terça-feira, 8 de abril de 2008

Dá-me o telemóvel - um caso de bullying

Um pouco já fora de agenda gostaria de dar um input sobre o famoso caso do telemóvel.

O que se passou entre aluna e professora foi uma transferência de bullying, ou talvez, um caso de bullying.

Bullying são os comportamentos sociais, muito comuns nas escolas em que um aluno ou vários agridem (física ou verbalmente) outros alunos com o intuito de marcar uma posição através da humilhação da vítima.
Todos nós testemunhámos casos e a maioria de nós foi vítima ou praticou bullying.

A rapariga como os outro alunos, no sentido de ascenderem socialmente sentem uma necessidade de se impor perante outros. Naquele momento a professora tornou-se a vítima e a aluna quis mostrar que era a superior, assim como os outros alunos. Note-se que eles foram agressores porque provavelmente noutros momentos foram agredidos.
Até me arrisco a dizer que o rapaz que filma e manda comentários foi já ele próprio muitas vezes vítimas de bullying. Digo isto porque geralmente os “engraçadinhos” o foram.

Este tipo de comportamento tem uma origem social muito clara.
A origem reside exactamente naquela imagem conservadora de que numa sociedade deve sempre existir alguém acima e alguém abaixo.

Curiosamente, em nome deste caso vieram atacar o estatuto do aluno.
Ataca-se o estatuto do aluno porque supostamente ao dar direitos e dignidade ao aluno, estamos a retirar autoridade aos professores.
Custa-me a acreditar mas ainda existe quem pense assim no sec. XXI.

Enquanto não se transmitir que as pessoas devem ser respeitadas porque sim. Apenas porque são pessoas.
Os professores não devem ser respeitados porque são professores ou porque são mais velhos. Devem ser respeitados porque são pessoas.
Assim como os colegas alunos.

A ideia de ser o próprio sistema educativo a dizer que há umas pessoas mais dignas que outras e depois estar a instaurar políticas de medo, para que os professores possam “ensinar com disciplina” só vai gerar cada vez mais indisciplina, violência e uma sociedade sem humanidade nem respeito.

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