo”, para grandes eventos como jogos ou celebrações de fim de ano.
Mas estas transmissões em streaming nada têm a ver com a programação televisiva, porque não fazem parte uma programação. Inclusivamente o mesmo canal poderá estar a fazer streaming de dois três ou mais programas em simultâneo.

Veja-se agora que um indivíduo ao descobrir que sofre de uma determinada doença, em vez de procurar no google, que acede a excesso de informação desorganizada, prefere procurar nos programas antigos do canal saúde ou do canal da Oprah (apresentadora afro-americana).

Engraçado ver como uma das mais marcantes tecnologias da história teve um tempo de sucesso de menos de 1 século.
Quanto tempo durará o automóvel ?

O que é não fazer prospectiva ? - O Caso Kodak

Se por vezes é difícil explicar o que é fazer prospectiva, dar exemplos do que é ‘não fazer’ é muito mais fácil.

Um exemplo flagrante foi o da recente mudança das máquinas fotográficas.

Antes da chegada das máquinas fotográficas digitais, já a sua chegada era previsível. A tecnologia estava a ser preparada há muito tempo, apenas era necessário inquirir os especialistas.
Se uma empresa como a Kodak tivesse um departamento de prospectiva ou de competitive intelligence, 5 anos antes da mudança, este departamento poderia ter dado o aviso: “Atenção que daqui por alguns anos as máquinas fotográficas vão deixar de ser de rolo, para passarem a ser digitais”.
Apenas competia ao analista inquirir investigadores da nikon e da canon, ou os laboratórios que faziam a investigação necessária.

Estes 5 anos de antecedência seriam da maior importância para dar tempo de comprar patentes e tecnologias, começarem a investigar e quando chegasse a altura certa estariam preparados para competir lado a lado com os grandes.
Porque a kodak não o fez, foi apanhada de surpresa tendo obtido péssimos resultados financeiros desde então.
Claro que hoje a Kodak está a fazer um esforço enorme para entrar neste mercado, mas está a entrar com um atraso enorme.

Os lugares de liderança ficaram para outras empresas das quais não estavamos habituados a ouvir falar neste sector, como a Sony.

Mas não foi só a Kodak que perdeu a sua posição “consolidada”.
Muitas empresas menores que esta simplesmente desapareceram, porque sendo mais pequenas não tinham a mesma capacidade financeira.
Enquanto a Kodak conseguiu aguentar alguns anos a perder dinheiro, as que não tinham essa estrutura financeira colapsaram.

Não deixa de ser espantoso ver como grandes empresas conseguem ser apanhadas completamente desprevenidas.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Onde pára a Intelligence dos EUA ?

Robert Anton Wilson descrevia os EUA como um país fanático por intelligence.
Dizia que primeiro tinha sido criada uma polícia secreta para os proteger. E depois foi criada uma segunda polícia para vigiar a 1ª. De seguida foi criada outra para vigiar as duas primeiras. E depois outra para criar as 3 primeiras. E esta febre nunca mais terá parado.
Apesar de RAW dizer isto com algum sentido cómico não nos é assim tão absurdo imaginar este cenário.

A CIA analisa todas as ameaças externas e como vimos no post anterior efectua missões secretas.
John Edgar Hoover, fundador do FBI, foi considerado ser mais poderoso que o presidente dos EUA durante o seu tempo.
Os Internal Affairs têm poder para vigiar e analisar as várias policias, enquanto a polícia miltar tem controlo sobre as forças militares.

Há quem defenda que são estas organizações que no seu conjunto controlam os presidentes americanos e consequentemente a política americana.
Outros defendem que os dois grandes partidos são lobbies poderosíssimos que controlam estas forças por canais alternativos.
Grandes famílias ou grupos religiosos assumem também a lista dos possíveis supra-sumos do poder e intelligence.

A teoria oficial é de que o Presidente concentra em si todo esse poder, mas pessoalmente acho essa possibilidade demasiado assustadora. Pensar que tanto poder recai sobre uma pessoa é demasiado negativo.
Basicamente, quem iria apoiar um presidente na campanha seria quem quisesse apagar informações. E não quero acreditar que seria um barão da droga ou um grupo de pedofilia a escolher e apoiar um presidente.

Dentro das opções que existem, espero que entre os vários grupos de poder exista tanta controvérsia, diferentes perspectivas, dificuldades de acordo que eles acabem por se neutralizar uns aos outros e assim permitir algum equilíbrio.
Sim, muito jogo sujo, mas ainda assim, um pouco de equilíbrio.

O cenário perfeito seria aquele onde ninguém teria muito poder, mas vários terem um pouco de poder. Ninguém ter impunidade e todos serem de alguma forma analisados e avaliados, com respeito pela sua privacidade.
Mas claro que este é um cenário utópico.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

CIA - Central Intelligence Agency

Parece um clichê, mas se vou falar de intelligence tenho de falar da agência de intelligence mais famosa do mundo.

Não querendo tomar posições a favor ou contra esta agência é preciso ter em consideração que há quem a apoie, quem a odeia e muitos que dela suspeitem.
Estes sentimentos são normais e esperados na actividade de Intelligence.

Mas quero sobretudo ver como a própria define o seu trabalho.

A CIA assume-se como uma unidade de Intelligence completamente integrada na comunidade.
Mais especificamente afirma-se como o centro de Intelligence.

Naturalmente, enquanto agência de Intelligence, assume-se também como a 1ª linha de defesa dos EUA.
E a razão de ser justifica-se pelas suas funções:

  • Colectar informação que possa revelar os planos, intenções e capacidades dos adversários gerando a base para tomadas de decisão e planos de acção.
  • Produzir análises atempadas que gerem perspectiva, avisos e oportunidades para o presidente e decisores encarregues de proteger e promover os interesses americanos.
  • Executar acções secretamente direccionada pelo presidente para prevenir ameaças ou atingir objectivos da política americana.
Se os dois primeiros pontos parecem sensatos e de fácil aceitação o terceiro já nos pode tirar o sono.
Se a simples aquisição de informação por parte de uma entidade concertada é por si um grande desequilíbrio de poder, a ideia de que esta entidade tem a possibilidade de executar missões secretamente, é algo assustador.
Por outro lado, percebe-se que tenha de ser assim. Como foi abordado em posts anteriores, para se adquirir informações, na maioria das vezes é preciso estar no terreno, que nem sempre é um local amigável.

O exemplo da CIA demonstra como a actividade de Intelligence é uma actividade que gera grande poder, penetra frequentemente numa zona moral cinzenta, gera medos e receios nos outros e necessita de ser muito bem controlada ou pode significar uma ameaça maior que aquelas das quais é suposto proteger.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A ameaça da escassez de arroz

A actual ameaça do arroz serve de exemplo para dois fenómenos que descrevi em textos anteriores: o efeito espiral (ou bola de neve) e o de conspiração espontânea.

Devido sobretudo ao consumo dos biocombustíveis, a produção de arroz diminuiu consideravelmente a nível mundial. Por outro lado, o consumo manteve-se ou até aumentou ligeiramente.
À partida, este não teria um efeito muito significativo, mas acontecendo o fenómeno de conspiração espontânea e uma reacção em espiral esta variação poderá tornar-se numa catástrofe.

Os jornalistas criaram já algum pânico dizendo que poderá haver escassez do arroz e muitas pessoas terão a tendência de correr para o supermercado para se abastecer em vários kilos de arroz, para que não falte em casa nos próximos tempos.
As produtoras de arroz teriam todo o interesse em agitar ainda mais este pânico. Assim em vez de aumentar, por exemplo, em 3% poderão aumentá-lo em 10%. Os consumidores assustados não sabendo que se trata de especulação irão comprar muito mais com medo de futuras subidas.
E claro que com o aumento de consumo, irá haver ainda mais escassez, o que irá aumentar ainda mais o pânico,consequentemente o consumo e por aí em diante.

Claro que senão fizermos nada disso, o mais provável é que nunca venhamos a sentir um aumento significativo na nossa factura por causa do arroz.

Os únicos que irão sofrer por causa deste fenómeno são as pessoas de países muito mais pobres, onde o arroz é um bem essencial insubstituível e em quantidades àquem das necessárias.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Tomar Hollywood

Portugal é um país com uma forte componente de produção de filmes.

Apesar de não ter muito tempo, o mercado de produção de filmes em Portugal está a atingir medidas consideráveis. Entre telenovelas e anúncios muito se produz em Portugal.

A mão de obra barata, um maior número de horas de sol (comparativamente ao resto da Europa), um conjunto de estruturas que facilitam a produção atraem para Portugal muita produção de publicidade do estrangeiro.

Contudo, existe um factor que encarece de forma exponencial a produção de filmes em Portugal.
Esse factor é a dispersão geográfica dos vários elementos.

As empresas de castings e figurantes estão geralmente em polos de grande densidade populacional ( como o centro de Lisboa) , os estúdios em zonas rurais ou pouco habitadas (como a Penha Longa) e os canais de televisão em zonas intermédias (como Oeiras).
Já os especialistas de cada área estão um pouco por todo o lado.

O problema é que os transportes de pessoas, equipamentos, adereços tem custos financeiros, ambientais e sobretudo de tempo enormes.

Seria do interesse de todos que existisse uma cidade, ou concelho, que fosse a cidade do cinema como foi Hollywood no sec. XX.

Agregando estúdios, equipas de filmagens, alugueres de equipamentos, escolas e universidades das várias áreas relacionadas e algumas estruturas complementares todos saiam beneficiados.

Este projecto devia ser o resultado de uma negociação entre o Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território, a autarquia respectiva e as várias entidades da área de produção.

A zona ideal seria mais ou menos central (de Portugal Continental) não muito longe de Lisboa, mas também não muito perto, para que tivesse oportunidade de crescer e expandir.
Teria de ter bons acessos a Norte e ao Sul, à Costa e a Espanha. Convinha também que fosse uma zona de nível económico médio, com algum património cultural, natural e histórico.

Assim de repente, sugiro Tomar.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Geração Intelligence

As gerações de crianças nascida nos anos 80 e 90 receberam em tenra idade a avalanche de tecnologias que as permitiu absorver informação a uma velocidade nunca antes imaginada.
Entre televisões, computadores, telemoveis, dvds, leitores de mp3 portáteis e outros, os jovens destas gerações desenvolveram naturalmente as suas capacidades de absorção de informação.
Mesmo a cultura de entretenimento teve de ser adaptada às capacidades desta geração. Nos filmes as imagens passam cada vez mais rápido e o número de estímulos por minuto é elevadíssimo e o cruzar de associações é simplesmente impossível de absorver por pessoas de gerações anteriores.
Para simplificar chamemos-lhe a Geração Informação.

A geração informação pagou contudo um preço elevado por esse salto.
As gerações anteriores não estavam preparadas para esta evolução e resistiram o mais que puderam, umas vezes voluntáriamente, outras por não serem capazes de lidar com a mudança.
Especialmente os professores viram-se surpreendidos por alunos que fazem parte de uma nova realidade. Enquanto um professor insiste que um aluno devia ir a uma biblioteca pesquisar, o aluno sabe que consegue essa informação muito mais rapidademente na internet.
Sabemos contudo, que por muito que os professores se queixem, não se vai dar meia volta no desenvolvimento.
E por agora o problema parece sem solução.

Mas o que irá acontecer quando os professores forem da geração informação?
Professores da geração informação a ensinar alunos da geração informação.

Esses professores saberão focar o seu ensino naquilo que é mais importante para quem tem excesso de informação: selecção e análise.
Os filhos e alunos da geração informação terão capacidades inimagináveis para nós aos níveis de pesquisa, selecção, análise e capacidade de decisão.

Esta geração merecerá ser chamada de Geração Intelligence

terça-feira, 8 de abril de 2008

Futurismo - Personal Rapid Transit

Futurismo é o nome que dou a uma técnica de criatividade que pode ser utilizado como uma ferramenta de prospectiva.

Futurismo consiste em, dentro de um certo tema, imaginar a perfeição.
Ou seja, colocam-se várias perguntas e dá-se a melhor resposta em cada uma delas.

As várias respostas combinadas deverão dar algo como:
Doces que não engordam
Natal em Agosto
Uma casa silenciosa e sem problemas com discotecas ao lado.

Vejamos então o caso dos transportes:

Colectivo ou Individual ?
Individual –Não quero estar dependente dos outros. Quero ir de onde me apetece para onde me apetece sem ter de me preocupar com horários.

Público ou Pessoal ?
Público – Não queros comprar nada, não quero encargos nem dívidas. Também não quero estar preocupado com manutenções e inspecções periódicas. Que sejam profissionais a preocupar-se com isso.

Conduzido pelo próprio ?
Não – As crianças, os idosos e os deficientes tambem precisam de transportes e de se sentirem independentes. Também quero poder ir para casa depois de beber uns copos a mais ou ir a dormir se for necessário. E se for possível ir a ler porque ir a conduzir ?
Um dos problemas de transportes públicos individuais é que quando há uma deslocação massiva de pessoas (dos empregos para as casas) todos os transportes se deslocam no mesmo sentido e assim não são suficientes para todos. Ex. bicicletas gratuitas.
Os transportes precisam de ser capazes de regressar vazios.

Conduzido por pessoas ou máquinas ?
Máquinas – Menos erros o que conduz a mais segurança e mais precisão.
Menos custos em horas de trabalho. Se for conduzido por pessoas nunca servirá para as classes mais baixas.

Com linhas dedicadas ou na via genérica?
Linhas dedicadas – Segurança total. Velocidade máxima. Eficiência energética.

Combustível ou Rede Elétrica ?
Rede Elétrica – Melhor para o ambiente.

O resultado do exercício já poderão estar a imaginar qual é. Cerca de um ou dois anos depois de ter falado desta ideia a uns amigos, um deles descobriu que a ideia já existe e que até existem alguns esforços na sua implantação.

Para mais informações sobre este sistema, descubram o que é o Personal Rapid Transit.

Dá-me o telemóvel - um caso de bullying

Um pouco já fora de agenda gostaria de dar um input sobre o famoso caso do telemóvel.

O que se passou entre aluna e professora foi uma transferência de bullying, ou talvez, um caso de bullying.

Bullying são os comportamentos sociais, muito comuns nas escolas em que um aluno ou vários agridem (física ou verbalmente) outros alunos com o intuito de marcar uma posição através da humilhação da vítima.
Todos nós testemunhámos casos e a maioria de nós foi vítima ou praticou bullying.

A rapariga como os outro alunos, no sentido de ascenderem socialmente sentem uma necessidade de se impor perante outros. Naquele momento a professora tornou-se a vítima e a aluna quis mostrar que era a superior, assim como os outros alunos. Note-se que eles foram agressores porque provavelmente noutros momentos foram agredidos.
Até me arrisco a dizer que o rapaz que filma e manda comentários foi já ele próprio muitas vezes vítimas de bullying. Digo isto porque geralmente os “engraçadinhos” o foram.

Este tipo de comportamento tem uma origem social muito clara.
A origem reside exactamente naquela imagem conservadora de que numa sociedade deve sempre existir alguém acima e alguém abaixo.

Curiosamente, em nome deste caso vieram atacar o estatuto do aluno.
Ataca-se o estatuto do aluno porque supostamente ao dar direitos e dignidade ao aluno, estamos a retirar autoridade aos professores.
Custa-me a acreditar mas ainda existe quem pense assim no sec. XXI.

Enquanto não se transmitir que as pessoas devem ser respeitadas porque sim. Apenas porque são pessoas.
Os professores não devem ser respeitados porque são professores ou porque são mais velhos. Devem ser respeitados porque são pessoas.
Assim como os colegas alunos.

A ideia de ser o próprio sistema educativo a dizer que há umas pessoas mais dignas que outras e depois estar a instaurar políticas de medo, para que os professores possam “ensinar com disciplina” só vai gerar cada vez mais indisciplina, violência e uma sociedade sem humanidade nem respeito.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

O futuro dos cartões de clientes

A maioria das empresas que vendem directamente ao cliente final já tem ou está a planear ter um cartão para os clientes.

Desde bancos e seguradoras, passando por franchisings de lojas de roupas até lojas de cultura, supermercados e gasolineiras todos eles querem ter o seu cartão.

O impasse gerado é mais que óbvio. O cliente de repente vê-se sobrecarregado com tanto cartão e com promoções tão complicadas e de benefícios tão duvidosos que começa a colocar tudo isso de lado. Pior, que tudo, fica com uma sensação constante de estar a perder dinheiro.

Mas num inferno de cartões de várias marcas como pode um cartão distinguir-se de todos os outros?
A resposta é a transversalidade.
Um cartão que tem todos os outros cartões incluídos, com benefícios transversais.

Benefícios transversais de uns para os outros.
O seguro dá-nos desconto na gasolina, o crédito do banco dá-nos desconto em livros e cds e as contas do supermercado oferecem-nos bilhetes para espetáculos.

As empresas também ganham com este sistema.
Ganham novos clientes, porque cada cliente que adere por uma das empresas, acaba por aderir aos serviços das outras.
Ganham pela retenção, porque após entrar neste esquema a pessoa acaba por ficar fidelizada.
E ganham pela informação que recebem dos consumidores. Passam a ter uma base de dados, com os hábitos de consumo, nível de vida, indicadores sociais, etc.
Podem inclusivamente fazer promoções e ofertas dirigidas a um público definido por perfil.

Falta agora saber quem serão as primeiras empresas a ter sucesso nesta potentíssima ferramente de Marketing.

Intelligence no combate à droga

Na Polícia Judiciária Portuguesa existem profissionais que trabalham a nível de análises químicas fazendo comparações entre as diferentes drogas das várias apreensões.

Estas comparações permite-lhes concluir a origem e os vários canais por onde atravessa a droga. Permite também encontrar provas da dimensão de cada traficante, perceber quais são os pontos fracos das redes e desta forma fazer com que o seu trabalho de campo seja muito mais eficiente.
Menos polícias armados, mas muito mais operações de intervenção directas ao objectivo.

É através destes trabalhos que se desmantelam grandes redes, não perdendo tempo com o traficante de esquina e avançando directamente para os grandes traficantes.
Todas estas informações podem posteriormente ser cruzadas com informações de outras áreas, como armamento, negócios e redes.

O intelligence que se obtém a este nível pode fazer com que se evite o surgimento de grandes grupos de crime organizado enquanto ainda têm uma dimensão possível de se combater.

Não possuo informações sobre se a nossa Polícia Judiciária já pratica este tipo de intelligence. Mas o simples facto de saber que analisam numa base contínua e comparativas os vários estupefacientes com que se deparam, significam que já existe um trabalho de intelligence significativo.

Podemos assim tentar imaginar o tipo de operação que estaria envolvida no combate à onda de crime organizado que atingiu a noite do Porto.

Spy Vs. Spy - combate ao terrorismo global

O jogo evoluiu um pouco.
Hoje é Intelligence Vs. Intelligence.

Acho que a melhor forma de explicar o que é Intelligence é dizer “Intelligence foi o que falhou nos EUA antes do 11 de Setembro”.

Como sabemos, a grande guerra dos nossos dias é a do chamado Terrorismo Global.
Mas ao contrário do que somos levados a pensar as grandes batalhas não são os conflitos armados, mas sim os conflitos a nível de intelligence.

Para simplificar digamos que de um lado, temos as forças democráticas e do outro os terroristas globais.
É claro que não é assim tão simples. Nem as forças democráticas são uma grande aliança, nem as forças terroristas são um grande grupo de amigos. Contudo, precisamos de ter em consideração que as forças terroristas, mesmo que não tenham nada em comum sabem que têm muito a ganhar na negociação e no apoio mútuo.

Tanto antes como depois do 11 de Setembro, as forças democráticas (especialmente os EUA, presume-se) analisavam muito o comportamento de possíveis terroristas, negócios de armamento, etc. Naturalmente, depois do 11 de Setembro este esforço foi ampliado exponencialmente.

Do lado dos terroristas também eles tinham um conhecimento amplo dos seus inimigos.

De cada um dos lados, teriam pessoas infiltradas ou então conseguiriam adquirir informações através da compra directa de pessoas bem colocadas. Até que nível, não sabemos.

Cada um dos lados, tem preocupações de pesquisar e analisar o máximo de informação, proteger ao máximo a informação que tem e fazer counter-intelligence, que significa providenciar informação falsa para o inimigo, fazendo-o desperdiçar recursos.

Quando os soldados americanos encontraram Saddam, foi uma forma dos serviços militares americanos dizerem: afinal os nossos serviços de Intelligence funcionam.
Ou seja, as vitórias que vemos de um lado ou de outro são indicadores do funcionamento do Intelligence de cada um.

O que por um lado explica o desejo extremo de vigilância total de alguns governos, nomeadamente o dos EUA e o do Reino Unido. Não querendo com isto dizer que o mesmo se justifica.

Mas é necessário entender-se que a batalha ao nível de intelligence não é uma batalha isolada. Para que este trabalho seja feito, são necessários um conjunto de vitórias a outros níveis. A conquista física e as vantagens diplomáticas são da maior importância.
Aquando da invasão americana a Bagdad, o ministério da defesa foi um dos bombardeados com precisão e destruição total. Este seria muito provavelmente um centro de Intelligence que não se queria operacional.
O facto de estarem muitos soldados americanos em Bagdad também facilita um conjunto de acções de espionagem no Iraque, no Afeganistão e outros países vizinhos. Lembro que acções de espionagem podem ser simples subornos feitos numa praça pública de forma algo discreta.
Outros tipos de informações valiosas podem ser retiradas como: que tipos de armamento tinham? Em que quantidades ? Qual a origem desse armamento ?
Daqui podem se concluir um conjunto de novas informações de elevado interesse estratégico. Pois aquilo que existia no Iraque, até um certo grau de incerteza espelhava o que haveria no Afeganistão.

Também a nível diplomático é extremamente importante conseguirem-se vitórias, porque qualquer aliado é uma fonte muito rica de informação. Quanto mais próximo ele estiver do inimigo, mais importante é que ele se torne um aliado.
Nunca se deve menosprezar a importância da opinião pública. Repare-se como o povo americano tinha um nível de permissividade ao seu governo em 2002, que perdeu ao longo dos anos seguintes. Em 2006, o povo americano já duvidava que o 11 de Setembro tivesse sido obra de terroristas e apontava o dedo ao seu próprio governo.
Quando isto aconteceu fecharam-se canais de comunicação que interessavam ao governo americano e abriram-se outros canais de comunicação que não interessavam.

Não deixa de ser curioso como um país que domina com tanta excelência as técnicas de influência de opinião pública, consegue falhar em temas tão substanciais.

Curioso também é perceber a importância que tem para os terroristas justificar os seus actos, através de processos de auto-vitimização,acusando o outro lado de intolerância contra a sua religião.
É verdade que deste lado há muita intolerância desregrada, mas um terrorista não tem qualquer argumento.
Contudo, através dos nossos erros de intolerância as facções terroristas conseguem atrair os moderados para o seu lado de fanatismo e para as suas causas de destruição.

domingo, 6 de abril de 2008

Macro-Foresight Vs. Micro-Foresight

Embora os nomes sejam auto-evidentes quanto ao seu significado é de alguma importância identificar a diferença entre o estudo macro e micro dentro de Foresight.

Pode-se dizer que o estudo Macro se foca num certo ambiente (Portugal, Oeiras, Ciber-espaço, empresa X, Mundo, etc.) enquanto o estudo Micro se foca num evento.

Se tentarmos analisar como evoluirá o ambiente entre os trabalhadores de uma empresa durante os próximos 10 anos estamos a falar de uma análise Macro.
Se por outro lado, quisermos analisar as consequências de um downsising numa empresa estamos a falar de Micro.

Na prática, um estudo de Micro-Foresight pode ser muito mais vasto, mas por outro lado, fica sempre a dúvida até que ponto um estudo micro pode ser considerado Foresight. Isto porque a importância do Foresight dá-se na transversalidade e no limite da imprevisibilidade.
Mas existem grandes estudos a nível Micro.
Analisar as consequências de um evento como o 11 de Setembro é um exemplo e dentro de um estudo Macro, há sempre a importância de recorrer a um conjunto de análises micro.

As 3 grandes falácias do Foresight

No estudo de Foresight identificam-se 3 grandes erros a serem evitados.

O primeiro erro e mais comum é partirmos do princípio que o aconteceu no passado irá acontecer no Futuro.
Basearmo-nos no passado para prever o futuro é como tentar conduzir com o pára-brisas tapado utilizando apenas os retrovisores. Se a estrada for a direita conseguimos controlar o carro, mas se existir uma curva, então vamos contra a barreira.
Isto é o que se pode esperar se perguntarmos a um historiador sobre o que irá acontecer no futuro.
O foresight começa exactamente em olhar para o que vai ou pode mudar no futuro e perceber as possibilidades que surgem e como devemos agir após estas.

O segundo erro de foresight é partir do princípio que as tecnologias vão ter sucesso sem consultar os profissionais de marketing.
Segundo Frank Ruff, foresighter da Daimler Chrisler este é o erro da maioria das empresas de tecnologias.
Têm uma grande equipa de desenvolvimento tecnológico e um pequeno departamento de Marketing, que não é devidamente consultado.
Um dos exemplos mais flagrantes deste erro foi o que se passou no sector dos telemóveis. Gastaram-se milhões a criar internet no telemóvel, 3G e máquinas fotográficas e nunca foram valorizados.
Quando finalmente alguém se lembrou de colocar mp3 e um rádio Fm num telemóvel tiveram muito mais sucesso, apesar de ser uma tecnologia muito mais simples e mais barata.

O terceiro erro é confundir uma análise micro com uma análise macro.
É um erro especialmente comum entre discussões sobre tecnologias, em que se assume que uma simples tecnologia irá definir toda a competitividade no futuro.
É sempre necessário ter em consideração que num mundo cada vez mais global e cada vez mais plural, há muitos factores a influenciarem-se uns aos outros e não se pode assumir que um isoladamente vá ser mais importante que todos os outros.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Acção e reacção, reacções em cadeia, espirais, bolas de neve, assimetrias espontâneas e Liberalismo

Costuma-se dizer que para cada acção há uma reacção.
Não pretendo ir tão longe. Digamos apenas que para muitas acções há reacções.

Naturalmente, que as consequências das acções podem ser de dois tipos:
A reacção pode neutralizar a acção ou pode ampliar a acção.

Nas situações em que a reacção neutraliza a acção, estamos perante uma situação de equilíbrio dinâmico. Ou seja, em que espontâneamente tudo converge para um equilíbrio. Por exemplo, quando temos sede bebemos água e ficamos bem.

Por outro lado, nas situações em que a reacção amplia a acção estamos perante uma reacção em cadeia: acção causa reacção, que amplia a acção, que amplia a reacção, que amplia a reacção e assim sucessivamente.
Há quem lhe chame bola-de-neve, que eu pessoalmente não gosto. Supostamente se atirarmos uma bola de neve pelo morro abaixo ela vai ficando maior, o que eu duvido.
Gosto de lhe chamar espiral, porque existe um círculo entre os dois ou mais acontecimentos que vai evoluindo num certo sentido, desenhando por tanto uma espiral.
E pode também ser chamado de assimetrias espontâneas, que são as situações, onde espontâneamente não se converge para um equilíbrio, mas sim para um extremo ou tendência.

São várias as ciências onde podemos testemunhar as duas situações: equilíbrios espontâneos ou assimetrias espontâneas.
Fisiologia, Psicologia, Economia, Sociologia, etc.

Naturalmente, os foresighters têm que estar atentos às possibilidades de um ou de outro fenómeno, já que por uma pequena diferença, os resultados são diametralmente opostos.

Mas é na política que este fenómeno toma mais interesse.
Os liberais acham que tudo são equilíbrios espontâneos, enquanto os socialistas e conservadores acham que tudo são assimetrias espontâneas.

Construção de Cenários

Construção de cenários é uma ferramenta estratégica de base foresight que eu tinha idealizado há uns bons meses. Só mais tarde vim a descobrir que já existe uma comunidade científica nesta área, que por sinal está bastante avançada.

Confesso que às primeiras vezes que ouvi falar de planeamento por cenários, pensei que era a mesma técnica.

A construção de cenários parte do pressuposto que há características do futuro sobre as quais temos influência directa e outras sobre as quais não temos.
É uma ferramenta essencialmente boa para decisões políticas e combina o papel do estratega, com o do foresighter.

Consiste em, dado um certo objectivo (cenário), analisar a tendência inerte de este acontecer, bem como os diversos determinantes (keypoints), ou factores que promovem e factores que evitam.
Simplificando, o que um estratega deverá fazer será consultar o trabalho de um foresighter da área e agir sobre o mesmo.

Vejamos um exemplo muito básico.
Um determinado político está preocupado porque as crianças estão a perder o hábito de brincar na rua.
De seguida, contrata um foresighter e pergunta-lhe: "Nas próximas décadas as crianças vão deixar de brincar na rua?"

O foresighter após algum estudo exaustivo enuncia um conjunto de factores promotores e inibidores:

Factores promotores:

- desportos radicais ou semi-radicais (skate, bicicleta, parkour)
- jogos de grupo (cirumba, polícias e ladrões)
- consciência dos pais que é importante brincar na rua
- condomínios privados (embora não seja o mais saudável)

Factores inibidores:

- falta de segurança face ao crime
- excesso de carros
- comerciantes que afastam as crianças da frente das suas lojas

Após esta consulta, o político apresenta uma proposta com algumas iniciativas:

- construção de espaços para crianças, com comércio apenas virado para as mesmas
- construção de pequenos parques radicais espalhados pelas cidades
- campanha dirigida aos pais
- Professores ensinam no recreio jogos de grupo de rua, jogando várias vezes, mas por pouco tempo, para deixar a vontade de jogar fora do horário
- acção social que visa aproximar os miúdos de classes mais altas com os de classes mais baixas

Naturalmente, este foi um exemplo muito básico que não necessitava de um estudo aprofundado, mas serve para explicar o processo pelo qual devem interagir o estratega e o foresighter.

We are not allone - Competitive Intelligence

O CEO da empresa X reúne-se com a sua equipa de directores e começa a confrontá-los com um indicador menos bom:
A empresa não está a crescer.

“Nós somos dinâmicos. Nós inovamos. Nós prestamos atenção às necessidades dos nossos clientes. Nós aplicamos os mais modernos sistemas de RH. Porque razão não estamos a crescer?”

Um dos mais novos directores faz sinal a pedir a palavra e timidamente diz: “nós não estamos sozinhos”.

O CEO interrompe e continua: “Eu sei que não estamos sozinhos. Temos concorrentes, mas não existe nenhuma razão para não fazermos melhores que eles. Temos que saltar mais alto, correr mais rápido...”

O novo director volta a fazer e sinal e continua:
“ Como dizia, nós não estamos sozinhos e para saltar mais alto e correr mais rápido precisamos de saber para onde correr ou para onde saltar. E para isso precisamos de saber o que faz a nossa concorrência.
Há dois anos oferecemos uma garrafa de vinho aos nossos novos clientes, mas a concorrência oferecia uma garrafa de champanhe. No ano passado, oferecemos um desconto de 2% aos clientes fidelizados. A concorrência já estava a oferecer 3%.
O que eu gostaria de chamar a atenção é que necessitamos de estar atentos e preparados para tudo o que a concorrência irá fazer.
Já temos os RH para os trabalhadores e o Marketing para os clientes.
Mas agora existe também o Competitive Intelligence, que analisa a concorrência e prevê os seus comportamentos dentro do possível, ajudando-nos a tomar decisões mais competitivas.”

O CEO exclama: “Isso é fantástico. Como é que eu nunca ouvi falar de tal coisa?”

O director conclui:

A Competitive Intelligence ainda não é muito conhecida em Portugal, mas já existem consultores especializados na área.

Conspiração espontânea

Conspiração Espontânea é um fenómeno social que, apesar do nome aparentemente contraditório, é algo que já todos conhecemos bem.

O medo do terrorismo, a gripe das aves ou a doença das vacas loucas são alguns dos exemplos mais famosos de conspiração espontânea.
Quando uma eventual possibilidade tem a oportunidade de criar alarmismo ou reacções fortes, há sempre quem esteja interessado em potenciar essa oportunidade.

Os primeiros interessados são sempre os jornalistas.
Ávidos do dramatismo transformam qualquer pequeno sinal de ameaça num anúncio de catástrofe.
A seguir aos jornalistas vêm os bloguers que procuram assunto para abordar e manter o seu espaço dinâmico.
Por último vêm os políticos, cuja agenda anda geralmente a seguir a agenda mediática

Mas para cada fenómeno existem interessados específicos.
Um tratador de vacas terá interesse na gripe das aves, enquanto que um proprietário de aviários terá interesse na doença das vacas loucas.

Já o farmacêutico gostará de fazer propaganda a todas as doenças que possam vir a ter medicamentos associados.

Um caso curioso de conspiração espontânea foi a corrida aos enlatados durante a guerra do Kuwait. Com o medo que os abastecimentos de comida acabassem houve uma corrida aos supermercados para armazenar a dispensa. Claro que se houve alguma escassez, esta deveu-se a um aumento de procura e não a uma diminuição da oferta.
Curiosamente, o mesmo fenómeno não se repetiu durante a guerra do Iraque 10 anos depois.
Simplesmente, porque ninguém se lembrou, ou porque não houve várias pessoas a lembrarem-se umas às outras.

O importante para um foresighter é ter em consideração que estes fenómenos existem e que podem ter consequências gravíssimas, especialmente ao nível de sentimentos negativos como o pânico ou o ódio.
Contudo, uma antecipação destes fenómenos, com pré-campanhas de sensibilização podem anular o efeito especulativo dos mesmos.

Será também importante analisar se estes são weak-signals de um fenómeno recorrente, ou se por outro lado, estes fenómenos têm tendência a diminuir de impacto.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

É que é já a seguir

Ola Mundo,


a 10 minutos da meia noite surge um novo blog.

Apenas para lembrar que quando uma realidade acaba, há outra que começa.

Aqui irá falar-se de foresight, intelligence e um pouco de política.

Até já