O individualismo é uma
mega-tendência, cumprindo assim com 3 requisitos. É geograficamente global,
transversal aos vários aspectos da vida e tem se mantido constante ao longo de
décadas.
Individualismo é por vezes
confundido com egoísmo, mas dentro do contexto dos estudos futuros fazê-lo é um
erro. Na verdade existem correntes ideológicas baseadas em individualismo que
nada têm a ver com egoísmo.
O individualismo é uma
filosofia ou cultura de centrar a sociedade no indivíduo. O oposto do individualismo
é o colectivismo ou a construção de híper-identidades. Numa sociedade não
individualista as pessoas são compreendidas pelo seu grupo, seja a família,
país, tribo, tribo social ou estilo de roupa.
No limite da ausência do
individualismo, podemos ver que antes de Cristo o Judaísmo tinha embebido na
sua cultura que os filhos carregavam as desonras dos pais. Cristo mudou esta
atitude para os seus seguidores afirmando que cada um é apenas responsável
pelas suas acções e não pelas dos outros.
Estes e outros passos na
história, como o fim dos sacrifícios humanos ou da escravatura, leva-nos a entender que o individualismo pode
até ser visto como uma híper-tendência. Estas são tendências que duram séculos
ou milhares de anos, sendo vistas como mudanças naturais da evolução humana.
A razão porque o vemos
como uma mega-tendência é consequência da sua aceleração nas últimas décadas.
Quando falamos em
Individualismo como Mega-tendência falamos sobretudo da forma como procuramos
uma identidade cada vez mais única e da forma como as relações são. Temos cada
vez mais relações pessoais mas estas tendem a ser mais voláteis.
Temos maior facilidade em
fazer amigos, mas essas amizades são menos estáveis. Procuramos pertencer a
vários grupos, sem deixar que nenhum deles nos defina. As relações de amizade
facilmente se sobrepõe às familiares, pois partem de uma escolha individual.
A cultura das tribos
urbanas muito forte no final do sec XX (betos, heavys, geeks,etc.) são agora
vistos como uma limitação cultura e cada um de nós tende a ter hoje um
bocadinho de diferentes culturas sem nunca se deixar limitar.
A óbvia consequência
negativa é a dificuldade em criar compromissos mais fortes, daí o aumento claro
no número de divórcios.
Também a formação
académica cada vez nos define menos, procurando-se a multi-disciplinariedade. O
individualismo é uma das causas de os estudantes modernos cada vez mais
procurarem mestrados e pós-graduações em áreas diferentes da sua licenciatura.
Também os títulos académicos como engenheiros, gestores, doutores perdem o seu
impacto, valorizando-se mais o que cada pessoa faz na sua vida profissional.
A mobilidade é fortemente
acentuada por esta tendência, pois ao estarmos livres de uma identidade de
nacionalidade, há menos barreiras psicológicas à emigração. Ao chegarmos a um
novo local, mais facilmente seremos também recebidos pelas populações locais ou
por outros que chegaram há pouco tempo.
O individualismo tem como
causas genéricas a evolução da sociedade, mas especificamente tecnologias e
serviços que facilitam a nossa vida, tornando-nos mais independentes. Desde os
robots de cozinha aos espaços de cowork é hoje mais fácil criarmos um caminho
novo, possuímos mais liberdade e tudo é mais fácil.
Esta mega-tendência
funciona por tudo isto, como uma reacção em cadeia. Por exemplo, criando mais
mobilidade que por sua vez cria mais individualismo.
A nível de Marketing,
surgem algumas ameaças à medida que é cada vez mais difícil criar segmentos,
grupos ou nichos de mercado. Por outro lado, surgem várias oportunidades para a
customização e sobretudo para a personalização. Cada vez mais os produtos
necessitam de ser à medida do consumidor individual.
Em exercícios de Estudos
Futuros, esta é uma mega-tendência que nunca pode ficar de fora.
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